terça-feira, setembro 01, 2015

PRELIMINARES

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PRELIMINARES
Conta-se que Bocage, ao chegar a casa um certo dia, ouviu um barulho estranho vindo do quintal.
Chegando lá, constatou que um ladrão tentava levar os seus patos de criação.
Aproximou-se vagarosamente do indivíduo e, surpreendendo-o ao tentar pular o muro com os seus amados patos, disse-lhe:
-Oh, bucéfalo anácrono! Não te interpelo pelo valor intrínseco dos bípedes palmípedes, mas sim pelo acto vil e sorrateiro de profanares o recôndito da minha habitação, levando meus ovíparos à sorrelfa e à socapa. Se fazes isso por necessidade, transijo... mas se é para zombares da minha elevada prosopopeia de cidadão digno e honrado, dar-te-ei com a minha bengala fosfórica bem no alto da tua sinagoga, e o farei com tal ímpeto que te reduzirei à quinquagésima potência que o vulgo denomina nada.
E o ladrão, confuso, diz:
-Doutor, afinal levo ou deixo os patos??...

segunda-feira, agosto 24, 2015

10 MODAS PARVAS

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NBU

São urbanos. Andam pelos 30 e os 45 anos. Têm cursos superiores. São já tendencialmente dependentes dos smartphones e i-phones e das Redes Sociais.

Vivendo num constante vazio, para se sentirem integrados nesta sociedade que se quer global, aderem a modas fáceis, em busca de felicidade efémera que se desfaz como o fumo.

São conhecidos como os NBU ou os Novos Bimbos Urbanos.
1
10 modas parvas: Gin, Sushi, SWAG, Selfie sticks, etc.

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhk8rBJhEpgmsJbBy1p6IS-Tjgt1E59r4Lso1EVyaGEvjZRQd9xqNElDq5EN_o6IgejrYjsrBwMiW6hl_XlfZAURaekBIiGMzl6OZUTBs98aFlD23rP4nhlHzPWwbxA4FsEuqqMvA/s640/modasparvas.JPG

Vivemos num mundo de modas e de gostos influenciados pelos media. Sempre assim foi, agora é ainda mais devido à velocidade e visibilidade que a Internet veio dar a todas as novas tendências. Vamos lá então falar das modas mais parvas que andam por aí.


Gin

Sim, aquele bebida que era a dos nossos pais e que era servida com água tónica e, nos sítios mais finos, com uma rodela de limão. Essa bebida que ninguém gostava e que era azeda, está na moda. Nas prateleiras dos hipermercados, onde outrora havia apenas uma marca, a mais rasca, estão agora uma enormidade de diferentes marcas e estilos. A moda do Gin apareceu do nada, mas planeada, e encostou as caipirinhas e os mojitos a um canto. Sim, é bom, eu bebo e já dei uma vez 14€ por um gin. Sou estúpido. Um palerma, mesmo. Não há bebida que valha esse dinheiro a não ser pelo marketing, branding e impinging que nos fazem. Fazer um gin não é arte, meus amigos. É misturar cenas lá para dentro e logo se vê. "Ai, o copo tem que estar gelado, tem que se passar as folhinhas de menta nas bordas para aromatizar, meter a tónica numa colher em espiral para não quebrar as bolhinhas frágeis da menina.". Menos, se faz favor. Não estou para estar cinco minutos à espera de um gin, para no fim saber igual aos outros todos, especialmente se for o quinto da noite. Tomem juízo. Assim ainda me fazem perder o engate. O gin conseguiu vencer a barreira da mariquice que muitos homens não se sentem confortáveis em ultrapassar. Antigamente, qualquer bebida doce com fruta lá dentro era para gaja ou designers de interiores. Hoje, uma bebida com bagas e folhinhas é de homem. O pessoal deixa-se influenciar com uma pinta, que se lhes dissessem que, para o gin ficar perfeito, o barman tinha que o misturar com a pila, bebiam na mesma.

Kizomba

A Kizomba sempre esteve na moda onde eu vivo, Buraca. Sempre ouvi Kizomba, à força, nas festas das escola e atráves dos carros que passam na minha rua ao som da sua batida característica. Não tenho nada contra, confesso que não é o meu estilo de música, mas até sou capaz de não trocar de estação e até, na loucura, de ouvir com gosto num carro cheio de amigos a caminho da praia. Mas há limites, caraças! A rubrica da RFM "10 músicas seguidas sem parar", deveria chamar-se "5 músicas seguidas intercaladas por 5 Kizombas". Não há paciência, especialmente, porque a Kizomba que nos chega é, na sua maioria, má. É a comercial, que de africana tem muito pouco e é feita só para vender. É engraçado é que não se pode dizer mal da Kizomba sem se ser acusado de racismo. Eu também digo mal do Pimba e isso não faz de mim xenófobo contra os portugueses. Não gosto, acho que as pessoas papam porque dá na rádio e porque não têm paciência para letras que as façam pensar. Não tenho problemas que um Anselmo Ralph encha um MEO Arena, só tenho é pena que não haja tanto público a querer ouvir um Jorge Palma ou um Sérgio Godinho. Se calhar têm que se adaptar e fazer novas versões: Jorge Palma ao piano, com batida Kizomba por trás, a cantar "Agora não mete mais a mão no queixo...". Ou o Sr. Godinho a cantar "Bo tem um brilhozinho nos olhos...".

Selfie Sticks

Os famosos paus de selfie. Pau de selfie faz lembrar uma espécie de condimento para comida ou um brinquedo sexual para auxiliar a masturbação, mas não! É aquele cabo para as pessoas tirarem fotos a elas próprias. No meu tempo, pedia-se a alguém que fosse a passar para tirar uma fotografia e dizia-se "Carregue aqui neste botão". Aquele botão igual em todas as máquinas, mas que nós sentimos sempre necessidade de dizer, não vá a pessoa carregar no flash ou no botão que ejecta a bateria. Devo dizer que reconheço a utilidade dos paus de selfie, acho que até criam um efeito giro e são práticos de utilizar em várias situações. Isso não quer dizer que não sejam ridículos. São. Andar com o telemóvel preso na ponta de uma moleta é só estúpido. Mas o pior não é isso, o pior é que as pessoas andam muito obcecadas com elas próprias. Eu, quando vou a algum lado, estou mais interessado em tirar fotografias às paisagens, aos monumentos, às pessoas na rua e a momentos únicos, do que a mim. Parecem a Cristina Ferreira que tem que aparecer sempre na capa da sua revista. Se querem tirar uma foto do pôr do sol em Belém, para que é que a vão estragar com o vosso focinho?

Sushi

Não gosto. Sim, já experimentei mais que uma vez. Sim, já experimentei diferentes restaurantes. Sim, já me disseram que é uma questão de hábito. Não gosto e não quero experimentar mais, pode ser? Há sempre um amigo que nos tenta convencer que sushi é a melhor comida do mundo! Que nós só não gostamos porque ainda não experimentámos com os planetas alinhados e vestidos todos de ganga. Metam na cabeça que há pessoas que não gostam de peixe cru! Não devia ser assim algo tão estranho, o estranho é gostar. Antes, a norma era não se gostar, mas agora anda tudo maluquinho com o sushi. É uma falta de respeito para com os nossos antepassados que inventaram o fogo. Não percebo como é que se insiste em comer algo que não se gosta. Se não estivesse na moda, ninguém experimentava dez vezes até gostar. Experimentavam uma, ou duas, como eu, e pronto, não gostam, nunca mais lá vão. Mas, como é fixe comer sushi e dá boas fotos para o Instagram, o pessoal obriga-se a comer até gostar. Dêem lá 50€ por um sushi que eu, com isso, janto a semana toda no Zé Manel, na minha praceta, onde gostei logo à primeira.

Fast-food gourmet

Se a moda do gourmet já é parva que chegue, como já aqui escrevi, então o Fast food gourmet é o pináculo do disparate. No fundo, adicionar a palavra gourmet, não é mais do que dizer que é um hambúrguer na mesma, só que no prato e mais caro. Ele é cachorros gourmet, francesinhas gourmet, alheira com ovo gourmet, é tudo gourmet! Um bitoque é um bitoque e nunca pode ser gourmet! O mesmo com tantas outras comidas que são boas porque não são sofisticadas. Tasca gourmet? Isso é a mesma coisa que "Puta de rua, de luxo". Não faz sentido, são conceitos que não ligam. Aliás, a palavra gourmet está tão na moda que eu aposto que já alguma rapariga disse a um namorado o seguinte: "Oh amor, não é nada pequeno, é gourmet. Se fosses Adão até podias tapar isso só com uma folhinha de rúcula.".


Fotografar comida

O gourmet e o sushi deram origem a outro flagelo, o de fotografar a comida. O Instagram e o Facebook foram invadidos por fotografias daquele prato decorado na perfeição. Tenho a certeza que esta moda levou a que muitos restaurantes dessem mais importância à aparência do prato do que ao seu sabor. As pessoas, por seu lado, passaram a dar mais importância ao filtro que aplicam na foto do que ao tempero. Esta comida está insonsa mas eu compenso com um Nashville. Está uma pessoa a tentar fazer dieta e tem o mural que parece um catálogo de receitas para gordos que querem manter as curvas. As únicas pessoas que deviam tirar fotos à comida são as crianças subnutridas de África, porque seria uma recordação de algo que elas não sabem quando, e se, vão voltar a ver.


Twerking

Abanar a peida de forma sexual e com os calções mais curtos do mercado, dois números abaixo, com a desculpa que é uma dança. Por mim, venham mais modas destas! O twerk está para os homens, como abanar o saco dos biscoitos está para os cães salivarem. A moda ainda não está muito disseminada por Portugal, que já se sabe que as portuguesas são todas meninas de respeito. Por isso e porque, talvez, não tenham jeito para abanar o pacote, já que o nosso sangue latino anda muito arrefecido pela austeridade. Quando é bem feito, o twerk e as meninas que o fazem, é sem dúvida hipnotizante. Nós, homens, conseguimos estar horas a ver um rabo jeitoso a rebolar-se todo. É genético e diz que faz bem à circulação. No entanto, é uma moda parva, especialmente quando é feito em nome da não objectificação do corpo da mulher. Ridículo, mas continuem a fazê-lo, se faz favor.


