quinta-feira, novembro 27, 2014

O CANTE ALENTEJANO FOI RECONHECIDO COMO PATRIMÓNIO CULTURAL IMATERIAL DA HUMANIDADE

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NUM PROCESSO QUE DUROU 3 LONGOS ANOS
E COM ESPECIFICAÇÕES MUITOS RIGORO-
SAS E BEM FUNDAMENTADAS ,O CANTE
ALENTEJANO FOI RECONHECIDO PELA





EM plena sede da UNESCO em Paris






A TAP OFERECEU VIAGEM DE VOLTA DA DA DELEGAÇÃO ALENTEJANA DE PARIS PARA LISBOA - CHEGADA ÀS 20,25 DE HOJE
TODOS AO AEROPORTO DE LISBOA
TAP tomou conhecimento da vinda da delegação alentejana de autocarro e ofereceu voo “cante alentejano” para o regresso a casa ainda hoje

A TAP, após tomar conhecimento pela comunicação social que a delegação promotora da candidatura do cante alentejano a Património Cultural da Humanidade (Câmara de Serpa, Casa do Cante, Confraria do Cante, Casa do Alentejo e Grupo Coral e Etnográfico da Casa do Povo de Serpa) regressaria a Portugal de autocarro, numa “longa e cansativa viagem de quase 48 horas”, resolveu trazê-la de volta a casa a bordo do “voo do cante alentejano”, o TP449, que parte hoje de Paris, pelas 19 e 10 horas, e chega a Lisboa às 20 e 35 horas.

A TAP recorda que esta comitiva esteve em Paris para “receber da Unesco o importante reconhecimento universal”.

O Grupo Coral e Etnográfico da Casa do Povo de Serpa vai cantar na área de check-in, em Paris, e à chegada, no Aeroporto de Lisboa.

“Valorizando e promovendo a cultura e a identidade portuguesas, e procurando de alguma forma prestar a sua homenagem ao cante alentejano e a todos os que promoveram e tornaram possível esta candidatura, a TAP desenvolveu todos os contactos e diligências no sentido de proporcionar à delegação um regresso a casa mais rápida e confortável”, explica a Câmara de Serpa. E acrescenta: “A comitiva poderá, assim, regressar já hoje a casa e “festejar este marcante acontecimento”.

A TAP, para assinalar a classificação do cante alentejano com Património Cultural Imaterial da Humanidade, exibirá ainda a bordo o filme “Alentejo, Alentejo”, de Sérgio Tréfaut. O filme irá ser exibido em todos os voos da TAP durante o mês de dezembro

quarta-feira, novembro 26, 2014

A TRANCA-ON-LINE FAZ 11 ANOS

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A TRANCA-ON-LINE COMPLETA
11 ANOS DE EXISTÊNCIA


A velha TRANCA manual nasceu em Setembro de 1971, tendo editado 4 números que na época foi apreendida pela então chefia, considerada uma publicação subversiva.

Voltou a ser editada em Abril de 1974, logo,logo após o 25 de Abril, e foram publicados 80 números (uni exemplares) ao longo dos anos, até que em 25 de Novembro de 2003, já na era cybernautica, nasceu a TRANCA-ON-LINE.

Da era manual recordo algumas das capas





E FOI ESTE O 1º.POST:

"TRANCA-ON-LINE


Publicaremos a partir de agora, textos que temos vindo a colocar , um pouco anàrquicamente, em tudo quanto é foruns .

Este é o primeiro de muitos.
Uns serão a sério , outros meio a brincar. Aguardem-nos

Desiludidos com as religiões existentes, e cientes que nenhuma delas responde aos anseios, às necessidades espirituais da pessoa humana, decidimos criar a nosa própria religião, e conclamar a Verdade sobre a relação Homem-Espírito, em toda a sua dimensão
O PIANARISMO, movimento totalizante que propomos, visa preencher as lacunas que os medos e a desinformação mantêm sem rumo.
O PIANARISMO pressupõe a vida plural. Qualquer ser humano tem Têcêpê, nunca pode ser visto isoladamente. E até lhe ser concedido capaéle não tem existência nenhuma.


Publicada por JOSÉ à(s) terça-feira, Novembro 25, 2003
"

Na era cybernautica foram muitos os vídeos publicados









CANALHÍADAS

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CANALHÍADAS

"Canalhíadas":

As sarnas de barões todos inchados
Eleitos pela plebe lusitana
Que agora se encontram instalados
Fazendo o que lhes dá na real gana
Nos seus poleiros bem engalanados,
Mais do que permite a decência humana,
Olvidam-se do quanto proclamaram
Em campanhas com que nos enganaram!


