Era uma vez uma estrutura comercial chamada Gestão de Linhas, que vigorava uns anos atrás, no saudoso 25-7º., e que no seu interior, albergava umas quantas Europas, das quais sobressaía, pelo brilho aristocrático dos seus elementos, a" EUROPA 3".
Tinha esta Europa, sob a sua tutela: o Reino Unido, o Reino da Holanda, o Reino da Bélgica e o Grão Ducado do Luxemburgo.
Sobre tantas cabeças coroadas faziam dardejar directivas, conselhos, admoestações e castigos vários, a Graça, o Zé Herdeiro, o Tavares e o Ricardo com o Rui Bomba ao volante.
Pois esta Europa, à qual se chamava, com propriedade e justiça " A REAL 3", era confrontada a oriente com a parede, a norte com o saguão, a ocidente com os Domésticos, e a sul com a Alameda dos Desesperos, que a separava das Europas plebeias.
Da vizinhança dos Domésticos, sobressaía a Maria do Céu , pela sua participavidade, simpatia, brilho e panache, qualidades que a tornavam merecedora de melhor destino, pelo que foi proposta a sua admissão, como Real Membro da nobreza da "Real 3".
E foi numa radiosa manhã da Primavera de 95, que, com pompa e circunstância, adentrou na nossa Sala do Capítulo da Catedral Open Space do Sétimo do Vinte e Cinco, no Terreiro das Intrigas, a Infanta do Céu, acompanhada pelos seus pájens , os plebeus: Leal, Ilidia e Pereira de Sousa, disciplinadamente formados em quadrado, segurando o belíssimo manto de tafetá azul flamejante, enriquecido com os quatro brazões bordados a ouro e chocolate, dos quatro Reynos da "Real 3", para receber das mãos do Real Colégio-Mestre do Conselho da "Real 3", o famoso anel de rubís , o manto , a faixa e o papiro-"autorizat", que a investiram na dignidade de Viscondessa da Bobadela e principalmente, de membro da "Casa Real da 3"
Foi então lida em voz alta, pelo Lord Chancheler, D.Ricardo , o conteúdo dos documentos do real Processo
.
"Suas Majestades Reais dos:
Países Baixos
Reyno Unido
Reyno da Bélgica
e
Grão Ducado do Luxemburgo.
Determinam que :
Seja levada ao Conselho a pretensão da Dona
Maria do Céu de ingressar nos quadros desta
Real Instituição.
Haja Provimento
O Lorde Chanceler
D.Ricardo
Conde.
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Seguram-se os despacgos de:
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"Defiro a mui nobra pretensão
na forma de AUTORIZAT
D.Júlio
Abade de Penamacôr
.
Autorizo esta pretensão, e
que seja investida na
Dignidade de Viscondessa
da Bobadela
O Conselheiro
D.Giorgio Tavares
Duque
.
Seguiu-se a leitura da Convocação para as solenidades:
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A "REAL EUROPA 3". faz saber que o Povo, se deve juntar, no Terreiro das Intrigas, pelo pôr do Sol, do dia da Graça
de São Gonçalo, a fim de assistir à cerimónia de assimilação
da Dona CÈU.
O Lorde Chanceler
D.Ricardo-
-
Depois, seguiu-se a leitura do Parecer do
Conde LIPTON

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O Conde Lipton, não vê razão sufi
ciente para inviabilizar
.
segue assinatura
A LIPTON
Conde-
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Subiu então à Tribuna, o Conselheiro Don Giorgio Tavares, que com o seu "accent" anglo saxo-borel, leu a Declaração do Viscondado de Tília
.

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Tilia, mês de Baños de Estio
.
"Tenho a subida honra de vir junto dessa
Real Instituição. abonar a Infanta Dona
Céu, no seu desiderato de ingrasso na
"Real 3"
.O VISCONDE DE TILIA
(segue-se assinatura ilegível).
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A encerrar ,D.Aramis, Governador dos Territórios autónomos de Yellow Label, de Lipton, proferiu a última declarção oficial:
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Regozija-se e disso dá Testemunho, que pela
Graça de Deus Nosso Senhor, e pela vontade
de Suas Serenìssimas Majestades desta Real Europa 3, Seja Admitida na Verdadeira Companhia de Seus Iguais, o mais recente rebento da Aristocracia Europeia, DONA CÈU Viscondessa de Bobadela.
Label City, 24 de Thermidor , 1195
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DOM ARAMIS
Mosqueteiro.
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