SWAG

O SWAG é o que a malta jovem chama ao estilo. Implica ter bonés com autocolantes de origem, camisolas de alças, calções curtos a mostrar a esquina do cu, óculos escuros e fumar para a foto. Cores berrantes, gorros com pompons no pico do Verão e leggins com padrões à Joana Vasconcelos. O que mais me irrita no SWAG é quem adere a esse estilo dizer que tem SWAG. É a palavra em si que me irrita. O estilo, em si, não me faz grande confusão, sempre houve modas parvas e cada um veste o que quer, mesmo que pareça que foi vestido por um estilista autista e daltónico. É lá com eles. Metam a calça no fundo do cu a mostrar os boxers e vistam roupa artística à vontade. Vocês vestem o que quiserem e eu digo o que me apetecer. Digo, por exemplo, que esse cenário que vocês pensam que bate bué, é pausa que que vos faz parecer pintassilgos vestidos de palhaços.


Running

Toda a gente corre, mas já ninguém diz que corre. É muito mais fino dizer "Hoje não vou poder ir ao teu jantar, porque tenho que ir fazer running". Aliás, aqui na Buraca, efectuam-se manobras de fuga em running! Muito mais fino que dizer que se fugiu a correr dos bandidos. "Ontem fiz mais cinco quilómetros em 53 minutos", partilha-se amiúde no Facebook. Mas quem é que quer saber? O que é que a mim me interessa qual a distância que vocês percorreram a pé, enquanto eu estava sentado ao computador a comer donuts?! Correram? Efectuaram um running gostoso? Epá, que bom para vocês! Levaram o iPhone no braço e foram vestidos com roupa de marca que vos custou cem euros? Epá, bom para vocês! Não, não me interessa a marca dos vossos ténis. Eu não vos chateio com os meus feitos, pois não? Aliás, no outro dia também fiz 6km. De carro. Para ir buscar três pizzas. Não me viram a vangloriar-me disso, pois não? Vou começar a colocar no Facebook "Guilherme Duarte, acabou de efectuar fucking durante 3 horas e 22 minutos. 670 kcal gastas. 1 orgasmo masculino e 14 femininos. Subiu de nível para master fucking warrior."

Sumos detox

Nunca experimentei nenhum, mas até sou gajo para o fazer um dia destes. Um sumo detox no fundo é uma sopa fria. Uma espécie de gaspacho mas com "super-alimentos", que são também eles, por si só, uma moda parva. As mulheres acham que beber sumo detox as vai fazer expelir pelo ânus toda a porcaria que comem durante o dia. "Bem, vou comer dois Big Macs, que mais logo bebo um sumo com chia, bróculos e sementes de girassol tresmalhado do Zimbabwe, mando isto tudo cá para fora". Os homens bebem às escondidas, tendo medo de ser rotulados como quem tem um piquinho a azedo, como tem a maioria desses sumos. Mais uma vez, nada contra, bebem à vontade, até fazem bem à saúde. O que mais me irrita é o orgulho com que gritam aos sete ventos que acabaram de beber um sumo.

Estágios não remunerados

Para o fim, a moda mais parva de todas. A moda das empresas que acham que ter trabalho de borla é bom. Aquelas empresas que contratam estagiários e que já sabem que não vão ficar com eles. Que sabem que eles vão dar o máximo e trazer ideias frescas para a empresa, mas que são dispensáveis a partir do momento em que tenham que lhes dar ordenado.
"Procura-se colaborador, recém-licenciado, que saiba falar cinco línguas, saiba fazer mortais encarpados à retaguarda, saiba cozinhar comida asiática e mediterrânea, tirar cafés, com conhecimentos sólidos das ferramentas office e grande capacidade de sacrifício, de lidar com o stress e que tenha um espírito de equipa fantástico, para se juntar à nossa, já fantástica, equipa. Oportunidade imperdível para aprender e crescer profissionalmente. Salário fixo de 0€. Não é negociável."

quarta-feira, agosto 19, 2015

II CIMEIRA DOS MENINOS

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OS NOSSOS SENADORES GOSTARAM MUITO DO
LOCAL DO NOSSO ENCONTRO NO RESTAURANTE
DOS MENINOS E VÃO VOLTAR


Sim, a nossa MINISTRA DE TURNO DOS EVENTOS, MANUELA MASCARENHAS envia a

CONVOCATÓRIA

Na ausência da Dina e da Manuela BS, sou eu que vou tratar do almoço de terça-feira, dia 25.

O almoço terá lugar no restaurante "Os Meninos", Rua Quinta do Charquinho, em Benfica. É um local onde já fomos várias vezes. A.ementa será:

Entradas
Filetes com arroz de tomate e salada
Sobremesa (doce ou fruta)
Café

Bebidas: Vinho branco ou tinto, cerveja, água
15.50 €/pessoa


Preciso de ter respostas até 2ª. feira. mpenamasc@gmail.com - tlm 912931873 - fixo 217151212
Podes pôr isto na Tranca e na Sala?
Obrigada e abraço


sexta-feira, agosto 14, 2015

MURAL DO ZÉ CARLOS CARVALHO

UM NOTÁVEM MURAL DO NOSSO
COMPANHEIRO ZÉ CARLOS CARVALHO
REPRESENTADO A INDECISÃO DO
ABEL COTRIM ,NO MOMENTO DO
VOTO


Este mural vai se reproduzido em tamanho kolossal na sala VIP do Aeroporto de Lisboa

quinta-feira, agosto 13, 2015

FESTIVAL DE CINEMA DE LOCARNO 2015 5-15 DE AGOSTO

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MAIS UM FESTIVAL DE CINEMA ONDE
HÁ CINEMA PORTUGUÊS


FESTIVAL DE CINEMA DE LOCARNO . 5 A 15 DE AGOSTO

Maria do Mar em Locarno
Festival de Locarno 2015.

Na Suíça, em Locarno, continua a decorrer o festival de cinema. A curta-metragem do realizador português, João Rosas, "Maria do Mar" participa na mostra através da secção Leopardos e foi ontem dia 12, apresentado no grande ecran.. A curta foi premiada em Julho em Vila do Conde.

quarta-feira, agosto 12, 2015

A BUNDA QUE ENGRAÇADA

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REPOSIÇÃO A PEDIDO

A BUNDA, QUE ENGRAÇADA

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FOI DOS TEXTOS MAIS LIDOS
NA VELHA TRANCA,HOJE EM DIA
AINDA MUITO ACTUAL

Pois é tudo isto e também até já foi, objecto de teses de doutoramento.
Por cá, também, por influências de nosss irmãos dos trópicos, lhe chamamos bunda e bumbum, mas traseiro, rabo, cú e peidola, são as suas denominações mais usadas entre nós.
No antigo RC e agora no Revenue, abunda sempre foi favorita entre o pessoal, que vê nela um interregno delicioso, um belo escape, para o aborrecimento da monótona visualização de outros "queues", estes muito informáticos, muito sem graça.
Muitos autores tentaram ao longo da História, sistematizar uma classificação
das bundas quanto à sua forma, sendo a tese do Prof. C.H.Pimenta, a que
maior cocordância concitou na comunidade cientifica.
Segundo este académico, as bundas podem catalogar-se por tipos, e que para ele são:
-Tipo maçã - redondinhas e duras
-Tipo pêra - finas em cima e largas em baixo
-Tipo offload - tão volumosas que não cabem na mini-saia, transbordado-a
-Tipo prateleira - con as pretoberâncias calipigias superiores mais desenvolvidas com descida abrupta .
Tipo PROS - optimizadas por efeito do "constrained" que constitui a calcinha de lycra.
-Tipo casca de laranja - com imensos buraquinhos causados pela celulite
-Tipo noshow - sem rabo algum
-Tipo gelatina - como um pudim bamboleante.
-Tipo boomerang - ossudo e metido para dentro.
Muitos outros cientistas sociais têm opinado sobre tão agradável matéria, como o cronista brasileiro ARNALDO JABÔR, que diz:
"A bunda virou um instrumento de ascenção social. Nossas meninas se cuidam desde cedo, chegando a sentar-se em penicos e cadeiras sem fundo, uns tantos minutos por dia, para arredondar as suas formas calipígeas, e obrigando-se a rebolados cada vez mais desbragados"
Já o humorista AGANEMON, acha que:
"A bunda é hoje em dia um capital"
"Há que valorizar o produto interno". "Há um nicho de mercado importante na área dos traseiros, das bundas e nádegas da ordem dos milhões de dólares"
"A bunda é uma comodity de alto valôr e tem cotação empinada em Wall Street"
"A bunda brasileira não tem competidoras, ela é criada solta, ciscando no quintal, trepando muro, rebolando na praia, no líbibo da gente. É ex-libris nacional"
A bunda não escapou também à pena de JORGE AMADO:
"A bunda é nossa amorável imperfeição. é bela, é criadora, é a raça, é a alegria"
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE não se conteve mesmo, e perante a imagem de uma bela bunda. escreveu e dedicou-lhe este admirável poema que aqui reproduzimos:

A bunda que engraçada
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A bunda, que engraçada.
Está sempre sorrindo, nunca é trágica.
Não lhe importa o que vai
pela frente do corpo. A bunda basta-se.
Existe algo mais? Talvez os seios.
Ora - murmura a bunda - esses garotos
ainda lhes falta muito que estudar.
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A bunda são duas luas gêmeas
em rotundo meneio. Anda por si
na cadência mimosa, no milagre
de ser duas em uma, plenamente.
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A bunda se diverte
por conta própria. E ama.
Na cama agita-se. Montanhas
avolumam-se, descem. Ondas batendo
numa praia infinita.
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Lá vai sorrindo a bunda. Vai feliz
na carícia de ser e balançar.
Esferas harmoniosas sobre o caos.
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A bunda é a bunda,
rebunda.
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Já para alguns colegas cá da casa:
"A bunda quando é bela, ela fala connosco, põe-nos a sonhar, faz-nos entrar num estranho turpor hipnótico, numa outra dimensão estelar, ela tem até legendas..."
Mas voltemos na ARNALDO JABÔR:
"Para os anglos saxões o símbolo maior são os seios. Leiteiros, alimentícios, enormes a transbodarem das páginas de revista de mulher pelada. Para nós, o bumbum, por infecundo, tem imagem mais propícia para sacanagem sem perigo"
"Muitas mulheres de bundas bonitas chegam a ter ciúmes das suas formas calipígeas"

"A mulher de bunda bonita caminha como se fosem duas"
"Ela e a sua bunda" , "Uma fala , a outra cala e todos olham.."
"A mulher de bunda bonita não tem sossego, está sempre consciente do tesouro que reboca"
"A mulher de bunda bonita, mesmo de frente, ela está sempre de costas"
A socióloga PAOLA VANESSA DIAS escreveu mesmo um estudo sobre o tema : O PODER HIPNÓTICO DOS TRASEIROS":
"..PERANTE UMA BUNDA BONITA, NENHUM HOMEM TEM CAPACIDADE PARA DELA DESPREGAR O SEU OLHAR, mesmo sob pressão vigilante e restritiva da mulher ou namorada.."