II

E também as jogadas habilidosas
Daqueles tais que foram dilatando
Contas bancárias ignominiosas,
Do Minho ao Algarve tudo devastando,
Guardam para si as coisas valiosas
Desprezam quem de fome vai chorando!
Gritando levarei, se tiver arte,
Esta falta de vergonha a toda a parte!

III

Falem da crise grega todo o ano!
E das aflições que à Europa deram;
Calem-se aqueles que por engano
Votaram no refugo que elegeram!
Que a mim mete-me nojo o peito ufano
De crápulas que só enriqueceram
Com a prática de trafulhice tanta
Que andarem à solta só me espanta.

IV

E vós, ninfas do Coura onde eu nado
Por quem sempre senti carinho ardente
Não me deixeis agora abandonado
E concedei engenho à minha mente,
De modo a que possa, convosco ao lado,
Desmascarar de forma eloquente
Aqueles que já têm no seu gene
A besta horrível do poder perene!

Luíz Vaz Sem Tostões

II CIMEIRA DE TOMAR

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REALIZOU-SE NA ULTIMA TERÇA FEIRA
A NOSSA CIMEIRA DE TOMAR.


Este vosso escriba, levantou-se cedinho pensando rumar até à Estação de Santa Apolónia a caminho de Tomar.
Logo no primeiro movimento ,desastre.
Os andaimes enferrujados, o maldito artrose, nem conseguia dar um passo.
E em vez da Cimeira, a injecção de Volaren plus Relmus...


O pessoal lá foi, apresentando-se desempenados na Estação e , disseram eles, embarcaram numa deliciosa e divertida viagem de combóio até Tomar.

Ninguém esteve calado estação após estação e a boa disposição levou-os até ao Restaurante.


De acordo com o que me fizeram chegar, o local era muito aconchegado, quase uma sala de jantar lá de casa.

À mesa estiveram :Dina,Alice Teles,Chico Vieira,Mrs Vieira,Farinho, Mrs Farinho,Anabela,João Ferradeira Pinto,Manela Brito e Silva,Maria João.

Na mesa foram estes os dossiês mais apreciados
bacalhau com broa




Poucos mas bons. aposto que disseram, e com razão, pois a conversa esteve sempre animada, os casaquinhos não deixaram de ser fazer,

e as memórias desfilaram em catadupa
e arrancaram as tradicionais gargalhadas.

Não se tomou ainda nenhuma decisão sobre a Cimeira de Dezembro, que deve acontecer provavelmente na zona de Lisboa, a TRANCA logo se saiba pespegará, aqui e na SALA DE CONVIVIO DO RC no face, qual a geografia e os temas a consumir.

as fotos são o FARINHO

quarta-feira, novembro 19, 2014

CASTRO VERDE VEM A LISBOA, à CASA DO ALENTEJO, DIAS 21,22 E 23

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A TRANCA CONVIDA O NOSSO PESSOAL
ESPECIALMENTE OS ALENTEJANOS COMO
O FARINHO,O AUGUSTO, O CHITAS O
NUNO PAIVA E TODOS OS OUTROS
A APARECEREM NA CASA DO ALENTEJO



Nos dias 21, 22 e 23 de novembro, Castro Verde vai estar representado na Casa do Alentejo, em Lisboa, integrado numa iniciativa exclusivamente dedicada ao concelho e à promoção da sua cultura, dos seus produtos e artesanato locais.

Durante este fim-de-semana, os produtores e artesãos do concelho levam ao coração da capital o melhor do Alentejo, através da venda de produtos (mel e seus derivados, licores, queijos e enchidos, bolos regionais, etc.) e mostra de artesanato. No âmbito deste programa acontecem vários momentos culturais em torno do cante e da viola campaniça, onde participam os grupos corais do concelho “Os Ganhões” e “As Camponesas” de Castro Verde e o projeto de violas campaniças “Moços d’uma Cana”.

Há muito que o município de Castro Verde tem vindo a apostar na divulgação das potencialidades do concelho, nomeadamente através da participação em diversas iniciativas e atividades de âmbito local e nacional direcionadas ao turismo e à promoção, aproximando novos públicos da cultura, gastronomia, artesanato e património de Castro Verde.

