sábado, agosto 31, 2013

II CIMEIRA DO JAMÔR

,
AGOSTO É UM MÊS DE FÉRIAS E
TAMBÉM O É PARA OS NOSSOS
SENADORES, DAÍ ,SER TRADICIO-
NALMENTE UM MÊS EM QUE AS
PRESENÇAS NO NOSSO HEMICICLO
SEJAM REDUZIDAS.


Mas como a vida não pára, e as questões em debate não esperam, a reunião da sily season realizou-se e decorreu com a animação do costume.


O local condiz com a época, o Jamor convida a férias ,perto do mar e do verde do Monsanto.

Responderam à chamada, a Dina e neto, a Manuela Brito e Silva`, Farinho,Domingues,Faustino,Olimpio, Peixoto


Como não poderia deixar de ser falou-se do duelo da segunda circular em tom morno pois a maioria dos presentes defendem a águia, mesmo que com muitas penas a menos, e a Manela, esteve sozinha na defesa do leão, e com a garra do costume não deixou que tocassem na juba do felino.


Os petiscos foram tratados como arte



e o empratamento teve nota dez

O paparazzi foi o Farinho


A TRANCA aproveita para recordar um grande amigo, o Pedro Guedes Vaz, que esteve pela ultima vez presente numa Cimeira , neste local, no Jamor, no principio do ano.

Pedro, continuamos a falar de ti e a estares presente na nossa memória.

segunda-feira, agosto 26, 2013

BOCAGE NO LIMOEIRO

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BOCAGE descreve a sua entrada no Limoeiro , preso pla autoria da sua "PAVOROSA ILUSÃO DA ETERNIDADE"


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Bocage era pouco acautelado na manifestação das suas crenças políticas e religiosas.