Já o antropólogo brasileiro ROBERTO DA MATTA, menciona a bunda, como denominador nacional do mais alto prestígio:
"Certamente mais integrador que a Constituição Federal e as leis trabalhistas,ela é o símbolo raiz de uma coesão interna, essa bunda lunar, estruturalmente dividida pelas suas intrigantes bochechas hemisféricas, ela é o nosso ponto de chegada e fuga"
Entre nós.quem não recorda os gritos entusiasmados do GIOVANNI FERNANDES , quando logo pela manhã entrava conclamando: "ecco, il meglio culo di Catânia"
A bunda bonita, afinal, não é indiferente a ninguém.
-É!! tu aí, sim tu.Para onde estavas a olhar???!!!

segunda-feira, agosto 10, 2015

AS TRANCAS BEM GUARDADAS

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AS VELHAS TRANCAS MANUAIS, ESTÃO
DIVIDAMENTE GUARDADAS E ENCADER-
NADAS , NUM TRABALHO DO NOSSO
COMPANHEIRO TOMÉ GOMES


O guardiãi é como se vê o DOUTOR GRILO

preliminares

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Abraão levou o filho para o deserto.... amarrou-o a uma árvore e acendeu
uma fogueira debaixo dos seus pés.
De repente, uma voz:
- Abraão, Abraão, que é isso ????
-Senhor, Senhor eu estou sacrificando o meu filho, conforme a Vossa ordem !!!!
- Não, Abraão, eu só queria medir a sua fé !!
- Mas Senhor....!!!!
- Abraão, solta o menino !!!!!
Abraão soltou o filho. O menino saiu disparado...correu, correu, correu,
e Abraão gritava:
- Filho volte, filho volte, o Senhor libertou-te !!!!
O menino parou, longe, e gritou:
- Libertou o tanas !!! Se eu não fosse ventríloquo estava quilhado!

quarta-feira, agosto 05, 2015

quinta-feira, julho 30, 2015

CIMEIRA DA SARDINHA ASSADA

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ESTE MÊS DE JULHO A NOSSA REUNIÃO
MAGNA REALIZOU-SE NA CHARNECA DA
CAPARICA E TEVE A GRAÇA DE PIA DE
CIMEIRA DA SARDINHA ASSADA.




Em meses de Verão, de férias de calendário, até os nossos senadores, que têm férias IATA, abandonam a capital em demanda do fresquinho das praias do sul, pelo que as nossas reuniões de "trabalho" são menos concorridas.Aparecem só os dos seviços mínimos...

Desta vez estiveram em acesa discussão dos itens da Cimeira

O Chico Santos Costa (patrono das sardinhas), a Ju, a Dina,o Pereira de Sousa, o Tomé Gomes e a Manuela Brito e Silva.


Desta vez, aqui o vosso escriba, não pôde estar presente, pois estava em Castro Verde a participar na Batalha de Ourique, e debaixo dum calorzinho delicioso, ajudei a escurraçar a moirama, como lhe chamava o Garção, os tais 5 reis mouros, que afinal eram sunitas do Daesh, e ficaram sem cabeça, já não contam...



As imagens que aqui podem vêr , são da douta autoria do CHICO SANTOS COSTA, que como sempre, enriqueceu a imagem dos que se juntaram em volta da mesa.
Todos ficaram mais bonitos.

A estrela da Cimeira foi mesmo o Tomé Gomes, a exibir o seu chapeu de palha dos tempos em que viveu no nordeste do Brasil, e que conduziu as bóiadas e participava nos ródeos caipiras.

O Planning para Agosto já ficou feito, mas os nomes não podem ser revelados, segredo de justiça.
O local, não vai poder ser Miami como chegou a ser falado, a turma da Calle Ocho, não deu autorização.

sábado, julho 25, 2015

preliminares

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PRELIMINARES


Um Homem estava a ver TV na sala, a beber cerveja e a comer amendoins como aperitivo;
-discretamente 'vigiava' a sua filhota de 13 anos que namorava na varanda.
Cheio de sono, a cerveja fazendo efeito, começa a coçar o ouvido com um amendoim;
tanto coçou até que a casca se partiu ficando um miolo entalado dentro do ouvido.
O Homem fica desesperado, começa a tentar tirar o amendoim com o dedo e empurra
mais para dentro; pega uma tampinha de caneta Bic e... o amendoim entrou ainda mais .
Nisto o Homem já louco, gritando, chama a mulher que veio correndo apavorada;
ao aperceber-se da situação, já queria levar o marido bêbado para o hospital.
-Eu não quero ir para o Hospital... que merda!!!
- Sou um Homem de posição, não me posso expor ao ridículo...
A filha e o namorado (de 17 anos...) entram na sala para ver o que estava acontecendo.
-Diz a filha : -pai... que é isso! Que vergonha!
-O gaiato (namorado da filha) tenta controlar a situação:
- 'Tenha calma que eu resolvo o problema'!
Quando era escuteiro, socorria os meus amigos em casos de emergência!!!
O Homem, em pânico, acabou por aceitar ajuda.
Então passou à acção:
Mete dois dos seus dedos no nariz do futuro sogro, e diz:
-Fecha a boca e sopra pelo nariz com bastante força!!!
E não é que o maldito amendoim saiu do ouvido?!?!
Após o feito, o namoradinho sai todo convencido, a filha toda apaixonada
e a mãe encantada com o eficientíssimo futuro Genro, diz para o marido:
-'Viu que lindo!? Tão calmo e controlado nas emergências!? Vamos ter um
Genro maravilhoso!! O que será que ele vai ser?!?!?! '
E o marido, pensativo e com ar sisudo, responde:
- 'Pelo cheiro dos dedos do 'filho da puta', vai ser ginecologista!!!!'
















quarta-feira, julho 22, 2015

CIMEIRA DA SARDINHA ASSADA


NESTE MÊS DE JULHO A NOSSA ASSEMBLEIA MAGA
VAI TER LUGAR NA CHARNECA DA CAPARICA, SERÁ
A NOSSA 103ª. E FOI BATIZADA COM O NICK
NAME DE CIMEIRA DA SARINHA ASSADA

Desta vez , a Produção foi condoada ,pela nossa PM DINA ao COMISSÁRIO CHICO SANTOS COSTA, e são estes os detalhes:


CIMEIRA DA SARDINHA ASSADA
Encarrega-me a Srª D. Dina, Ministra dos Comes-e-Bebes de divulgar mais uma Cimeira que se passará assim:

Almoço, 28 de Julho, 13 horas


ENTRADAS:
Queijinhos, bolinhas de alheira, salgadinhos, azeitonas, manteigas

PRATO:
Rodízio de sardinhas assada ( até fartar ) com batata e salada
( quem não gostar pode optar por outro prato - convém avisar antes )

SOBREMESA:
Morangada com gelado

BEBIDAS:
Vinho tinto e branco da casa, refrigerantes, aguas
Café

Preço 17,00€


Restaurante:
Oh Carlos
Rua Pedro Costa, 1247
Estrada da Charneca da Caparica em direcção à Fonte da Telha
Telefone: 212 961 128
GPS: N 38.606720º W 9.185982º

Parque automóvel privativo para mais de 100 viaturas
Autocarros TST directos da Praça de Espanha e Alcântara nº 159 direcção Marisol
Paragem a 30 metros ( Junto à Escola Carlos Gargaté )

Facebook:
https://www.facebook.com/ohcarlosrestaurante
Web:
http://www.restauranteohcarlos.com.pt/

Confirmações até dia 27 ( segunda feira )

domingo, julho 12, 2015

GENTE NOSSA - CASCADA

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mercado de sintra


a 12 de julho nasceu AMEDEO MODIGLIANI

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Amedeo Modigliani

Amedeo Modigliani, 1906.
Nome completo Amedeo Clemente Modigliani
Nascimento 12 de julho de 1884
Livorno
Morte 24 de janeiro de 1920 (35 anos)
Paris
Residência Paris
Nacionalidade Itália italiano
Cônjuge Jeanne Hébuterne
Filho(s) Jeanne Modigliani (1918-1984)
Ocupação Artista plástico e escultor
Movimento estético Modernismo

Amedeo Clemente Modigliani (Livorno, 12 de julho de 1884 — Paris, 24 de janeiro de 1920) foi um artista plástico e escultor italiano que viveu em Paris.

Artista principalmente figurativo, tornou-se célebre sobretudo por seus retratos femininos caracterizados por rostos e pescoços alongados, à maneira das máscaras africanas.