PROGRAMA

FIM-DE-SEMANA DE CASTRO VERDE CASA DO ALENTEJO, LISBOA
PROGRAMA
SEXTA-FEIRA, 21 DE NOVEMBRO
18h00-22h30 – Venda de Produtos Locais
Prova de produtos regionais
Animação Musical
SÁBADO, 22 DE NOVEMBRO
12h00-22h30 – Venda de Produtos Locais
Atuação de rua dos grupos corais “Os Ganhões” e as “As Camponesas”
de Castro Verde
15h00 – Tarde Cultural de Castro Verde na Casa do Alentejo
Projeção do documentário “COM A MEMÓRIA NA RIMA, o 25 de Abril e a
Cultura em Castro Verde” de Tiago Pereira
Atuação do Grupo Coral “Os Ganhões” de Castro Verde
Atuação do Grupo Coral “As Camponesas” de Castro Verde
Atuação do Projeto de Viola Campaniça “Moços de uma Cana”
DOMINGO, 23 DE NOVEMBRO
12h00-18h00 – Venda de Produtos Locais

II CIMEIRA DE TOMAR

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ESTE MÊS A NOSSA REUNÃO MAGNA
VAI ACONTECER NO DIA 25 E VAI
TER O NIKNAME DE II CIMEIRA
DE TOMAR



Da nossa Primeira DINA eis a CONVOCATÓRIA

"Amigas/os, o nosso passeio a Vila Viçosa teve de ser adiado pois, em período de contenção de despesas, sairia muito dispendioso. O almoço orçava os 25€ e a camioneta, para 34 pessoas, os 550€. Como, de certeza, não arranjaríamos o número de pessoas suficiente para encher o transporte decidimos que era melhor desistirmos. Vila Viçosa ficará para mais tarde.

No próximo dia 25 iremos a Tomar, de comboio. Sairemos de Santa Apolónia às 10 horas e 48 minutos ( comboio número 4413 ). À vinda pensamos usar o das 17 horas e 11 minutos ( comboio número 4430 ). Quem quiser vir mais cedo tem comboio às 16 horas e 11 minutos. Os bilhetes custam 9.95 € para cada percurso mas dado que somos gente NOVA pagaremos só 9.95 € ida e volta. Será bom estarmos meia hora antes na estação para compra dos tkts.

Agora aqui vai a ementa do repasto::


Entradas:
Pão, Azeitonas, Ovos mexidos c/ farinheira, Iscas e Tábua de queijos

Prato:

Arroz de Pato (especialidade da Casa)
Migas de Bacalhau (especialidade da Casa)

Bebidas:
Vinho da Casa, Sangria, refrigerantes e água (cerveja não fará parte do menu)

Sobremesas:
Prova de Sobremesas:
Pêras Bêbedas
Arroz Doce
Leite-creme
Mista de Fruta
Café
Digestivos:

A tradicional rodada de Vinho Abafado
Preço por pessoa: €15


-- Casa das Ratas & Casa Matreno R. Dr. Joaquim Jacinto, 6,7, 2300-577 TOMAR, 933549128 / 249315237

Preciso ter o número exacto de manducantes até domingo próximo. TOCA A RESPONDER.

Bjs

Dina

TEXTO SOBRE O SEGREDO DAS MORADIAS DE CASCAIS USADAS PELOS NAZIS

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A TRANCA REPRODUZ AQUI UM EXERTO
DUM TEXTO DE FRANCISCO GALOPE
SOBRE ESPIONAGEM NAZI NO ESTADO
NOVO



Em 1942, a atividade dos espiões alemães em Lisboa e no Estoril atingia o seu apogeu. Recuemos no tempo para ver como os nazis criaram, em duas moradias contíguas no Estoril, uma estação radiotelegráfica clandestina que abarcava praticamente todo o hemisfério ocidental

Lisboa, 6 de agosto de 1942. A cidade sufoca sob um calor insuportável e uma nuvem de poluição que fere as mucosas nasais. O concerto de buzinas abafa os pregões das varinas de canastra à cabeça, marcando o compasso dos carros que abrem freneticamente caminho através das ruas congestionadas da Baixa.

A burguesia rica já se mudou para as residências de verão, no Estoril. Mas também ali a agitação é maior do que nos anos anteriores. A parte endinheirada dos 60 mil refugiados, na sua maioria judeus, que invadiram a capital desde o espezinhamento da França pelas botas militares alemãs, preferiu o clima mais ameno da chiquérrima estância balnear.

Na abafada Lisboa, ficou quem tem de lutar pela sobrevivência, pelo visto, por um bilhete que dá direito a um lugar num transatlântico apinhado. Ficaram os que não podem extasiar-se com os hors d’oevres, as sopas, os bifes, os vinhos e o aroma do café brasileiro dos ótimos restaurantes da cidade, tendo de recorrer à sopa na Cozinha Económica Israelita.

O Estoril é um oásis de frescura, cosmopolitismo e paz. Nas praias, a areia dourada mete-se, a cada passo, entre os dedos dos pés descalços, ao contrário do que acontece além Pirenéus, onde os areais foram convertidos em instalações militares, rodeadas de arame farpado, minas antitanque e antipessoal e pesados blocos de cimento, para evitar a passagem de carros de combate.