No ano de 1797 foram denunciados à intendência da polícia, como escritos pelo poeta, uns papeis ímpios, sediciosos e satíricos, que apareciam clandestinamente com o título de Verdades Duras, e continham entre outras coisas a epístola Pavorosa Illusão da Eternidade.
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Bocage soube-o e tentou fugir, mas foi preso a 10 de Agosto do referido ano, a bordo da corveta Aviso, que se destinava a partir para a Baía.
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Eis como Bocaje nos descreve a sua entrada no Limoeiro:
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Vou pintar os dissabores
Que sofre meu coração,
Desde que Lei rigorosa
Me pôs em dura prisão.
A dez de Agosto, esse dia,
Dia fatal para mim,
Teve princípio o meu pranto,
o meu sossego deu fim.
Do funesto Limoeiro
Já toco os tristes degraus,
Por onde sobem e descem
Igualmente os bons e os maus.
Correm-se das rijas portas
Os ferrolhos estridentes,
Feroz condutor me enterra
No sepulcro dos viventes.
Para a casa dos Assentos
Caminho com pés forçados,
Ali meu nome se ajunta
A mil nomes desgraçados.
Para o volume odioso
Lançando os olhos a medo,
Vejo pôr - Manuel Maria -
E logo à margem - Segredo.
Eis que sou examinado
Da cabeça até aos pés,
E vinte dedos me apalpam,
Quando de mais eram dez.
Tiram-me chapéu e gravata,
Fivelas, e desta sorte
por um guarda sou levado
Ao domicílio da morte.
Estufa de treze palmos,
Com uma fresta que dizia
Para o lugar ascoroso
Denominado enxovia.
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A Intendência manteve-o incomunicável durante 22 dias:
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Passados vinte e dois dias
Sofrendo mil mágoas juntas,
Enfim por um dos meus guardas
Fui conduzido a perguntas.
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Depois, mantendo Bocaje em "segredo de justiça", transferiu-o para "isolamento" numa enxovia comum. Aí o seu abatimento não cessou, como se vê nestas suas impressivas palavras:
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Mete-se a chave, corre-se o ferrolho,
Faz a primeira grade estrondo horrendo,
Vai o mesmo nas outras sucedendo,
Levando o guarda sobre o ombro o olho.
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Um, deitado sem cama sobre o solho,
Outro posto a jogar, outro gemendo,
Aquele a passear e este escrevendo,
Aqui se mata a fome, ali o piolho.
:
Um pedindo papel, outro tinteiro,
Aquele divertido na assembleia,
Este chorando a falta de dibheiro...
:
Lutam os crimes seus na vaga ideia,
Esta tragédia é a do Limoeiro,
Representada em cena de cadeia.
:
Voltou a desfrutar outra vez da liberdade, por lhe não terem encontrado no processo motivos de condenação, e também devido à protecção do ministro José de Seabra e Silva. Uma beata, Maria Teodora Severiana Lobo Ferreira, denunciou-o mais tarde, em 23 de Novembro de 1802, ao Santo Ofício como pedreiro livre, mas o processo apenas principiado não teve seguimento.
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Poemas citados por Manuel João Gomes in "O Manual dos Inquisidores", Frei Nicolau Emérico - Edições Afrodite - 1973
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Aqui fica a ímpia "Pavorosa Illusão da Eternidade". que o levou ao cércere:
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Pavorosa ilusão de Eternidade,
Terror dos vivos, cárcere dos mortos;
D'almas vãs sonho vão, chamado inferno;
Sistema de política opressora,
Freio que a mão dos déspotas, dos bonzos
Forjou para a boçal credulidade;
Dogma funesto, que o remorso arraigas
Nos ternos corações, e a paz lhe arrancas:
Dogma funesto, detestável crença,
Que envenena delícias inocentes!
Tais como aquelas que o céu fingem:
Fúrias, Cerastes, Dragos, Centimanos,
Perpétua escuridão, perpétua chama,
Incompatíveis produções do engano,
Do sempiterno horror horrível quadro,
(Só terrível aos olhos da ignorância)
Não, não me assombram tuas negras cores,
Dos homens o pincel, e a mão conheço:
Trema de ouvir sacrílego ameaço
Quem d'um Deus quando quer faz um tirano:
Trema a superstição; lágrimas, preces,
Votos, suspiros arquejando espalhe,
Coza as faces co'a terra, os peitos fira,
Vergonhosa piedade, inútil vênia
Espere às plantas de impostor sagrado,
Que ora os infernos abre, ora os ferrolha:
Que às leis, que às propensões da natureza
Eternas, imutáveis, necessária,
Chama espantosos, voluntários crimes;
Que as vidas paixões que em si fomenta,
Aborrece no mais, nos mais fulmina:
Que molesto jejum roaz cilico
Com despótica voz à carne arbitra,
E, nos ares lançando a fútil bênção,
Vai do grã tribunal desenfadar-se
Em sórdido prazer, venais delícias,
Escândalo de Amor, que dá, não vende.
II
Oh Deus, não opressor, não vingativo,
Não vibrando com a destra o raio ardente
Contra o suave instinto que nos deste;
Não carrancudo, ríspido, arrojando
Sobre os mortais a rígida sentença,
A punição cruel, que execede o crime,
Até na opinião do cego escravo,
Que te adora, te incensa, e crê que és duro!
Monstros de vis paixões, danados peitos
Regidos pelo sôfrego interesse
(Alto, impassivo númen!) te atribuem
A cólera, a vingança, os vícios todos
Negros enxames, que lhes fervem n'alma!
Quer sanhudo, ministro dos altares
Dourar o horror das bárbaras cruezas,
Cobrir com véu compacto, e venerando
A atroz satisfação de antigos ódios,
Que a mira põem no estrago da inocência,
(. . .)
Ei-lo, cheio de um Deus, tão mau como ele,
Ei-lo citando os hórridos exemplos
Em que aterrada observe a fantasia
Um Deus algoz, a vítima o seu povo:
( . . .)
Ah! Bárbaro impostor, monstro sedento
De crimes, de ais, de lágrimas, de estragos,
Serena o frenesi, reprime as garras,
E a torrente de horrores, que derramas,
Para fundar o império dos tiranos,
Para deixar-lhe o feio, o duro exemplo
De oprimir seus iguais com férreo jugo.
Não profanes, sacrílego, não manches
Da eterna divindade o nome augusto!
Esse, de quem te ostentas tão válido,
É Deus de teu furor, Deus do teu gênio,
Deus criado por ti, Deus necessário
Aos tiranos da terra, aos que te imitam,
E àqueles, que não crêem que Deus existe.
(. . .)

II CIMEIRA DO JAMÔR

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AMANHÃ ,TODOS OS CAMINHOS VÃO
DAR AO JAMÔR, ONDE SE REUNE
A FINA FLÔR DOS SENADORES
QUE PASSARAM PELO RC, SEUS
AMIGOS, ALIADOS E APARENTA-
DOS,




A CIMEIRA CHAMA-SE II CIMEIRA DO JAMÔR, e sim, é perto do local onde Jesus ficou mal na fotografia, ao dar a terceira nega em poucos dias.