Morreu aos trinta e cinco anos, em condições de extrema pobreza material, vítima de meningite tuberculosa, agravada pelo excesso de trabalho, álcool e drogas.

Modigliani nasceu em uma família judia, em Livorno, Itália.

Seu trisavô materno, Solomon Garsin, emigrara de Túnis para Livorno no século XVIII. Os Garsin eram originários da Espanha, de onde haviam sido expulsos, no final do século XV, transferindo-se para Túnis.1 2 Depois eles se transferiram para Livorno, onde nasceu o bisavô materno de Amedeo Mogigliani, Giuseppe Garsin - filho de Salomon Garsin e de Régine Spinoza. 3

Já a família paterna, os Modigliani, era provavelmente oriunda de Modigliana, perto de Forli, na região da Romagna. Antes de se estabelecerem em Livorno, teriam vivido em Roma, onde exploravam uma casa de penhores. Segundo Jeanne Modigliani, um certo Emanuele Modigliani teria sido encarregado pelo governo pontifical de fornecer o cobre necessário às emissões extraordinárias de moedas dos dois ateliês pontificais. Posteriormente, não obstante uma lei dos Estados Pontifícios que proibia a posse de terras por judeus, Emanuele teria adquirido um vinhedo nas encostas do Albani, sendo, logo em seguida, obrigado pelas autoridades a se desfazer da vinha. Inconformado, ele teria então deixado Roma, com toda a sua família, para se instalar em Livorno, em 1849. Naquele mesmo ano, Giuseppe Garsin, depois de sofrer sérios reveses nos negócios, decide deixar Livorno e partir , com a mulher, Anna Moscato, e o filho, Isaac, para Marselha onde foi bem-sucedido.3

Amedeo Modigliani foi o quarto filho de Flaminio Modigliani e sua esposa Eugénie Garsin, filha de Isaac e Régine Garsin. Na época, os Garsin eram relativamente abastados - sobretudo um dos irmãos de Eugénie, Amédée Garsin, que enriquecera especulando com imóveis e mercadorias. Já os Modigliani tinham empobrecido, chegando à falência. Flaminio dedicava-se aos vários negócios da família, que incluíam mineração e agricultura na Sardenha, além de atividades comerciais em Livorno. Mas os negócios andaram mal. Foi o nascimento de Amedeo que salvou a família da ruína total, pois, de acordo com uma lei antiga, os credores não podiam tomar a cama de uma mulher grávida ou de uma mãe com um filho recém-nascido. Os oficiais de justiça entraram na casa da família, justamente quando Eugénie entrou em trabalho de parto. A família então protegeu seus pertences mais valiosos colocando-os por cima da cama da parturiente.3

Na infância, Amedeo sofreu de diversas doenças graves - pleurisia, tifo e tuberculose -, que comprometeram sua saúde pelo resto da vida e cujo tratamento forçava-o a constantes viagens, até sua mudança definitiva para Paris, em 1906. Também por causa da saúde precária não recebeu educação formal e voltou-se para o estudo da pintura, iniciado na cidade natal, que prosseguiu em Veneza e Florença. Teve uma estreita relação com sua mãe, que lhe deu aulas até que ele completasse dez anos, e começou a desenhar e pintar precocemente, antes mesmo de ir para a escola. Aos quatorze anos, durante uma crise de febre tifóide, ele delirava e, em seu delírio, falava que queria acima de tudo ver as pinturas no Palazzo Pitti e nos Uffizi, em Florença. Sua mãe então prometeu a ele que, assim que se recuperasse, ela o levaria a Florença; de fato, não só cumpriu a promessa como permitiu que o filho fosse trabalhar no estúdio de Guglielmo Micheli, um dos pintores mais conhecidos de Livorno, de quem Amedeo recebe as primeiras noções de pintura. No ateliê de Micheli, ele conhecerá, em 1898, o grande Giovanni Fattori, sendo assim influenciado pelo movimento dos Macchiaioli, em particular pelo próprio Fattori e por Silvestro Lega.

Em 1906, Modigliani transfere-se para Paris e, ao fim de três anos de vida boêmia, executa uma de suas obras mais importantes: O violoncelista, que expôs no Salão dos Independentes de 1909.

Como outros pintores e artistas do seu tempo, viveu a experiência da extrema pobreza. Por meio dos companheiros de arte, conheceu o poeta polaco Leopold Zborowski, que se tornaria seu melhor e mais devotado amigo, além de incentivador e marchand. Em 1917, Zborowski consegue para Modigliani uma exposição individual na Gallerie Berthe Weill. A exposição durou apenas um dia, pois se transformou num escândalo graças aos nus expostos na vitrine da galeria.

A grande musa de Amedeo foi Jeanne Hébuterne, com quem teve uma filha, Jeanne, em 1918. Complicações na saúde fazem o pintor viajar para o sul da França com a esposa e a filha, a fim de recuperar-se. Retorna a Paris ao final de 1918.

Na noite de 24 de janeiro de 1920, aos 35 anos, Modigliani morre de tuberculose. Foi sepultado no famoso Cemitério do Père-Lachaise, em Paris.4

No dia seguinte à morte do companheiro, Jeanne, grávida de nove meses, suicida-se, atirando-se do quinto andar de um edifício.

Fruto de diversas culturas, amigo de tantos artistas e encontrando-se numa conturbada fase de questionamentos e transições, sua obra entretanto não pode ser considerada filiada a nenhuma escola, sendo toda ela dotada de um estilo próprio e autônomo.

Seus nus, que provocaram escândalo em seu tempo, revelam não sensualidade, mas um desnudamento da alma humana. Seu estilo faz parte de um momento em que a arte pictórica, confrontada à fotografia, lutava para manter seu espaço, seus valores e sua estética.

Escultura

O encontro com o escultor Constantin Brancusi marcou a carreira de Modigliani, que por um longo período abandonou a pintura pela escultura. Impressionado pelo cubismo, muito influenciado por Cézanne, Toulouse-Lautrec e Picasso, o artista executou nesse período esculturas nas quais se misturam influências da escola de Siena e da arte da África negra, sobretudo das esculturas do Congo e do Gabão. Nota-se em suas esculturas uma forte influência da arte africana e cambojana, que provavelmente conhecera no Musée de l'Homme. Seu interesse pelas máscaras africanas é evidente no tratamento dos olhos de seus modelos.

A partir de 1912, com o agravamento de sua doença, Modigliani abandona a escultura, concentrando-se apenas na pintura

quarta-feira, julho 01, 2015

CRÓNICA DA CIMEIRA DOS MENINOS

.
O NOSSO ENCONTRO DESTE MÊS TEVE LUGAR
EM BENFICA E COM O NICK CIMEIRA DOS
MENINOS


Foi muito divertida esta nossa Cimeira, bem disposta e com tagarelice muito viva.
Estivemos 18 senadores à volta da bancada , e não houve tabus nas memórias, de tudo se falou.


Desta vez saí do Lisbon South Bay, (como agora passou a ser conhecida a Margem Sul) com o nosso colega e agora meu vizinho Helder Mesquita, e fomos recebidos à porta da Cimeira, pelo nosso amigo e senador Ricardo.

À mesa estiveram


Alice Teles,Anabela,Zé Manel Guedes Vaz,Mendonça,Carlos Correia, clã Chico Santos Costa,Ju, (3),Zé Herdeiro,Coelho de Almeida,Dina,Tomé Gomes,Norberto,Helder Mesquita,Canelas,Pereira de Sousa,Augusto.



De inicio uma má noticia, o nosso companheio Farinho está hospitalizado .Paraa ele um desejo que regresso rápido, pois a sua presença nas nossas Cimeiras é muito frequente e participativa nos debates. Força amigo.



Desta vez as tricas clubisticas não tiveram o mesmo cariz, o Soba não apareceu e as bocas incidiram mais sobre o episódio que levou o Jesus para Alvalade....


Falou-se. é claro, na incrivel venda da TAP e na origem evangelica do Mormon que é agora o dono daquilo tudo, já que todos concordaram ,o Barraqueiro é apenas "vaquinha de presépio", de aviação só percebe de aviar ao balcão, e aquela figura anafada de vendedor de feira. não é nada apresentável em qualquer reunião de marketing.
Houve sim ,preocupação geral pelos colegas que ainda estão no activo , pois essa história de palavra de novo patrão de não ir haver despedimentos, é treta que os trabalhadores da Azul já ouviram antes e...





Recordámos outros momentos dificeis porque passámos no nosso tempo, como a ocupação do Reduto TAP pela tropa, da invasão da policia de choque, e dos "despedimentos" mascarados de reforma antecipada na época infeliz da ligação à Swissair .



Mas também as memórias boas, as fantásticas madrugadas com os melhores menus de Lisboa, levados de casa de cada de nós, e degustados ao longo do turno. Os melhores petiscos eram os do turno do Marcelo, um verdadeiro gourmet que nunca começava uma degustação sem agradecer a Budha e aos deuses...


E em matéria de memórias não escaparam as que recordam as escapadas em grupo aos teatros e aos filems de culto de época, como ao LA GRANDE BOUFFE, TARZOON A VERGONHA DA SELVA etc.



No finalzinho, falou-se em sugestões para próximas Cimeiras, e a que mais vingou foi a que , a de Julho irá provavelmente acontecer na Charneca da Caparica, num banquete de sardinhas, sob a batuta do Chico Santos Costa, grande promotor da LISBON SOUTH BAY.

Por falar do Chico, mais uma vez produziu este notável slide show das nossas xipalas.



E para o mês que vem há mais




e às despedidas



a carta era da MAIZENA

quinta-feira, junho 25, 2015

texto colectivo "o milagre das rosas"

..
REEDIÇÃO do TEXTO DO NOSSO COLECTIVO
do CONTROLE CENTRAL DE RESERVAS DA TAP.
SENTADOS À VOLTA DA MESA, NA ANTIGA SALA
DE CONVIVIO , ESCOLHIAMOS UM TEMA, CADA
UM DAVA UM PALPITE SOBRE ELE, UM DE NÓS,
QUASE SEMPRE O CASCADA, NO FINALZINHO
ESCREVIA A SÍNTESE DO BRAINSRORM.