Na Riviera portuguesa, os hotéis e o Casino estão a abarrotar de clientela estrangeira. O muito dinheiro que gastam apenas lhes atenua o sofrimento de quem anda há demasiado tempo a fugir à guerra e à perseguição. Diplomatas, homens de negócios, ex-governantes, aristocratas e monarcas caídos em desgraça cruzam-se nas mesas de baccarat

Alguns espiões frequentam, às claras, os bares dos hotéis e o Casino. Trocam-se informações e espalham-se boatos para confundir os agentes inimigos.

«O Hotel Atlântico é a casa de repouso da Gestapo», comenta-se, por estes dias, na colónia alemã de Lisboa. Os aliados, em especial os britânicos, têm uma predileção pelo Hotel Palácio. O MI6 britânico avisou, entretanto, os seus agentes na zona de Lisboa: há que evitar sítios muito frequentados por ingleses. Estão infestados de agentes ao serviço das potências do Eixo.

NA SOMBRA

É ao anoitecer, quando os candeeiros da Marginal se acendem e o Casino se ilumina, que o Estoril ganha uma aura incandescente, nesta Europa escurecida, em blackout, a aguardar bombardeamentos.

Mas a luminosa Costa do Sol também tem o seu lado sombrio. Não muito longe do halo esbranquiçado das luzes daquela avenida à distância de uns vinte minutos de caminhada, sempre a subir, atrás de muros encimados por vegetação, duas casas contíguas, na Rua de Inglaterra, ocultam uma das mais bem guardadas armas secretas alemãs em território neutro.

O Chalet Bem-me-quer e a Vivenda Gira-Sol são oficialmente as residências dos funcionários da legação alemã em Lisboa, Hans Bendixen e Richard Schubert. Escusado será dizer que o estatuto diplomático é apenas uma cobertura conveniente.

A verdade é que as duas casas, com uma vista ampla até à foz do Tejo, são bastante mais do que um mero posto de observação a partir do qual os serviços secretos militares alemães (Abwehr) controlam, 24 sobre 24 horas, tudo o que entra e sai do porto de Lisboa.

Abwehr - estação radiotelegráfica
Uma estação radiotelegráfica dos serviços secretos militares nazis, Abwehr

É no Chalet Bem-me-quer que, nesta noite de 6 de agosto, um radiotelegrafista alemão, possivelmente Rudolf Larenz ou Helmut Hope, recebe uma mensagem codificada. Os di-dah-di-dah do morse dão conta de movimentações navais dos aliados na Terra Nova, falam dos navios que enchem o porto de St. John’s, do equipamento que levam e das rotas de comboios marítimos que, partindo da Costa Leste dos Estados Unidos, vão abastecer uma Grã-Bretanha cercada e, através de Murmansk, uma União Soviética à mingua de armamento e víveres para barrar o caminho que Hitler tomou em direção ao Cáucaso.

Algures no Atlântico Norte, entre a Terra Nova e a Gronelândia, é Gastão Crawford de Freitas Ferraz, 47 anos, radiotelegrafista de primeira classe, morador na Rua Morais Soares 78, em Lisboa, quem manobra, com destreza, o «pica-pau», emitindo os sinais codificados recebidos no Estoril, a partir do Gil Eanes, o navio-almirante da frota portuguesa da pesca do bacalhau.

BACALHOEIROS INFILTRADOS

O dossiê que os serviços da contraespionagem britânica hão de elaborar a seu respeito não se limita a revelar a história de um radiotelegrafista que vendeu os seus serviços aos alemães por 1 500 escudos mensais (quando o salário de um operário especializado não chegava aos 500 escudos). Juntamente com outros documentos britânicos e alemães, revela o recurso intenso da secreta naval nazi à infiltração de agentes seus na frota bacalhoeira portuguesa.

«O uso de agentes a bordo de navios de pesca como estes portugueses é uma das características operacionais dos serviços secretos navais alemães em Lisboa», escreverá, em setembro desse ano, o brigadeiro David Petrie, diretor-geral do MI5, numa carta ao tenente-coronel Guild, oficial de segurança no porto de St. John’s.

Gastão Ferraz, oficial da Legião Portuguesa, apodrecerá durante três anos, até ao final da guerra, em dois campos de concentração para espiões, em Inglaterra.

Segundo contará mais tarde, no Camp 020R tratavam-no bem, davam-lhe uma «ração» de seis cigarros por dia e até o levaram ao dentista. Isso depois de ter passado pelo horror dos interrogatórios, noutro campo de internamento.

Uma das jogadas de Hans Bendixen foi a de recrutar o maior número possível de homens entre o pessoal mais qualificado da frota do bacalhau sendo, entre os oficiais, os radiotelegrafistas os mais cobiçados. Os serviços de segurança britânicos têm, por isso, fortes razões para desconfiar que, entre os 47 bacalhoeiros que, em maio, largaram rumo aos bancos de pesca da Terra Nova e da Gronelândia, uma dúzia leva a bordo, pelo menos, um agente do Eixo.

