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Está a decorrer o 60º Festival de Cannes 2007
A data não corresponde a 60 anos exactos da mostra, pois o evento teve dois começos e esteve prestes a acabar várias vezes. A primeira edição deveria ter sido em 1939, entre os dias 1 e 20 de setembro. No entanto, no primeiro dia da mostra, as tropas alemãs invadiram a Polônia. Assim, o primeiro Festival de Cannes, que seria presidido por Louis Lumière, tombou diante da Segunda Guerra Mundial.
Em 1945, o projeto foi retomado e a primeira edição do Festival ocorreu em 1946, de 20 de setembro a 5 de outubro. "Roma, Cidade Aberta", de Roberto Rossellini, e "A batalha dos trilhos", de René Clément, fizeram parte da seleção.
A segunda edição, no ano de 1947, incluiu "Música na noite", de Ingmar Bergman, "Os malditos", de René Clément, e "Dumbo", de Walt Disney (até 1972 os filmes eram selecionados por seus países de origem).
Entre 1948 e 1950, o Festival não aconteceu por falta de financiamento. Entretanto, a edição de 1949 contou com "Pueblerina", de Emilio Fernández, e obras de Antonioni, Zinnemann e Autant-Lara.
Na década de 50, quando fixou sua data no mês de maio, o Festival de Cannes se consolidou e foi ganhando cada vez mais a atenção do cinema mundial.
A indústria cinematográfica passou a marcar presença a partir de 1959, com a criação de um espaço comercial que reúne compradores e vendedores. Hoje, o Mercado de Filmes de Cannes é a principal plataforma comercial do cinema mundial.
Cannes foi palco, no anos 60, da descoberta mundial do Cinema Novo brasileiro, com a exibição de "O pagador de promessas", de Anselmo Duarte, vencedor da Palma de Ouro em 1962, "Vidas Secas", de Nelson Pereira dos Santos e os filmes de Glauber Rocha.
O Festival foi interrompido em 1968, durante o "maio de 68". Logo após a exibição de "E tudo o Vento Levou", de Victor Fleming, e "O baile dos bombeiros", de Milos Forman, realizadores como François Truffaut, Jean-Luc Godard, Roman Polanski, Carlos Saura e o próprio Forman retiraram seus trabalhos da competição e exigiram a anulação das projeções.
Em três décadas, diversos cineastas consagrados tiveram seus primeiros trabalhos exibidos no Festival, de Quentin Tarantino a Lars Von Trier.
Escândalos e debates (cinematográficos e políticos) também fizeram história em Cannes e cada edição tem sua porção polêmica. O anúncio dos prêmios, alguns contestados, já provocou até do público.
Os rituais continuam nesta 60ª edição, que manterá a tradição que transformou o Festival de Cannes num dos mais prestigiosos do mundo: a receita de sucesso que alia o glamour das estrelas e do cinema autoral, os grandes cineastas e os novos talentos, a paixão cinéfila e a indústria cinematográfica.
A TRANCA dá-te a conhecer os filmes do festival
Filmes em competição
"My Blueberry Nights", de Wong Kar Wai (EUA), filme de abertura
"Auf der anderen seite", de Fatih Akin (Alemanha)
"No country for old men", de Joel e Ethan Coen (EUA)
"Zodiac", de David Fincher (EUA)
"We own the night", de James Gray (EUA)
"Mogari no mori", de Naomi Kawase (Japão)
"Promise me this", de Emir Kusturica (Sérvia)
"Secret sunshine", de Lee Chang-dong (Coréia do Sul)
"Breath", de Kim Ki-duk (Coréia do Sul)
"4 luni, 3 saptamini si 2 zile", de Christian Mungiu (Romênia)
"Tehilim", de Raphaël Nadjari (França)
"Luz silenciosa", de Carlos Reygadas (México)
"Persepolis", de Marjane Satrapi (Irã) e Vincent Paronnaud (França)
"Import export", de Ulrich Seidl (Áustria)
"Alexandra", de Alexander Sokurov (Rússia)
"Prova de morte", de Quentin Tarantino (EUA)
"The man from London", de Béla Tarr (Hungria)
"Paranoid Park", de Gus Van Sant (EUA)
"Izganie", de Andry Zvyagintsev (Rússia)
"Les chansons d'amour", de Christophe Honoré (França)
"Une vieille maîtresse", de Catherine Breillat (França)
"Le scaphandre et le papillon", de Julian Schnabel (França)
Filmes fora da competição (Hors Concours)
"L'âge des ténèbres", de Denys Arcand (Canadá), filme de encerramento
"Sicko", de Michael Moore (EUA)
"13 homens e um novo segredo", de Steven Soderbergh (EUA)
"A mighty heart", de Michael Winterbottom (EUA)
Curtas-metragens em competição
"Run", de Mark Albiston (Nova Zelândia)
"The oate's valor", de Tim Thaddeus Cahill (EUA)
"The last 15", de Antonio Campos (EUA)
"Ah Ma", de Anthony Chen (Cingapura)
"Résistence aux tremblements", de Olivier Hems (França)
"Ark", de Grzegorz Jonkajtys (Polônia)
"Ver llover", de Elisa Miller (México)
"Gia to onoma tou spurgitiou", de Kyros Papavassiliou (Chipre)
"Spegelbarn", de Erik Rosenlund (Suécia)
"Het zusje", de Marco Van Geffen (Holanda)
"My dear Rosetta", de Yang Hea-hoon (Coréia do Sul)
Seção Um Certo Olhar
"Calle Santa Fe", de Carmen Castillo (Chile)
"Ye xing lie che" (Trem noturno), de Diao Yinan (China)
"Munyurangabo", de Chung Lee Isaac (Ruanda-EUA)
"El baño del papa", de Enrique Fernandes E César Charlone (Uruguai)
"Bikur Hatizmoret", de Eran Kolirin (Israel)
"Mister Lonely", de Harmony Korine (EUA)
"Magnus", de Kadri Kousaar (Estônia)
"Mang Shan", de Li Yang (China)
"Mio fratello e figlio unico", de Daniele Luchetti (Itália)
"California dreamin'" (Nesfarsit), de Cristian Nemescu (Romênia)
"La Soledad", de Jaime Rosales (Espanha)
"Am ende kommen touristen", de Robert Thalheim (Alemanha)
"Kuaile Gongchang", de Ekachai Uekrongtham (Tailândia)
"Le rêve de la nuit d'avant", de Valeria Bruni-Tedeschi (França)
"Et toi, t'es sur qui?", de Lola Doillon (França)
"L'avocat de la terreur", de Barbet Schroeder (França)
"Les Pieuvres", de Céline Sciamma (França)
"A la recherche du ballon rouge", de Hou Hsiao Hsien (Taiwan)
"Levande", de Roy Andersson (Suécia)
"Una Novia Errante", de Ana Katz (Argentina)