Este texto que aqui deixo hoje, foi um dos que mais êxito teve:

TEXTO COLECTIVO "O MILAGRE DAS ROSAS OU ASCENÇÃO E QUEDA DA ARAGONEZA DOS MILAGRES


texto de qualidade
O MILAGRE DAS ROSAS
ou
A ASCENSÃO E QUEDA DA ARAGONEZA DOS MILAGRES


.
Corre o anno domini de 1285
Estamos na capital do Reyno de Portugal onde tudo vai bem e nada vai mal.
Amanhece. Com a brisa leve e cheirosa do Mar da Palha correm badaladas e acordes de cantochão pela atmosfera límpida. Esvoejam passarinhos em derredor dos campanários e o mosquedo infesta a urbe fedorenta.
Brincam meninos nos becos, namoram sopeiras pelos balcões, engalfinha-se a moçada pelos terreiros em justas de grossa porradaria. Queimam-se bruxas nas praças, zurzem-se putas e ladrões, vendem-se cachuchos e cabras, pilecas , escravas e tudo, uma velha sopra num canudo e um frade barrigudo vende bulas a tostão..
No castelo tremulam flâmulas e ceroulas. Passam cavaleiros de pendão e da Sé sai uma procissão. à frente vai o Prior, atrás dele o sacristão de vela acesa na mão; seguem-nos trinta velhas coxas e marrecas entoando cantochão. Depois a Sagrada Congregação das Escravas do Sagrado Coração.
Nos arcos do Hospital de Todos os Santos arrastam-se coxos e gafos exalando pestilências; os insanos berram insolências aos passantes e uma velha de ares importantes vende castanhas, chupa-chupas, boletas e outras iguarias tamanhas.
E o alcaide Marchueta, bêbado da pingoleta, enfrasca-se c'as barregãs numa tasca ao pé do Paço.
No Paço tremula o pendão dos borgonhas, região de boa pinga e terra natal dos antepassados de El-Rey.
No terreiro agita-se a turbamulta dos vendilhões e das varinas, das criadas e moços de estrebaria, de mistura com caraveleriros de Cacilhas, mercadores de Veneza, mesteirais pançudos, aprendizes escanzelados, almocreves, mouros de Rabat-Salé, turistas do Texas e cobradores de impostos.

De por entre o tumulto avulta uma festiva roda de meninos queques. Uns muito frics nos seus briais de jeans e balandraus Yvo São Laurêncio esgarçam os fundilhos pelos degraus da estátua; outros meio zonzos da pedrada engrolam cantigas da Joana Baez e do François Villon ao som de pífaros de pau e corno.É a clientela habititual de Isabel de Aragão, nome de solteira da ex-mulher de um industrial de panificação e viúva de um pastor luterano de Bronx, a mesma que El-Rey encomendara para o seu leito num dia de grande ressaca.
De entre eles, uma donzela muito pintada e dengosa, estilo avenida da Cidade Eterna, clama pela raínha:
-Oh Isabiel, Isabiel! Dê cá uma passa que a menina tá p'ssiessa!...
Isabel muito chanada, dormita tapada com o manto de chamalote, encostada à grade do urinol. Acorda c'a corôa à banda.
-Chata! Acabou-se a erva. Espere! (e arrotou).Assoou-se ruidosamente à faixa de Miss Aragão 1263, uma velha faixa de linhagem já muito ruída da traça, queimada das beatas e cheia de nódoas de caldeirada.
-Ai caraças! Onde é que estarão os putos do Diniz?!!
-João Afonso, ó João Afonso!
Os três bastardinhos saiem de trás do carrinho de um mercador de pevides.
-Oh Afonso! A Santinha tá a chamar. Grita um deles, ruço e com a ranhaça a cair-lhe no beiço.
-Binde cá ó bastardinhos! Ide mui asinha à minha alcova no Paço e trazei-me o misterioso pacote que está na prateleira do penico. não leixeis que el-rey bosso paizinho bos beja senão bamos todos de cana. Ide, ide asinha!
Na sala de armas el-rey joga à carica com o escanção dom Raposão Mendes, sob o olhar oblíquo e ciumento do palafreneiro Don Quicas de Vilariques - vulgo Quiquinho das Pilecas, e do Bispo de Coimbra, que lia boquiaberto os títulos da "Gazeta do Paaço":
.
-"O MESTRE DE CALATRAVA HÁ TRÊS MESES QUE NÃO CAGAVA?"
-"O PAPA CLEMENTE DEU TRÊS TRAQUES DE REPENTE"
-"O GRÃO DUQUE ESTANISLAU CHAMUSCOU O PIRILAU"
-"A IRMÃ DE MAOMÉ ERA VIRGEM,JÁ NÃO É"
-"O GRÃO MONGOL TEM O CÚ EM CARACOL".
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O Bispo engasgou-se ,teve um trovejante ataque de tosse e comentou:
-Isto está cada vez pior! Já um cristão bem pensante não pode sair à rua!...
-Quem é que não pode sair à rua? Inquiriu el-rey.
-Sou eu meu Senhor, sou eu, ...Acovardou-se o Bispo.
-A propósito. Tenho que ir à rua. Palafreneiro! Sela-me já aí uma azémola para eu ir à Adelaide do Beco das Naus! De caminho traz-me os falcões que me ofereceu o Duque da Saxónia. Vamos dar um jeito aos pombos do Rossio.
-O Duque da Saxónia tem uma grande caximónia...
Casquinhou o truão Canelas empoleirado num trenó Queen Anne, vulgo Quinéne.
.

-Um dia ainda te dou cabo dos guizos. Resmungou o palafreneiro a abeberar na ciumeira.
Entretanto irrompe pela sala o Afonsinho IV com a Constâncinha pela mão:
-Ó pai a infantinha tá a chorar!
Àparte do truão:
-Pudera, tem a corôa cheia de ferrugem!
-Desempachai-me o caminho que tenho um negócio de Estado, ide-vos aporrinhar a avó Brites!
Para aumentar o chavascal entra o Ouvidor das Alfandegas:
-Senhor , a nau do Barreiro encalhou no Mar da Palha. Ainda ficamos sem pitrol pró jantar, já lá se foram trinta pipas barra fóra...
E Dona Cunegundes Amaro, alcoviteira-mor , aproveitando a deixa com um sorriso de esverdinhada e pérfida satisfação:
-Alteza! O Infante D.Afonsinho anda a fazer barquinhos de papel com os mapas do descobrimento das Canárias!

-Ponham-me esse barrasco a ferros! E não me lixem mais a real mona que vos degredo a todos para o QCM fazer kápapontos
Pausa em que o rei calça as luvas de pele de cão.
-Oh não, só me faltava mais esta!!! Que me quereis irmãnzinha?
Tratava-se de Irmã Gaspara do Santo Socorro dos Aflitos, secretária da raínha. Lavada em lágrimas gemia:
-Senhor, senhor. Sua Alteza a raínha está outra vez chanada. Ai valha-me Santo Inácio de Loyola, que triste exemplo para os infantinhos! E assoava-se às às fraldas e desfiava o rosário. Àparte do bobo:
-Santo Inácio de Loyola tem macaquinhos na tola!
-Que me dizeis? Sobressaltou-se el-rey.
-É verdade Senhor. Fungou ela.Assim mesmo os bastardinhos levaram um pacote de liamba para o terreiro onde se levantava grande alarido.
-Ah, essa vaca aragoneza...Assim que lhe tiram o cangote pira-se logo do Paço.,
-Oh Condestável! Onde está o meu Condestável?
Entra o Condestável de lança e montante .Um azeiteiro especializado unta-lhe as dobradiças da armadura.
-Condestável de Atouguia, organizemos já uma expedição punitiva ao terreiro. Precisamos de recuperar a Rainha para o sistema!
-O Visconde de Atouguia apertou o papo à tia! Bolsou o truão..
-Tragam-me o trono. Trombeiro Mor, manda tocar a reunir. Gritou o Rey. De repente entra na sala um jerico espanhol, arrastando com uma grande chiadeira o trono gótico de Afonso Heniques, El-Rey sentou-se endireitando a coroa ,afogueado.
-Tragam-me os mapas! E confidencialmente:
-Chegue-se cá ó Condestável! Olhe, você ataca pelo Arco da Rua Augusta com os seus alabardeiros que eu com os meus archeiros ataco pelo lado do Ministério da Marinha. O sargento Raminhos vai pelo Campo das Cebolas com a peonagem, enquanto o Conde de Andeiro ataca pela Rua do Arsenal... e diga à minha sogra que não venho jantar.
-O Conde de Andeiro tem um furo no traseiro. Soltou-se o truão.
O boato começou a correr
Às onze horas o povoléu começou a agitar-se ante o aparato bélico que se aprestava para o ataque.O boato começou a correr que a Rainha estava outra vez chanada. Pouco depois surge Don Diniz seguido de grave e façanhuda comitiva. Logo atrás do Rey, o Primaz de Braga resplandescente de lantejoulas, rendas de bilro, misssangas e pechisbeques. Depois o Meirinho-Mor D.Mendo de Guedes Vaz, enorme, granitico e bruto como um penedo; o Ouvidor dos Azeites D.Paio de Oliveira, o Fiscal das Farinhas Fernão Gorgulho de Trancoso, o Governador da Casa das Indias, o Juiz de Fóra, D,Nuno Nunes, gentil -homem de Paço D'Arcos, que só aparecia para banquetes e solenidades, o representante da Casa dos Vinte e Quatro - que na hora eram só vinte e dois-pois dois estavam com baixa da Misericórdia por via da lepra,,o inspector Paredes da Real Polícia Judiciária,O Núncio Apostólico D,Giovanni Firenzesco della Cinecità, a Abadeza das Ursulinas Dona Brites Freitas do Amaral; Doutor Jorge Campinos, Ouvidor para o turismo e cruzadas; dez frades do Covento da Madre de Deus;dez freiras descalças de Chelas e por fim o bobo Canelas todo torcidinho e a babar-se gritando em voz roufenha:
-A Princesa de Aragão batia pudins à mão.
Ao ver-se rodeada de tanta aventesma a Rainha para disfarçar desatou a assobiar a "Aldeia da Roupa Branca" com um olho na merda e outro no infinito. A peonagem rompe em gargalhadas. O Primaz arreia com o báculo na tola do sargento de alabardeiros .Faz-se um silêncio sepulcral. D.Diniz cospe a hóstia elástica com que preparava o hálito para a Adelaide e grita:
-Que estás aqui a fazer minha cabra Aragoneza, minha chanada?
A Rainha mui bêbada da pedrada e como se não fosse nada com ela, perguntou:
-Ó truão, que horas são? Já são horas da zaragatoa?
-Isabieeeeeel! Berrou el-rey, .Num me escutais? -Pois não Senhor El-rey Dom Diniz , putanheiro-mor deste Reyno! Que se passa? A Adelaide não vos avia hoje? E a Grácia? E as minhas três açafatas e a ama dos bastardinhos? Só vos lembrais de mim para me desviar da virtude?..Olhai estes pobrezinhos tão famintos e descalcinhos. Se não fora a ervinha com que os domestico que seria de vós meu príncipe de ópera bufa, meu Don Juan de alcáçova, meu janota de barbacã? Ide-vos a plantar couves para Leiria que já vos tardam os pinheiros que encomendastes ao Duque de Urbino.
Àparte do truão:
-O Duque de Urbino tem o pirilau pequenino...
-Senhora, insiste D.Diniz noutro tom., aconselho-vos a recolher ao Paço. Sois Rainha de Portugal! E num assomo de imperialismo:
-Talvez imperatriz do Brasil!...
Àparte do truão:
-A Imperatriz do Brasil come papas por um funil
-...ou obrigais-me a usar da força!Insistiu o rei ,apontando a soldadesca.
Pânico entre os hippies da Rainha.
-Ninguém arreda pé!! Grita Isabel com a veia do pescoço inchada. E agora quereis-me levar de cana?!Experimentai! Se algum destes marmanjões me fila, faço um terramoto em 1755, que vai tudo pró galheiro...
-Leixai-vos mas é de merdichelices e mostrai-nos o que levais no regaço!
-Senhor, tratais-me como se retornada fosse. Trazeis mandato de busca?
-Cuidai que chamo o meirinho!
Ao Primaz dá-lhe o abafarete, enquanto o truão, montado na marrequinha do Monsanto faz gestos obscenos sobre a cabeça de El-Rey.
-É a última vez que vos aviso. Que escondeis nas fraldas?
-São malmequeres| Respondeu Isabel com maus modos.
-Senhora| A História diz que são rosas....(segredou-lhe o Bispo).
-São rosas meu Senhor, são rosas! Precipitou-se ela corando. E das pregas do manto tombam em cascata:

-trezentos e noventa e sete "Swatch" da treta.
-Dois quilos de liamba
-Um maço de Pall-Mall que tinha sido pall-mado
-Dois pacotes de AC Virgínia Type
-Uma iluminura a côres do Zuza
-Um psaltério ferrado onde ela apontava os telefones das amigas
e
-1 penso higiénico usado
Finalmente o sacana do milagre!
Uma exclamação imensa atroa o terreiro. A turba agita-se como se tivesse chegado o Mantorras. Há desmaios, gritos, chiliques, fanicos e apoplétes. Acendem-se e apagam-se luzes multicôres. O urinol explode em nuvens de fumo amarelo e vermelho que desenham no ar gigantesco cartaz : GLÓRIA À CAMARADA ISABEL DE ARAGÃO. Faz-se ouvir um côro celestial com música de Frederico Valério:
.
Três tampax
um Modess
uma toalha de bidé
prá Rainha se limpar
da cabeça até ao pé .

Raínha (soprano solo):

Água fresca
do Mondego
água fresca que o Rei não pagou
no castelo
lava o rego
e outras coisas que não me alimbrou

Ó Isabel, minha Santa! Gagueja o rei.
O Primaz cai de joelhos e a mitra enfia-se-lhe até ao pescoço. Ajoelha-se a multidão e reza e canta como num alucinante final de revista. E tudo aquilo era uma imensa confusão de coros, gritos, traques, arrotos, fados e guitarradas, árias de óperas, assobios, Te Deuns e missas cantadas.
Dos telhados do Ministério do Exército descem anjos de camuflado e grandes cabeleiras brancas tocando guitarra eléctrica. Um zepellin gigantesco emerge majestosamente do Castelo de São Jorge rebocando uma feérica aurora boreal de papel pintado. Dos lados do Montijo surje uma esquadrilha de passarolas despejando títulos

do tesouro sobre a multidão. O cavalo de D.José abre as asas e decola levando o rei e o marquez para as nuvens onde chocam fragorosamente com o Pai Natal. Caiem no Mar da Palha. Do topo do Arco da rua Augusta desce o senhor Salgado Zenha de cabeleira e vestes talares. Espalha pétalas de rosa entre os seus fiéis e repete alarvemente:
-Ut sit omnibus documento! Ut sit omnibus documento!

No quartel do Carmo disparam-se vinte e um trons ao mesmo tempo. E com tão má pontaria que arrebentaram com a estátua de Maximiliano do México e mataram uma velha no Hospital de Todos os Santos.
O Campo das Cebolas floriu e o escudo subiu na Bolsa de Londres. Na outra banda, o Cristo Rei bateu as palmas e, alçando as saias, dançou um furioso flamenco com castanholas e tudo.
E veio o côro do São Carlos e cantou árias da "Tosca", e veio o "Verde Gaio" e dançou o "Tanque das Patas", e a Amélia Rey-Colaço, envolta em brumas wagnerianas, aportou às colunas num bergantim com motor-fóra-de-borda, e veio o senhor António Vitorino de Almeida que executou Chopin num cadafalso de marca Steinway, as irmãs Meireles a cantar Guillaume de Machaud, e o senhor Jorge Peixinho montado num elefante azul a dirigir uma orquestra de tachos e ferrinhos..
E o entusiasmo por causa do milagre foi tal que D.Diniz nâo resistiu e cantou aquela, a única que ele sabia:

Ai frores, ai frores do verde piño
se sabeis novas do Manuel Alegre
Ai Deus e u é?

Ai frores, ai frores do verde prado
se sabeis novas da Nau Catrineta
para pôr a salvo o meu sapato...

E a raínha com os seus hippies:

-JEEESUS CHRIIIIIIIST SUPERSTAR!!!!!

E o Ivo Cruz desancava a orquestra.
.
f i m

Realização de Herlander Peyroteo
Fotografia de Augusto Cabrita
Luminotécnica de Jim
Adereços de Pórtico e Altamira
e
o incomensurável talento de José Cascada

FESTIVAL DE CURTAS SMART IN THE PARK,SHORT CUTS

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REALIZOU-SE NO PARQUE EDUARDO VII
O 1º.FESTIVAL DE CURTAS "SMART IN
THE PARK" SORT CUTS.



Numa iniciativa dos irmãos MIGUEL E PEDRO MELO, DINA FELIX DA COSTA E DINIZ NETO, e com o patrocinio do CENTRAL PARQUE KIOSK, realizou-se no
Parque Eduardo VII em Lisboa, o 1º.FESTIVAL DE CURTAS "SMART IN THE PARK, SHORT CUTS".



Com pré apesentação no 5 PARA A MEIA NOITE, no turno de NUNO MARKL com os irmãos MIGUEL E PEDRO MELO


O lusco fusco dava lugar ao escuro, o sinal para que na tela tudo começasse...


E foi numa muito agradável noite de Primavera-Verao, com inicio no famoso Lusco Fusco inventado pelo Ricardo Araujo Pereira, que o impagável MIGUEL MELO, anunciou ,naquele jeitão que é só seu, ao Festival , mimando o que seria uma apresentação formal dum Festival "a sério"...


E numa telinha montada junto ao CENTRAL PARK KIOSK, começaram a ser passadoas as 24 curtas em competição, já em pos lusco-fusco mode----

...que lutaram pelos 3 primeiros grandes valiosos Prémios em disputa, que aguçaram o apetite, a motivação dos realizadores em concurso,

1º.PRÉMIO - 250 EUROS plus 1 PATO DE DOURO (em porcelana)
2º.PRÉMIO - O NOME DO PREMIADO NUMA PIZZA , a ser confecionada de acordo com os ingredientes nomeados pelo concorrente
3º.prémio - 1 GARRAFA DE VINHO PATO D'OURO

Uma a uma ,as curtas foram passando no telão, após o que o miguel melo anunciou que o juri se ia reunir para o veredito final


E ,enquanto se reunia o conlave , o MIGUEL MELO, entrou numa de entertainer ao mais alto nível


não deixando nenhum espaço vazio" no auditório


sempre com sentido de espectáculo.

E o juri reunido
RITA BLANCO (Presidente e desempata curtas), VITÓRIA GUERRA,DINIS NETO e DAVID ALMEIDA....

decidiu atribuir o 3º.Premio à curta "CURTO" de MARGARIDA MELO,

que ganhou 1 garrafa de vinho PATO D'OURO, e uma enorme e carinhosa salva de palmas.

E veio de decisão da atribuição do 2º.Prémio anunciada pelo MIGUEL MELO: "MY FOOTBALL LIFE" de MIGUEL HERDEIRO


que a recebeu das mãos do DAVID ALMEIDA

a curta "MY FOOTBALL LIFE"




O Prémio que é a cara do Miguel, UMA PIZZA com o nome MIGUEL HERDEIRO a ser incluida no Menu do CENTRAL PARK KIOSK, e com os ingredientes por ele escolhidos.


emocionado ,não conseguiu articular o discurso "oscariano" ....