O que torna a frota portuguesa apetecível para a espionagem naval alemã é o facto de esses bancos de pesca navegarem exatamente nas rotas dos comboios de navios (de mercadorias e de tropas) que atravessam o Atlântico entre os EUA e a Grã-Bretanha e a Rússia. Ora, em plena Batalha do Atlântico, os alemães usam a cobertura da neutralidade portuguesa para monitorizar o tráfego marítimo e colocar as suas alcateias submarinas no encalço das embarcações aliadas. A preocupação grassa nos centros de poder militar, em Londres e Washington, onde, à boca pequena, se admite que essa batalha está à beira de ser perdida.

Os alemães não só quebraram o código de comunicações dos comboios navais aliados, como descobriram que o asdic, o sistema usado para a deteção de submarinos, é praticamente cego quando eles navegam à superfície. Assim, passaram a atacar à noite, aproximando-se a umas 500 jardas dos navios, sem serem detetados.

Só em junho, o pior mês, afundaram 173 navios. Os submarinistas alemães falam, este verão, em «idade de ouro» e em «época de caça americana». Entre janeiro e agosto, das investidas alemãs, envolvendo apenas 22 submarinos, resultou a perda de 609 navios aliados, o equivalente a mais de 3 milhões de toneladas.

E isso, em certa medida, com a ajuda da frota bacalhoeira nacional, também suspeita de abastecer os alemães em alto mar, se não com combustível, pelo menos com víveres.

O navio almirante dessa frota é o Gil Eanes, cedido, em fevereiro, pela Armada ao Grémio dos Armadores de Pesca do Bacalhau. Trata-se de um organismo tutelado pela figura paternalista e, diga-se, germanófila, de Henrique Tenreiro, cunhado e ajudante de campo de Ortins de Bettencourt, ministro da Marinha, também ele tido como germanófilo. Tenreiro, já nessa altura com uma aura de patrono das pescas, contratou Ferraz para o Gil Eanes. A investigação inglesa há de apontá-lo como alguém que pode, pelo menos, ter facilitado a infiltração da frota bacalhoeira pelos nazis.

O Gil Eanes é um navio de bandeira, que representa o Estado português naquelas águas, onde faz um vaivém permanente entre os bacalhoeiros (na sua maioria veleiros), abastecendo-os e apoiando-os com cuidados médicos. Goza, assim, de uma liberdade total no Atlântico Norte, que lhe permite fazer escalas em diversos portos aliados, entre eles Hallifax, no Canadá, Nova Iorque e Newport News, nos EUA, este último quase encostado à base aérea naval de Norfolk, a maior do hemisfério ocidental. O raio de ação da embarcação portuguesa vai, assim, da Virgínia ao Círculo Polar Ártico.

INGLESES À ESCUTA

Não foi só o telegrafista de serviço na estação clandestina instalada no chalé do Estoril quem captou a mensagem enviada por Ferraz a partir do Atlântico Norte. Um dos postos de escuta dos ingleses intercetou-a e enviou-a para ser descodificada na Goverment Code & Cypher School que o MI6 instalou numa propriedade rural chamada Bletchley Park. Trata-se da verdadeira arma secreta dos aliados. É aqui que se desvendam os códigos das mensagens que os nazis cifram com as suas máquinas Enigma e Lorenz, tidas, por eles, como inexpugnáveis. E os britânicos hão de conseguir guardar o segredo até muito depois de a guerra terminar: a sua existência só será tornada pública em 1975.

Esta será, durante toda a guerra, a fonte de informação mais fiável sobre as diatribes alemãs. Nos relatórios, é sempre mencionada como most secret source ou simplesmente ULTRA. Mesmo na comunidade britânica de informações, apenas um grupo muitíssimo restrito sabe que ambas as expressões são sinónimos de um complexo sistema que interceta e decifra as comunicações alemãs.

Aquela não foi a primeira mensagem de Ferraz a ser intercetada. A contraespionagem britânica sabe, pelo menos desde julho, que o Gil Eanes transporta um espião nazi a bordo.

Paralelamente à infiltração na frota bacalhoeira, e ao desenvolvimento da chamada «organização costeira», que inclui, entre outros serviços, a colocação de agentes em navios da marinha mercante, Hans Bendixen, número dois da espionagem militar alemã em Lisboa a chamada Kriegsorganization Portugal (KOP, Organização de Guerra Portugal) desenvolveu uma rede de comunicações clandestinas que abarcava praticamente todo o hemisfério Ocidental, cujo epicentro eram as duas moradias do Estoril.