Mas os tempos são outros, e as questões a tratar nesta Cimeira são mais relevantes que o desempenho ,seja ele qual fôr, do Jesus.

Espera-se enchente, a nossa Ministra Manuela B.S. aguarda vossa mercês, amanhã, pelas 13 .

quarta-feira, agosto 21, 2013

II CIMEIRA DO JAMÔR - 27 DE AGOSTO

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AS ULTIMAS TERÇAS FEIRAS DE CADA
MÊS, SÃO MOMENTOS AGUARDADOS PELA
NAÇÃO DOS QUE PASSARAM PELO RC

II CIMEIRA DO JAMÔR- DIA 27 DE AGOSTO
A nossa Reunião Magna deste mês de Agosto (dia 27) vai ter lugar no Jamor, no local onde este ano já estivemos e que tão bem coreu.



E ONDE TIVÉMOS PELA ULTIMA VEZ O NOSSO COMPANHEIRO PEDRO GUEDES VAZ, QUE CONTINUA VIVO NA NOSSA MEMÓRIA


Da nossa MINISTRA DOS EVENTOS E TRANSPORTES, MANUELA BRITO E SILVA aqui vai a CONVOCATÓRIA;


"Bom dia, companheiros manducantes!
Venho, a pedido da nossa primeira Dina, que está a banhos no Luso, divulgar o próximo almoço RCeano que terá lugar no dia 27 de Agosto pelas 13h00.
Como o "pessoal" é muito atlético, será no já conhecido restaurante Clube de Canoagem no Complexo Desportivo do Jamor, em frente às piscinas e junto ao lago. Tem um maravilhoso parque de estacionamento e uma vista magnífica. Será um "BUFFET" com pratos variados de fazer chorar por mais. Entradas várias e sobremesas ao quilo. Bebidas incluídas. Preço : euros 12,00.
Precisamos das vossas respostas até sábado, dia 24, sem falta.
Beijinhos e abracinhos
Manuela BS
"



terça-feira, agosto 20, 2013

ESTÓRIAS DO RC

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A TRANCA RECORDA HOJE



"PORREIRAMENTE CHEIO DE NADA"


... "FILIPE O GORDO, OU A FENOMENOLOGIA DA SINGULARIDADE"


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O MÁRIO FILIPE foi um dos que estiveram no lançamento da TRANCA, desde a primeira hora, São dele grande parte das capas e desenhos, que lhe foram dando mais vida . Ele meio a brincar, sempre criou uma espécie de "rivalidade" light e divertida , principalmente em relação àqueles a quem ele chamava "a trupe que manipula a TRANCA", que eram para ele ;o Cascada, o Diniz, o Zé Carlos e o Herdeiro.
Um dia o CASCADA, fez publicar na TRANCA um poema a responder ás "calúnias" do Filipe (Dezembro de 1975):

(Da crítica)

FILIPE O GORDO, OU A FENOMENOLOGIA DA SINGULARIDADE

Se se pudesse abrir a mona do Filipe!
Se se pudesse sem que desse.
por isso.
Arrombar-lhe o frontal selado de pedra e cal.
Saí­ria o "KAPITAL"em edição momumental.
Mas saí­a inda mais.
Embrulhada em pergaminhos.
A pedra filosofal, de mistura.
Com baratas e ratinhos.
Saí­ria o Almagesto, pedras, pardais.
E um cesto.
A Rerum Novarum e o Manifesto.
Do Partido Comunista.

Aos olhos da macacada delirante.
Face ao peidante.
Voariam ectoplasmas.
Adejariam fantasmas.
Bandos de rouxinóis cantando a Internacional.
E Fulcanelli vetusto, decifrando as catedrais.
Faria pum! e assustaria os pardais!.

Mas se fôssemos inda mais longe.
Remexendo a mioleira.
Saí­ria uma traineira.
E a Mona Lisa soltando grandes gargalhadas.
Sai­ria mona afóra saias arregaçadas.
Sairiam trompa e gaitas.
Um regimento de dragões
Cuequinhas e calções.
Sapos, serpentes sanfonas.
Papas , latas e papéis.
Lixo, muitos cordéis.
Colecções de borboletas.
Velhos cachimbos, canetas. Penas de pato e pastéis. e se isso não bastasse.
Viria o Papa em ceroulas.
Apregoando cebolas.
E Karl Marx, longas barbas e peruca.
Gritaria lá do sotão.
Com uma batata na mão.
-Fecha a porta, maluca.
Isto é pior que um tufão.