A curta vencedora seria "LAÇOS" de LEE FUZETA

pelo LEE FUZETA,ausente, receberam o Prémio os seus amigos.



Ainda foi possivel contacto telefónico com o vencedor ,que emocionado agradeceu o Prémio, o PATO D'OURO

...e um enorme cheque de 250 euros


Foi uma noite de estrelas e de muita animação ,que se espera se repita.


Encerro convidando o pessoal que tenha em casa a MEO, a pegar no comando , a clicar no botão verde, e quando aparecer o canal MEO, digitar o nº.345990 e clicar Ok.
Aí estará a aceder ao KANAL CASA DAS PRIMAS, e poderá ver imagens do SMART IN THE PARK em plataforma TV

quarta-feira, junho 24, 2015

CIMEIRA DOS MENINOS

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ESTE MÊS, O NOSSO ENCONTRO INSTITUCIONAL VAI
TER LUGAR EM BENFICA NO RESTAURANTE OS MENINOS



CIMEIRA DOS MENINOS
Vamos ter a nossa 102ª.Cimeira, no próximo dia 30, e vai ser em Benfica no RESTAURANTE OS MENINOS. Dei aqui a
CONVOCATÓRIA
recebida da nossa PM DINA:



"Amigas e amigos. aqui estou para vos comunicar onde será o nosso almoço mensal.

O restaurante será : " OS MENINOS " - Rua Quinta do Charquinho, 2B - Benfica.
É NESTE REATAURANTE ,AGORA CHAMADO OS MENINOS, QUE VAI DECORRER A NOSSA CIMEIRA
Quem vem da estrada de Benfica no final da Avenida do Uruguay há do lado esquerdo uma rotunda grande onde começa a rua do Charquinho , é o primeiro edifício do lado direito. Já lá almoçámos, embora nessa altura o restaurante se chamasse Dom João.
Mudou de gerência e de nome.

Vamos trincar .............. Entradas

-- Arroz de polvo
Sobremesa
Bebidas ( Vinhos e outras )
Café
Custo 15 €

Tenho de comunicar qual o número de bocas no domingo às 09.00h, preciso que confirmem , ou não até ao próximo sábado.
DINA"

quarta-feira, junho 17, 2015

A ESCRITORA PORTUGUESA HELIA CORREIA, VENCEU O PRÉMIO CAMÕES 2015

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HELIA CORREIA VENCEU O PRÉMIO
CAMÕES 2015.


Hélia Correia vence Prémio Camões 2015

A vencedora foi escolhida por unanimidade pelo júri, que reuniu hoje no Rio de Janeiro. É um dos mais importantes prémios literários em português e já foi atribuído a Miguel Torga e Jorge Amado.

Hélia Correia nasceu em Lisboa em 1949. Licenciada em Filologia Românica, foi professora do ensino secundário, dedicando-se atualmente à tradução e à escrita. É poetisa, dramaturga e ficcionista. Estreou-se na poesia com O Separar das Águas, em 1981, e O Número dos Vivos, em 1982. Mas tem sido na ficção que se tem revelado “um dos nomes mais importantes e originais da sua geração”, escreve o gabinete de Barreto Xavier.

Hélia Correia já recebeu várias distinções, entre as quais o prémio PEN 2001, atribuído a obras de ficção, pela obra Lillias Fraser, e o PEN de poesia 2013 pelo livro A Terceira Miséria. Neste regresso à poesia, a escritora prestou homenagem “à sua Grécia” e aos problemas económicos e sociais que está a enfrentar desde o início da crise financeira.

A Casa Eterna (Prémio Máxima de Literatura, 2000), Bastardia (Prémio Máxima de Literatura, 2006) e Adoecer (Prémio da Fundação Inês de Castro, 2010) são alguns títulos da sua bibliografia. No ano passado, venceu a 23.ª edição do Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco com a obra Vinte Degraus e Outros Contos.

A vencedora foi escolhida por unanimidade pelo júri, que reuniu esta quarta-feira no Rio de Janeiro, constituído por Rita Marnoto, professora da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (Portugal), Pedro Mexia, escritor e crítico literário (Portugal), Affonso Romano de Sant’Anna, escritor e académico (Brasil), António Carlos Secchin, escritor e académico (Brasil), Mia Couto, escritor (Moçambique) e Inocência Mata, professora da Universidade de Lisboa e da Universidade de Macau (S. Tomé e Príncipe).

Instituído por Portugal e pelo Brasil em 1989, o Prémio Camões é um dos principais prémios de literatura em língua portuguesa. É atribuído o valor de 100 mil euros a um autor “cuja obra contribua para a projeção e reconhecimento da literatura de língua portuguesa em todo o mundo”, escreve a SEC.

Já o venceram 11 portugueses, entre os quais Miguel Torga, Vergílio Ferreira, José Saramago, António Lobo Antunes e Sophia de Mello Breyner Andresen. Também já houve 11 brasileiros vencedores, incluindo Jorge Amado, Rachel de Queiroz e, no ano passado, Alberto da Costa e Silva. O angolano Pepetela e o moçambicano Mia Couto também estão entre os distinguidos

segunda-feira, junho 15, 2015

PRELIMINARES

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Preliminares

O pai chega pro filho e fala:

- Joãozinho, meu chefe vem jantar aqui em casa hoje
acompanhado do seu filho, que não tem as duas orelhas.
Pelo amor de Deus, comporte-se!
Não me sacaneie desta vez, pois eu preciso de uma promoção!

Tudo bem, papai! Não se preocupe! Desta vez vou me comportar bem!
O senhor vai ver que, se depender de mim, sua promoção virá!

Durante o jantar o Joãozinho falou pro menino sem as duas orelhas:

- Que Santa Luzia abençoe seus lindos olhos...!

Obviamente, ninguém entendeu o que estava
acontecendo com aquela "santa e doce criaturinha".

O pai ficou enternecido com o esforço de bondade
do filho que continuou a falar,
por mais algumas vezes pro menino sem as duas orelhas:

- Que Santa Luzia abençoe seus lindos olhos...!

O pai do menino sem as duas orelhas, emocionado,
olha pro pai do Joãozinho e comenta:

- Não estou acostumado a ver meu filho ser tão bem tratado!
Que criaturinha maravilhosa é seu filho!
E voltando-se pro Joãozinho pergunta:

- Por que o desejo de que Santa Luzia
proteja os lindos olhos do meu filho?

Ao que o Joãozinho responde:

- Porque se ele tiver de usar óculos, tá lichado!

quinta-feira, junho 04, 2015

JESUS EM ALVALADE

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A TRANCA EM DIRECTO DE ALVALADE

A esta hora, à porta da SAD DO LEÃO, os suporters, uma multidão enfurecida, clama palavras de ordem contra Jesus e a favor de Marcus.
À janela , aparece muito aflito o dona da Loja Verde, um tal Brunus Bronchus, que tenta passar pela mãe de Jesus, para evitar que o filho seja apedrejado pela turbamulta em furia, e finge

-Não, malta, este não é o Messias, é apenas um amigo que me veio visitar

A multidão duviva e insiste

-Ele que se mostre, que deixe vêr o trombil.

Ela reage

-Vão -se embora , deixem este senhor em paz

A massa furiosa julga reconhecer o biltre que se está a passar pela adultera que enganou o José com o Espirito Santo,e armadilha uma pergunta:

-Mas tu não és a que andou embrulhada com o Sobrinho, filho cambota do Espirito Santo, que deu "um beiço" em Angola ?

Acovardado, o Bronchus,VENDO-SE APANHADO, puxou o Jesus para a janela, e a multidão gritou:

-Vai,vai,vai-te daqui, deixa a nossa Academia em paz, queremos os nossos meninos a jogar,FÓRA, FÓRA,FÓRA.......

quarta-feira, junho 03, 2015

O TERREIRO DO PAÇO, LISBOA, E O MAR

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JÁ AQUI TINHA ANUNCIADO ESTE ESPECTÁCULO QUE
TEVE LUGAR NO TERREIRO DO PAÇO, FUI ATÉ LÁ
E....FIQUEI DESLUMBRADO



A Baixa está cada vez mais apelativa, e nunca perco a oportunidade de ir até lá. percorrer as ruas e as Praças, cutir a luminosidade das manhãs da cidade , as côres ,os cheiros, as pessoas..

Mas também gosto da Baixa ao lusco fusco, e à luz da noite.


Domingo, logo a seguir ao final do jogo da Taça, e à medida que as ruas se iam pintando de verde, desembarquei nos Restauradores e iniciei o caminho para o Terreiro do Paço, devagar, ao ritmo da conquista da cidade pela noite.


Rua Agusta fóra





E, finalmente o Terreiro do Paço, tivemos que esperar a chagada do escurinho da noite, para que o espectáculo de video-mapping pudesse resultar


o lusco fusco foi avançando e a contagem decrescente também



E no centro do Mundo, messa noite da cidade, assisti maravilhado a este espectáculo que trouxe o Mar às paredes contíguas ao Arco da Rua Augusta e que aqui partilho com os meus compamheiros da TRANCA



plus


Depois, foi o regresso cidade adentro





MERCEDES BLASCO

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MERCEDES BLASCO UMA MULHER À FRENTE
DO SEU TEMPO, CORAGEM DE SE AFIRMAR
QUANDO ARRISCADO FAZÊ-LO, UMA ACTRIZ
ALENTEJANA



Mercedes Blasco

(Pomarão, Alentejo, 04-09-1870 – Lisboa, 12-04-1961)

Mercedes Blasco foi um dos vários pseudónimos da célebre divette de opereta e revista Conceição Vitória Marques, nascida em 1870 (embora haja registos que refiram o ano de 1867).