É aí que chegam as mensagens enviadas, via radiotelegrafia, pelos agentes da secreta militar alemã infiltrados, nos Estados Unidos, Inglaterra, América do Sul e África, e em todo o Império português, do Atlântico ao Índico. A partir do Estoril, essas informações são retransmitidas aos centros operacionais em Berlim, Hamburgo, Paris e Bordéus. A localização de um comboio naval a atravessar o Atlântico tinha de chegar em tempo útil aos submarinos.

O PONTO DE VIRAGEM

No outono de 1941, a KOP partilhava com os serviços diplomáticos o único transmissor radiotelegráfico da legação. Meses depois, há aparelhos disseminados por toda a orla costeira, ilhas e colónias portuguesas. O evoluir da guerra e a necessidade de retransmitir dados acerca do tráfego marítimo para os centros operacionais criou a necessidade de estabelecer vários serviços radiotelegráficos em Portugal. Só em Lisboa e arredores existiriam mais de cinco dezenas, pelas contas dos ingleses.

Mas os ventos de guerra mudarão realmente, até ao final do ano, e o seguinte revelar-se-á complicado para as organizações alemãs no nosso país. Os casos de Ferraz e de outros nove portugueses, detidos em Inglaterra, grupo em que se inclui Rogério de Menezes, o escriturário da embaixada de Londres (biografado por José António Barreiros), condenado à morte, mas cuja pena será comutada, causam um grande embaraço a Salazar.

Finalmente, em 1943, o ditador manda a Polícia de Vigilância e Defesa do Estado (PVDE) agir contra as organizações de espionagem alemãs, que têm feito mais ou menos o que querem, com as autoridades portuguesas a assobiarem para o lado ou a facilitarem-lhes mesmo o trabalho.

Vários alemães, entre os quais Schubert, são expulsos do País e dezenas de portugueses acabam presos. No Estoril, as moradias Bem-me-quer e Gira-Sol são alvo de uma busca. Mas, nos seus autos, a polícia política, onde predomina a germanofilia, faz constar que, além de um velho recetor de marca norte-americana, nada de suspeito foi encontrado.

Hans Bendixen, esse, continuará por cá, praticamente até ao final da guerra, como número dois da espionagem da Wehrmacht e, temporariamente, como diretor interino do KOP.

Com o final da guerra esvazia-se, também, a vaga de refugiados. O Estoril mantém o glamour e Lisboa permanece caótica e de ar quase irrespirável, mas mais cosmopolita do que antes da guerra.

(Este trabalho, «efeito colateral» de uma investigação em arquivos britânicos, alemães e portugueses, foi originalmente publicado na revista Visão, n.º 1013, 2 de agosto de 2012. Reeditado em novembro de 2014)





12 Novembro, 2014 Um texto de +Francisco Galope in Espionagem, Estado Novo, Segunda Guerra Mundial

terça-feira, novembro 11, 2014

PINTORES MURAIS - DIEGO DE RIVERA

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DIEGO DE RIVERA UM DOS
MAIORES MURALISTAS DO
MÉXICO



Diego Rivera, de nome completo Diego María de la Concepción Juan Nepomuceno Estanislao de la Rivera y Barrientos Acosta y Rodríguez (Guanajuato, 8 de dezembro de 1886 - San Ángel, Cidade do México, 24 de novembro de 1957), de origem judaica, foi um dos maiores pintores mexicanos, casado por quatro vezes, incluindo um tumultuoso casamento com Frida Kahlo.

Desde sempre quis ser pintor e todos percebiam ter talento para isso. Ao ficar adulto, após estudar pintura na adolescência, participou da Academia de San Pedro Alvez, na Cidade do México, partindo para a Europa, beneficiado por uma bolsa de estudos, onde ficou de 1907 até 1921. Esta experiência enriqueceu-o muito em termos artísticos, pois teve contacto com vários pintores da época, como Pablo Picasso, Salvador Dalí, Juan Miró e o arquiteto catalão Antoni Gaudí, que influenciaram a sua obra. Nesta época começou a trabalhar num ateliê em Madrid, Espanha.

Acreditava que somente o mural poderia redimir artisticamente um povo que esquecera a grandeza de sua civilização pré-colombiana durante séculos de opressão estrangeira e de espoliação por parte das oligarquias nacionais, culturalmente voltadas para a metrópole espanhola. Assim como os outros muralistas, considerava a pintura de cavalete burguesa, pois na maior parte dos casos as telas ficavam confinadas em coleções particulares. Dentro deste conceito, realizou gigantescos murais que contavam a historia política e social do México, mostrando a vida e o trabalho do povo mexicano, seus heróis, a terra, as lutas contra as injustiças, as inspirações e aspirações.