GENTE NOSSA

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PREMIO AMADEU SOUSA CARDOSO atribuído a AVELINO SÁ

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AVELINO SÁ ,VENCEU PRÉMIO AMADEO
SOUSA-CARDOSO

O Júri do 9º Prémio Amadeo de Souza-Cardoso, constituído por António Cardoso, Laura Castro, Lúcia Almeida Matos, João Pinharanda e Rui Mário Gonçalves, elementos ligados à secção portuguesa da Associação Internacional de Críticos de Arte (A.I.C.A.) e à História da Arte, decidiu, por unanimidade, atribuir o Prémio Amadeo de Souza-Cardoso à obra “Japão #3” (da série Japão), encáustica s/ madeira, de Avelino Sá.


O Prémio de Aquisição do Grupo dos Amigos da Biblioteca_Museu de Amarante foi atribuído à obra “Neighborhood #6”, acrílico e colagem s/ tela, de Ana Pais Oliveira.

À 9ª edição do Prémio Amadeo de Souza-Cardoso, que se realizará entre 21 de Setembro e 7 de Dezembro, concorreram 257 artistas, com 451 obras, dos quais foram selecionados 35 artistas com 49 trabalhos.

Paula Rego é artista consagrada

Entretanto, recorde-se, o Júri do Prémio Amadeo de Souza-Cardoso havia já decidido atribuir o Grande Prémio Amadeo de Souza-Cardoso (Prémio Consagração) à pintora Paula Rego, que passará a figurar numa galeria onde já constam os nomes de Fernando Lanhas (1997), Fernando Azevedo (1999), Costa Pinheiro (2001), Júlio Pomar (2003), Nikias Skapinakis (2005), Ângelo de Sousa (2007), João Vieira (2009) e António Sena (2011).
Tratando-se de um prémio não pecuniário, a artista é convidada a realizar uma exposição de obras suas em espaço nobilitador do Museu, com catálogo apropriado, pressupondo-se, no entanto, a possibilidade de aquisição de uma ou mais obras suas para as coleções do Museu Municipal Amadeo de Souza-Cardoso.

sábado, agosto 17, 2013

JOSÉ LUIS PEIXOTO

O ESCRITOR PORTUGUÊS, NATURAL DO
ALENTEJO JOSÉ LUIS PEIXOTO, ESTÁ
A PARTICIPAR NA ITENERÂNCIA DO
FESTIVAL CINE AMAZÓNIA

AMANHÃ, DIA 18, ESTARÁ NO QUILOMBO DE SANTO ANTÓNIO.


José Luís Peixoto na Amazónia

José Luís Peixoto participará na itinerância do Festival Festcineamazonia 2013.


Ao longo de mais de duas semanas, ao longo do rio Guaporé, fará apresentações e leituras em 13 cidades brasileiras e bolivianas, nas duas margens do rio, com a seguinte agenda:


- Brasil: Guajará-Mirim (9/8); Surpresa (12/8); Forte Príncipe (14/8); Costa Marques (16/8); Quilombo de Santo António (18/8); Quilombo de Pedras Negras (20/8); Porto Rolim (22/8) e Pimenteiras (25/8).



- Bolívia: Guayará-Merim (10/8); Buena Vista (15/8); Versalles (19/8); Mategua (21/8) e Remanso (24/8).



Em todas as apresentações será oferecida uma antologia de textos de José Luís Peixoto, publicada exclusivamente para estas apresentações, em português e em castelhano, intitulada Um poeta no Guaporé:


gente nossa - a RITA CHEMELA

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quarta-feira, agosto 14, 2013

PRÉMIO DE MELHOR CURTA METRAGEM DO FESTIVAL DE AVANCA

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PATRICIA VIDAL DELGADO, GANHOU
COM A SUA CURTA METRAGEM "BUÉ
SABI" O FESTIVAL DE AVANCA.

Bué Sabi - Trailer from Vende-se Filmes on Vimeo.



A primeira curta-metragem de Patrícia Vidal Delgado foi premiada no Festival Avanca com o galardão de Melhor Curta-Metragem. «Bué Sabi», que teve estreia mundial na 17ª edição deste festival, que terminou no passado dia 28 de Julho, conta a história da amizade improvável de três personagens femininas.