Mercedes Blasco
Mercedes Blasco, s.d. (postal ilustrado) [Arquivo TNDM II]

Os seus pais mudaram-se, pouco depois, para Huelva, na Andaluzia, onde Mercedes viveu até aos sete anos de idade. Regressou a Portugal com a sua família, que se instalou no Porto, onde foi despertado seu fascínio pelo teatro. Foi nessa cidade que, em 1888, ainda menor e à revelia da família, se iniciou no tablado, após ter fugido de casa. Estreou-se no Teatro Chalet, sob o pseudónimo Judith Mercedes Blasco, na Grande avenida, de Francisco Jacobetty. Passou depois por uma série de teatros da capital – Trindade, Condes, D. Amélia, Príncipe Real, Avenida, entre outros –, bem como por vários teatros em França, Reino Unido, Espanha, Itália e Bélgica. Realizou várias digressões por Portugal e pelo Brasil. Viveu, durante a I Guerra Mundial, em Liège, na Bélgica, onde se afastou do palco para ensinar as várias línguas que dominava. Foi, para além de atriz-cançonetista, jornalista, tradutora e autora de uma obra de cerca de 30 títulos.

Proveniente de um meio burguês e intolerante ao estigma social da profissão de atriz, a problemática paixão da jovem Mercedes pelo palco levou-a a fugir de casa para concretizar os seus sonhos, optando pela utilização de pseudónimos, de maneira a ocultar – da família – a sua atividade profissional. Foi desde cedo preparada para uma carreira na medicina, tendo acesso a uma educação acima da média. Este facto explica não apenas a cultura que revela na sua vasta obra literária, mas também o seu domínio de várias línguas, para além do português, – inglês, francês, espanhol, italiano e alemão – que viria a utilizar frequentemente na sua vida profissional, tanto em Portugal, como no estrangeiro.

A sua estreia ocorreu no Porto, com a companhia do Teatro Chalet, ao representar o papel masculino “Jockey” na Grande avenida de Francisco Jacobetty, uma paródia em um ato e 5 quadros da revista espanhola La Gran Via. O figurino atrevido que vestiu em cena deu origem ao primeiro escândalo da sua carreira, como testemunhou a própria Mercedes: “A minha frescura e sobretudo as formas, que uma malha mal vestida, por mão inexperiente, deixava sobressair nas suas mais recônditas provocações, fizeram-me um sucesso escandaloso” (BLASCO 1908: 45-46).

Terminada a temporada no Chalet, Mercedes seguiu com a companhia, na sua primeira digressão pelas províncias. Chegou, depois, a Lisboa – onde ficou conhecida apenas como Mercedes Blasco – para integrar uma sociedade artística dirigida pelo ator Santos Júnior, no Teatro do Rato, onde se estreou na revista Ás de copas, de Ludgero Vianna, a 15 de setembro de 1888. Todavia, Mercedes abandonou a revista após algumas representações, ficando, desse modo, sem contrato.

Recebeu, depois, uma proposta do empresário Francisco Palha para integrar o elenco do Trindade. Apesar de apreciar o talento de Mercedes, Palha fez-lhe uma oferta pouco atraente, levando a divette a recusá-la, o que adiou o seu sonho de representar no Trindade. Este fracasso levou-a de volta ao Porto, para uma passagem breve pelo Chalet. Foi-lhe oferecido, então, novo (e generoso) contrato no Trindade, pelo novo empresário Mattoso da Câmara. Mercedes estreou-se, assim, no Trindade, a 21 de outubro de 1890, na ópera cómica Mam’zelle Nitouche, espetáculo que assinalou o início de um período de crescimento profissional (Ibidem: 90). Ali representou até ao final de 1894. Durante este período conheceu os seus maiores sucessos em espetáculos como Miss Helyett, O brasileiro Pancrácio, O solar dos barrigas e na célebre revista de Sousa Bastos: Sal e pimenta.

Regressou, depois, ao Porto, para onde foi convidada, pelo maestro Thomas Del-Negro, a integrar a sua companhia que explorava, então, o Teatro D. Afonso. A proposta do maestro era muito superior aos valores até então oferecidos a Mercedes, que conheceu aqui um período de grande prosperidade económica. Realizou, de seguida, uma nova digressão pela província, em março de 1896, regressando depois a Lisboa, onde integrou, por pouco tempo, o elenco do Teatro D. Amélia e depois, na época 1896-1897, o elenco do Teatro da Rua dos Condes. Finda aquela época, Mercedes aceitou uma proposta de Sousa Bastos para realizar, entre agosto e outubro de 1897, a sua primeira digressão ao Brasil.

Integrou, ainda em 1897, a companhia de Pedro Cabral, instalada no Real Colyseu de Lisboa, na qual protagonizou vários êxitos, de entre os quais se destaca As farroncas do Zé (1898). Neste espetáculo, envolto em escândalo – como, de resto, era já habitual para Mercedes –, a atriz representava 14 papéis, entre eles a polémica Princesa de Caraman-Chimay, para o qual mandou vir de Paris um maillot – o primeiro alguma vez visto num palco português – “de corpo inteiro, de seda côr de carne […] e tao fino que veio dobrado dentro de uma pequena caixa de cartão, parecendo impossível que pudesse conter-se ali o invólucro de um corpo de mulher” (ibidem: 168). Relativamente a esta representação, o Jornal de Lisboa, de 22 de janeiro de 1898, relatou o seguinte: “No terceiro acto, Mercedes, que principiara a despir-se no primeiro […] despiu-se completamente para a exhibição de várias poses plásticas. Restou-lhe só o maillot, mais o véu ténue de gase que a enquadrava […]” (Ibidem: 169). Como se não bastasse a simulação de nudez em palco, Mercedes representou, também, um papel de Baiana, que a obrigava a “dançar à moda brasileira, meneando os quadris e fazendo um arremedo da dança do ventre” (Ibidem: 170).

Entre março e novembro de 1898, Mercedes fez a sua primeira viagem a Madrid para representar no Teatro Lara e no Teatro Moderno, voltando depois mais duas vezes: uma em 1901, outra em 1906. Em 1899, organizou uma companhia sua para uma digressão pela província. Integrou depois o elenco do Condes, passando a seguir para o Avenida. Nesta época, Mercedes, ainda solteira, encontrava-se grávida do seu primeiro filho, estado que a obrigava a utilizar figurinos que disfarçassem a sua condição.

Passou de forma fugaz por vários teatros de Lisboa e do Porto, voltando a engravidar, ainda solteira, em 1905, afastando-se entretanto do palco e da vida pública até ao parto do seu segundo filho. Nova digressão pelo Brasil teve início em 1908, após a qual Mercedes se dirigiu diretamente a Paris, dando início a uma longa temporada no estrangeiro representando em França, Itália, Reino Unido e Bélgica, e instalando-se neste último país com os dois filhos e o então marido Remi Ghekiere, um engenheiro belga.

Devido à ocupação da Bélgica pelos alemães, no decorrer da I Guerra Mundial, Mercedes ficou retida naquele país, recusando-se, por uma questão de princípios, a trabalhar em palco para animar o exército alemão, sendo, assim, forçada a encontrar trabalho noutra área, pelo que exerceu, em Liège, funções de professora de línguas. Esta atividade, com fraca remuneração, marcou o início de um período de fortes carências económicas que terão pesado na morte do seu primeiro filho. Ainda durante a guerra, voluntariou-se como enfermeira na Cruz Vermelha para auxiliar os soldados feridos, de entre os quais alguns portugueses que Mercedes ajudou a repatriar. Quando a guerra acabou, a atriz, já viúva, veio para Portugal com o seu filho mais novo – que haveria também de falecer, de tuberculose, em Lisboa, em 1922 – à espera de encontrar reconhecimento pelas suas ações durante a guerra, bem como pelo seu trabalho enquanto atriz. Todavia, para seu grande desgosto, não encontrou, na sua terra natal, o reconhecimento esperado, pelo que, tirando algumas aparições em palcos menores sem grande sucesso, a carreira de Blasco como atriz acabou por ter desfecho inglório.

O tão desejado reconhecimento pareceu, entretanto, chegar sob a forma de um projeto de lei, apresentado no Parlamento por Júlio Ribeiro, para a tornar societária do TNDMII. Aprovado a 10 de agosto de 1920, o processo conheceu um percurso acidentado, pois algumas pessoas não concordavam com a sua entrada no Teatro Nacional devido ao seu passado de estrela de opereta com pouca ou nenhuma experiência em teatro declamado (BLASCO 1924: 50). Quando foi formalizada a sua condição de societária, Mercedes nunca foi, efetivamente, chamada para trabalhar (BLASCO 1937: 67-68), facto que impossibilitou, mais tarde, o seu acesso ao Cofre de Reformas e Pensões para os artistas do Teatro Nacional. Dedicou-se, então, para sobreviver, à escrita, fabricando uma obra de mais de 30 volumes dispersos entre memórias, romances, novelas, peças de teatro, crónicas e traduções, bem como uma intensa atividade jornalística em vários periódicos de destaque, entre os quais O Século, A Capital, A Ilustração, o Diário de Lisboa, para os quais utilizava, para além de Mercedes Blasco, pseudónimos como Mam’zelle Caprice e Dinorah Noémia.

Como nos recorda Mário Elias, Mercedes “[f]oi uma mulher muito avançada para o seu tempo, exibindo sempre elevado sentido de liberdade e desprezo do preconceito” (1992: 11), como, aliás, podemos constatar não apenas pelo seu percurso de vida, repleto de escândalos e de ligações amorosas, mas também pela leitura das suas crónicas onde dissertou sobre a condição da mulher e respetivos direitos. O desprezo pelas convenções sociais é também visível no facto de Mercedes ter sido a primeira mulher a utilizar a bicicleta – não só em palco, mas também nas ruas de Lisboa, aqui como meio de transporte –, apesar das fortes críticas que tamanha ousadia suscitava. Mulher destemida, inteligente e trabalhadora, Mercedes Blasco trilhou sempre o seu próprio caminho que, apesar de ter sido marcado pela aventura e pelo sucesso, foi também um caminho de dissabores, com perdas dolorosas e fraco reconhecimento do seu talento, terminando, em 1961, na miséria e na solidão.



BLASCO, Mercedes (1908). Memórias de uma actriz. Porto: Editora Viúva Tavares Cardoso