Em 1930 Rivera foi para os Estados Unidos, onde permaneceu por 4 anos, pintando vários murais, inclusive no Rockfeller Center, em Nova York.

Rivera era ateu e enfrentou grandes problemas por isso, sofendo muitos preconceitos. O seu mural "Sonho de uma tarde dominical na Alameda Central" retratava Ignacio Ramírez segurando um cartaz que dizia: "Deus não existe". Este trabalho causou indignação, mas Rivera recusou-se a retirar a inscrição. A pintura não foi exposta por nove anos. Depois de Rivera concordar em retirar a inscrição, ele declarou: "Para afirmar 'Deus não existe', eu não tenho que me esconder atrás de Don Ignacio Ramírez; eu sou ateu e considero as religiões uma forma de neurose coletiva".

LISBOA 1755

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O ROSSIO EM LISBOA,EM 1755
EM TEMPO DE INQUISIÇÃO


Lisbon 1755, Rossio Square Inquisition, from Perfect Storms from Matt Borrett on Vimeo.


Carreguem à mesma na setinha e curtam o Rossio em 1755

segunda-feira, novembro 10, 2014

OSCARES DE HOLLYWOOD 2015

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ESTAMOS QUASE A SABER QUAIS
OS FILMES NOMEADOS PARA OS
OSCARES DE HOLLYWOOD

Faltam 3 meses para os Oscars...

Os Oscars só serão atribuídos a 22 de Fevereiro de 2015 — o certo é que Scott Feinberg, de "The Hollywood Reporter", já começou a fazer as suas contas e tem uma primeira lista de candidatos às nomeações...

Faltam cinco meses para os Oscars...

Hollywood

Cerimónia dos Óscares volta ao mês de Fevereiro
A 87ª edição dos Óscares de Hollywood já tem a sua agenda definida: as estatuetas douradas vão ser entregues no dia 22 de Fevereiro, em ...

Os Oscars suscitam sempre as mais variadas formas de "antecipação". No jornalismo cinematográfico de Hollywood, há mesmo quem se tenha especializado em avaliar as singularidades artísticas e comerciais dos filmes (desde as temáticas às campanhas, passando pelo efeito das suas passagens em determinados festivais), especulando sobre as respectivas possibilidades perante os cerca de seis mil membros da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood.

Na revista "The Hollywood Reporter", o jornalista Scott Feinberg é um desses analistas que, ano após ano, vai avaliando as performances e hipóteses dos filmes face aos Oscars, por vezes com resultados francamente surpreendentes — em 2006 e 2013, acertou mesmo em 21 dos 24 vencedores das estatuetas douradas.

Pois bem, embora faltem cerca de cinco meses para a atribuição dos Oscars referentes à produção de 2014, Feinberg já apresentou as suas primeiras previsões (incluindo muitos títulos que ainda nem sequer chegaram às salas). Assim, na maior parte das categorias, propõe um lote de potenciais nomeados, acrescentando mais uma série de produções com possibilidades mais ou menos consistentes. Vale a pena referir os dez títulos que Feinberg antecipa como candidatos ao Oscar de melhor filme. São eles (pela ordem apresentada):

* AMERICAN SNIPER — Clint Eastwood dirige Bradley Cooper num drama baseado na autobiografia de Chris Kyle, "sniper" dos Navy SEALs dos EUA.




* INTERSTELLAR — com Matthew McConaughey, Anne Hathaway e Jessica Chastian, é a nova saga de ficção científica assinada por Christopher Nolan.

* UNBROKEN — segunda realização de Angelina Jolie, evocando a experiência dramática de um herói da Segunda Guerra Mundial.

* BOYHOOD — a história do crescimento de uma personagem, da infância à adolescência, filmada ao longo de onze anos por Richard Linklater.

* THE IMITATION GAME — com Benedict Cumberbatch no papel de Alan Turing, matemático britânico que decifrou o código das comunicações do exército nazi.

* THE THEORY OF EVERYTHING — um retrato do cientista Stephen Hawking filmado a partir das memórias da sua ex-mulher, Jane Hawking.

* AMERICAN SNIPER — Clint Eastwood dirige Bradley Cooper num drama baseado na autobiografia de Chris Kyle, "sniper" dos Navy SEALs dos EUA.

* BIRDMAN — Michael Keaton interpreta um actor que se celebrizou como "super-herói", numa realização de Alejandro González Iñarritú.

* FOXCATCHER — retrato do campeão olímpico de luta livre Mark Schultz, interpretado por Channing Tatum, sob a direcção de Bennett Miller.

* GONE GIRL — David Fincher realiza um "thriller" sobre uma mulher desaparecida, com argumento escrito por Gillian Flynn a partir do seu "best-seller".