Patrícia Vidal Delgado, cuja obra inclui vídeos e performances que exploram o conceito de feminino, estudou Belas Artes em Londres, na Central St Martins University of the Arts London e na Slade School of Fine Art, University College London.

sábado, agosto 10, 2013

gente nossa . o CASCADA

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O Cascada foi um do fundadores da TRANCA ,no longínquo ano de 1972,autor e co-autor dos seus melhores ,textos ,desenhos e capas.
Sem o seu talento a TRANCA não teria tido o êxito que teve.

GENTE NOSSA - AZEVEDO E OLIMPIO

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URBANO TAVARES RODRIGUES

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Urbano Tavares Rodrigues


Nascimento 6 de Dezembro de 1923
Lisboa
Morte 9 de Agosto de 2013 (89 anos)
Lisboa
Nacionalidade Portugal Português
Ocupação Escritor, professor universitário
Principais trabalhos Os Insubmissos; Desta Água Beberei; A Flor da Utopia ...

Urbano Augusto Tavares Rodrigues (Lisboa, 6 de Dezembro de 1923 — Lisboa, 9 de Agosto de 2013) foi um escritor português.1




Vida e obra

Filho do escritor Urbano Rodrigues, nasceu em Lisboa e passou a infância em Moura. Criado numa família de grandes proprietários agrícolas, recebeu as influências das gentes do campo, o que marcou indelevelmente a sua obra escrita. Frequentou a Faculdade de Letras de Lisboa, onde se licenciou em Filologia Românica. Impedido de leccionar em Portugal, foi leitor de português nas universidades de Montpellier, Aix e Paris, entre os anos de 1949 e 1955. Depois do 25 de Abril de 1974 regressou a Portugal. Em 1984 doutorou-se em Literatura, com uma tese sobre a obra de Manuel Teixeira Gomes. Em 1993 jubila-se como professor catedrático da Faculdade de Letras. Foi igualmente professor na Universidade Autónoma de Lisboa Luís de Camões. Foi membro efectivo da Academia de Ciências de Lisboa e membro correspondente da Academia Brasileira de Letras.

Autor prolífico, figura como um dos mais prestigiados escritores da segunda metade do século XX em Portugal, sendo a sua obra marcada pela consciência do indivíduo face a si mesmo e aos outros, até ao reconhecimento de uma identidade social e política. Além de romances, escreveu em diversas revistas e jornais, como o Bulletin des Études Portugaises, a Colóquio-Letras, o Jornal de Letras, Vértice, Nouvel Observateur, entre outros. Foi director da revista Europa e crítico de teatro d' O Século e do Diário de Lisboa. Enquanto repórter percorreu grande parte do mundo, tendo reunido os seus relatos de viagem nos volumes Santiago de Compostela (1949), Jornadas no Oriente (1956) e Jornadas na Europa (1958).

Partidário de um comunismo ortodoxo, Urbano afirma que a sua obra foi influenciada pelo existencialismo francês da década de 1950; mais tarde, na sequência da sua detenção no forte de Caxias, durante o salazarismo, surge como autor da literatura de resistência, a que se seguiu um novo período, mais optimista, no pós-25 de Abril.

Recebeu variados galardões literários, como o Prémio Ricardo Malheiros, da Academia das Ciências de Lisboa, com a obra Uma Pedrada no Charco — é de salientar que o seu pai, Urbano Rodrigues, já tinha vencido este prémio na edição do ano de 1948, com a obra O Castigo de D. João —, o Prémio da Associação Internacional de Críticos Literários, o Prémio da Imprensa Cultural, o Prémio Vida Literária da Associação Portuguesa de Escritores e o Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco.

Morte

Em 6 de agosto de 2013 foi internado no Hospital dos Capuchos, em Lisboa, onde faleceu três dias depois. A causa da morte não foi divulgada.2

Obras publicadas

Viagens
1949 - Santiago de Compostela
1956 - Jornadas no Oriente
1958 - Jornadas na Europa
1963 - De Florença a Nova Iorque
1973 - Viagem à União Soviética e Outras Páginas
1973 - Redescoberta da França
1976 - Registos de Outono Quente
1999 - Agosto no Cairo: 1956

Ensaios
1950 - Manuel Teixeira Gomes
1954 - Présentation de castro Alves
1958 - O Tema da Morte na Moderna Poesia Portuguesa; integrado depois em O Tema da Morte: Ensaios
1960; 1981 - O Mito de Don Juan
1960 - Teixeira Gomes e a Reacção Antinaturalista
1961 - Noites de Teatro
1962; 2001 - O Algarve na Obra de Teixeira Gomes
1964 - O Romance Francês Comtemporâneo
1966; 1978 - Realismo, Arte de Vanguarda e Nova Cultura
1966; 1978 - O Tema da Morte: Ensaios
1968 - A Saudade na Poesia Portuguesa
1969 - Escritos Temporais
1971; 2001 - Ensaios de Escreviver
1977 - Ensaios de Após-Abril
1980 - O Gosto de Ler
1981 - Um Novo Olhar sobre o Neo-Realismo
1984 - Manuel Teixeira Gomes: O Discurso do Desejo
1993 - A Horas e Desoras
1994 - Tradição e ruptura
1995 - O Homem sem Imagem
2001 - O Texto sobre o Texto
2003 - A Flor da Utopia
2005 - O Mito de D. Juan e Outros Ensaios de Escreviver
2011 - A Natureza do Acto Criador

Contos e Novelas
1952; 1990 - A Porta dos Limites
1959; 1994 - Bastardos do Sol
1971; 1996 - Estrada de Morrer
1976; 1987 - Viamorolência
1977; 1985 - As Pombas são Vermelhas
1985 - Oceano Oblíquo

Novelas
1955; 1985 - Vida Perigosa
1956; 1982 - A Noite Roxa
1957; 1998 - Uma Pedrada no Charco
1959; 2012 - As Aves da Madrugada
1960; 1978 - Nus e Suplicantes
1963; 2000 - As Máscaras Finais
1964; 2001 - Terra Ocupada
1964 - A Samarra
1968; 1987 - Casa de Correcção
1972 - A Impossível Evasão
1999 - O Último Dia e o Primeiro

Contos
1970; 1992 - Contos da Solidão
1977 - Estórias Alentejanas
2003 - A Estação Dourada
2008 - A Última Colina

Antologia
1958 - O Alentejo
1968 - A Estremadura
2003 - O Algarve em Poemas

Romance
1961; 2003 - Os Insubmissos
1962; 1982 - Exílio Perturbado
1966; 1988 - Imitação da Felicidade
1967; 1974 - Despedidas de Verão
1968 - Tempo de Cinzas
1974; 1999 - Dissolução
1979; 1986 - Desta Água Beberei
1986; 1987 - A Vaga de Calor
1989 - Filipa nesse Dia
1991 - Violeta e a Noite
1993 - Deriva
1995 - A Hora da Incerteza
1997 - O Ouro e o Sonho
1998 - O Adeus à Brisa
2000 - O Supremo Interdito
2002 - Nunca Diremos quem sois
2005 - O Eterno Efémero
2006 - Ao contrário das Ondas
2007 - Os Cadernos Secretos do Prior do Crato

Narrativa
1969; 1973 - Horas Perdidas

Crónicas
1970; 1974 - A Palma da Mão
1971; 1976 - Deserto com Vozes
1974 - As Grades e os Rio
2003 - God Bless América

Teatro
1971; 2001; 2012 - As Torres Milenárias

Ficção
1972 - Esta Estranha Lisboa
1982; 1992 - Fuga Imóvel
1986 - A Vaga de Calor

Texto e fotografia
1996 - A Luz da Cal
1998 - Margem da Ausência

Outros
1965; 1998 - Dias Lamacentos
1966 - Roteiro de Emergência
1974 - Perdas e Danos
1975 - Diário da Ausência
1975 - Palavras de Combate
1998 - Os Campos da Promessa

terça-feira, agosto 06, 2013

CRÓNICA SOCIAL

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REPRISE DE TEXTO COLECTIVO PUBLICADO
POR OCASIÃO DO LANÇAMENTO DUM LIVRO
DE BOAS MANEIRAS DE AUTORIA DE UMA
COLEGA DAS RELAÇÕES PÚBLICAS...



Para o lançamento do livro "GESTOS OBSCENOS, MALDICÊNCIAS, CRENDICES, E BEM-PISAR, da DRª. Anne Alfa Beta Zweibrucken Santa Terezinha do Menino Jesus Grossblond Von Tapen Gonçalves, cientista social e socielite bem sucedida, teve lugar no Pavilhão Marrron do Convento das Irmãnzinhas Descalças da Bodadela, um sumptuoso "boca-livre", que juntou centenas de famintos culturais e outras tias da nossa melhor sociedade.
O Party foi um sucesso. A autora-anfitriã estava "un chic" num tailleur Yves Saint Laurent lilás gritante, estola de arminho da Arménia cinza agoniado, sapatos de cetim de salto em madre pérola rosa-deprê, echarpe tafetá marinado em todos de verde vómito e toneladas de plumas, chocalhos, missangas e balagandans.
Estava divina, seus lindos olhos azul piscina, irradiavam alterosas ondas de tranquila felicidade.
Com a sua obra a tiracolo, recebia inebriante os convivas, com uma palavra amiga, um piscar azul e um sorriso redondo:
-"Oh Dàdinha, a menina está radiosa!, "
-"Oh Senhor Conde Auguste, ainda passa a "season no Moinho-da-Asneira"?
-"Ora aqui temos, (dirigindo-se ao insigne académico Prof.Joseph Charles Oak) a maior sumidade (risinhos) em neo-positivismo-acrítico-precoce"
-"Obrigado por ter vindo prestigiar esta sua amiga, Senhor Visconde Don Vasco de Abat-jour, venha aqui, que quero apresentá-lo ao Arquiduque Pimenta"
Após ligeiros aperitivos,( servidos pelas próprias imãnzinhas sempre descalças), de que se pode destacar uns excelentes Jaquinzinhos fritos, salada de atum Bom Petisto, Polvo à Lagareiro fornecido pela Tasquinha do Pote D.Àgua, Cerveja da Linha, da Fábrica do Espuminha de Oeiras, a anfitriã subiu ao Altar do Convento, e, após um breve discurso introdutório, eivado das lamechas do costume, falou sobre o livro. Aqui reproduzimos apenas alguns dos temas enunciados:
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A ETIQUETA NOS ACTOS OFICIAIS
Sexo em grupo:
..em inaugurações
..em baptizados
..em lançamentos de primeiras pedras
..em primeiras comunhões
Danças de Salão
..em refinarias
..em panificações
..em estações de Caminhos de ferro
..na Capela Sistina.
A suprema elegância nas badalhoquices
..num Rolls Royce
..num Mini
..num avião
..no autocarro 50 para a Buraca
Na Missa
..como retirar macacos do nariz com elegância e distinção e posterior rolagem interdigital
..como arremessar ranhocas tapando uma narina com um dedo, e soprando com a outra de modo a não atingir o Senhor Arcebispo.
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A anfitriã prosseguiu a leitura dos itens do seu livro, destacamos parte do capítulo;
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COMO SOLTAR GASES EM SOCIEDADE COM DISTINÇÃO
Dos peidos
..com sonoro estrelejar, em desfiles militares
..com suaves retumbâncias, em concertos e óperas bufas
..com tibuteante lentidão, em processões e novenas
Dos Traques
..com sonoridades alácres, nos santos populares
..com ribombar tumultuoso, nas passagens de ano
..com fragoroso estampido, nos desfiles reais
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Das bufas
..com estrépido controlado, nos jantares aristocráticos
..com assobio ululante, nas reuniões políticas
..com fifioso langôr, nas declarações de amôr
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COMO ARROTAR COM ELEGANCIA
Do estomago
..trata-se de um arrôto de timbre suave e de alto volume, a ser utilizado em discussões com as hierarquias. nos acontecimentos desportivos e nas reuniões de condóminos
Do esófago
..é um arrôto ligeiro, podendo ser modulado em acordes suaves, e que deve ser usado em recepções, chás-canasta e jantares de tios e tias.
Do duodeno
..trata-se de um arrôto muito sonoro com inflexões intestinas, que se destina a acontecimentos solenes.
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A certo momento da sua douta enumeração do índice da obra, a Drª. Anne, iniciou então, duas ligeiras abordagens, de dois temas da sua obra :
A FLATULÊNCIA E OS JANTARES DE GALA
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Fatigada, pediu a uma sua amiga que subisse ao Altar, e foi já a Viscondessa de Viadão, que fez soar na sala a sua voz de flauta, debitando o texto:
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FLATULÊNCIA NA SOCIEDADE OCIDENTAL
"O peido a bufa e o traque, são por excelência , indicadores do desenvolvimento económico e social, senão de uma cultura, pelo menos de uma sociedade.
Ao contrário do Islão, onde só os sultões podem praticar tão secular exercício, na Civilização Ocidental, o $%&/$ é verdadeiramente democrático. Pois tanto se &$#%%& el-rei, como o mais humilde dos aprendizes de marçano"
Veja-se o exemplo de Voltaire, cujo nome é a união de (Volt plus Air) cujo pendôr filosófico não o impedia de se #$%%&$, como o da Imperatriz Sissi, que se bufava discretamente pelas Alamedas do Prater, quer o da Dina Diavolo, vendedora de begónias e crisântemos no Rossio, que solta traques fenomenais, pasme-se, sempre que chega a carreira 21.
Eram célebres os ##&%%= do Arcebispo de Salzburgo, e não menos célebres os gazes musicais de Mozart, que se #%#"/&& para o Bispo.
Consta até que a Fatucha das Azinheiras pairava sobre as ditas, graças à propulsão ao mais puro dos metanos"
Neste estádio da vernissage, ocorreu o intervalo, após o qual, regressou a voz doce da anfitiã-autora, que falou sobre o último capítulo do livro:
JANTARES DE GALA
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REGRAS BÁSICAS PARA NÃO DAR BRONCA À MESA
1º. Procurar tirar as ramelas dos olhos e passar o pente ou escova pela trunfa, para lhe dar um ar mais senhorial.Lavar-se, vulgo, tomar banho, não é essencial a um ar aristocrático, motivo qual o qual, tanto senhores como senhoras, em vez de o tomar, se besuntam de perfumes e essências, a fim de melhorar a qualidade do dito ar, (do senhorial, é evidente)
2.º Deve cingir-se à utilização dos talheres presentes na mesa, pois o uso de martelos, serras circulares ou da navalha de capar porcos que herdou do avô, não só é vista como sinal de subdesenvolvimento, como de escassez de células cinzentas, pois como é do conhecimento geral, as lagostas já vêm descascadas e os bifes sempre se podem cortar com a faca.
3.º.Se detectar uma espinha , osso, pevide, graínha, ou qualquer objecto ainda mais estranho no meio da mayonaise, não cuspa para o copo do vizinho, porque alé de alterar o paladar do vinho, poderá parecer um acto concupiscente.
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Encerrada a fase de leitura dos temas, a Drªa Anne foi de sopetão rodeada pela turbamulta de tias ululantes (muitas, invejosas, outras , rendidas) que cobriram a anfitriã de beijos, abraços, lambidelas, apertões, até. (imagine-se) alguns apalpões, nódoas negras e outras.
Para suprema glória da noite da escritora, o realizador de cinema, radicado na Alemanha, Victorino Duarte, que, agora alemão, é conhecido nos meios da sétima arte europeia como Viktorin Von Hirsh, anunciou que vai catapultar para o cinema, numa encenação pós-modernista e gótica, eivado de formalismo minimalista exacerbado, o livro acabado de lançar.
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Esta reportagem foi patrocinada por:
Covento das Irmânzinhas Descalças da Bobadela
Sapataria Lisbonense
Atum Bom Petisco
Tasquinha do Pote D.Água
Yves Saint Laurent Fashion
Revista Modas & Bordados

PRELIMINARES

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Um padre está a conduzir em direcção à sua paróquia, quando vê na estrada uma freira conhecida sua.
Ele pára e diz:
_ Irmã, suba que eu levo-a até ao convento.
A freira sobe, acomoda-se no banco do passageiro, cruza as pernas e o hábito abre-se, deixando à mostra um par coxas escultural.
O padre quase não se contém, mas continua a conduzir.
Numa troca de mudanças, no entanto, ele acaba por pôr a mão sobre a perna da freira, que lhe diz:
_ Padre, lembre-se do salmo 129.
O padre pede desculpas e continua a guiar. E aquela pernoca ali, ao lado, a deixá-lo louco.
Mais adiante, noutra troca de mudanças, ele coloca a mão novamente sobre a perna da freira, que repete:
_ Padre, lembre-se do salmo 129.
O padre desculpa-se, dizendo:
_ Perdoe-me, irmã, mas sabe que a carne é fraca.
Chegando ao convento, a freira desce.
O padre chega a seguir à sua igreja e corre para a Bíblia para ir ler o salmo 129.
E depara com o que está escrito:
“CONTINUA À PROCURA, QUE LOGO ACIMA ENCONTRARÁS A GLÓRIA”.

MORAL DA HISTÓRIA:
Ou você sabe tudo da sua profissão, ou vai perder as melhores oportunidades.

sábado, agosto 03, 2013

GENTE NOSSA - A LOURDES E O LUIS ALEGRIA

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A Lourdes e o Luis Alegria fazem parte da 2ª.geração do RC, ambos, agora no antigo RO.