* INTO THE WOODS — produção dos estúdios Disney (com Meryl Streep, Johnny Depp, etc.), adaptando um musical de James Lapine e Stephen Sondheim.

As previsões totais de Scott Feinberg envolvem, desde já, treze categorias
Recorde-se que as nomeações serão conhecidas a 15 de Janeiro de 2015 — a cerimónia de entrega dos Oscars está agendada para o Dolby Theatre, cerca de cinco semanas mais tarde, a 22 de Fevereiro.

A PORTA DOS FUNDOS

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OI, SE ÉS CRENTE NÃO ESCUTES
ESTA VISITA DE JWSUS




SE ÉS E VISTE E ESCUTÁSTE, EU AVISEI...!!!

terça-feira, novembro 04, 2014

RECORDANDO O DIA EM QUE O NUNO MATOS INAUGUROU A HALL OF FAME

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O NOSSO COMPANHEIRO NUNO MATOS, NO DIA
EM QUE DEIXOU A ENTÃO MUI NOBRE SECÇÃO
DOS DOMESTICOS, HOJE "PORTUGAL-ESPANHA"
A CAMINHO DAS AMERICA, INAUGUROU UMA
HALL OF FAME, TENDO-LHE SIDO, NA OPORTU-
NIDADE ,DEDICADO UM TEXTO NA TRANCA.

RECORDO HOJE ESSE MOMENTO



"HALL OF FAME" inaugurado nos "DOMESTICOS", NUNO a primeira personalidade a vêr o seu nome prestigiado

O Nuno foi-se embora!
Foi-se embora o Nuno!
Os "Domésticos" eram o Nuno e a sua circunstância.
Os "Domésticos" estão numa crise de identidade, pois o Nuno era o seu rosto.
No Funchal os telefones deixaram de tinir.
O Alberto João já não vai desfilar de zulu no Carnaval.
A Lourdes e as Marias Joões sentem-se traídas e já falam em emigrar.
Em S.Miguel já nem o "peixe" quer voar connosco, as Furnas esfriaram, as fumarolas viraram fuminhos.

As "Américas", as duas, a do Norte e a Latina, sempre namoraram o Nuno.
Agentes vários, un secretos, outros nem por isso, sempre apareciam ao fim da tarde, como quem não quer nada, e vá de deitar conversa fóra, palavras mansas, palavras doces, "que os "Domésticos eram um mercado limitado, que a Madeira é só uma ilha, que nos Açores chove demais, que os teco-tecos do Porto Santo deviam estar nas prateleiras do "TOYS R US" e outros dislates parelhos.
A tudo o Nuno foi resistindo!!!

De Fortaleza chegaram a mandar a "Escola de Forró do Lulu de Madame" para actuarem em exclusivo para o Nuno, "as mulatas que não vêm no mapa" do Ôba-Ôba do Sargenteli, e até o Jardel, que é lá da terra, o convidou para uma soirée dançante e lhe prometeu que viria pró Benfica.
A tudo o Nuno foi resistindo!!!

Do Natal, veio uma delegação de banhistas evangélicos que lhe prometeram um estágio de purificação em Tibau do Sul e lhe trouxeram um frasquinho com areia dourada das dunas da Praia da Pipa.
A tudo o Nuno foi resistindo!!!

De Nova York veio o Jackson em pessoa, falar-lhe das vantagens da vida na Big Apple do Woody Allen, nos espectáculos da Broadway, dos fins de tarde de Verão em Greenwich Village, dos Rolex marados da Canal Street na China Town, no King Kong,no Al Capone, no Dom Corleone, no Dillinger, no Indio Jerónimo , no Sitting Bull, no Mickey Mouse, nos esquilos do Central Park, nos New York Kniks, na Little Italy e nos bilhares sem horas do Harlem.
A tudo o Nuno foi resistindo!!!

"Que não senhor, que nunca aceitaria abandonar o 1667, os érrecêéles, as charlas anti-fascistas, as chamadas do Funchal "
Mas vieram os Meninos de Zeus baralhar tudo e dar de novo, mas vieram as cunhas do Lula, da Bethânia, da Madona, vieram o Miranda e a Lígia e por fim "last but not the least" a sedução decisiva da Mónica., e o Nuno foi desviado para as "Américas"
E o Nuno não resistiu!!!

Hoje realizou-se uma cerimónia de grande valôr simbólico.
Foi criado e inaugurado no espaço onde se situam os "Domésticos" uma "HALL OF FAME", isso nesmo, do tipo Hollywoodiano.
O primeiro nome a ser gravado a letras de ouro na estrela, foi ,pois claro, o do NUNO, que assim viu reconhecida pelos seus ex-companheiros dos Domésticos, a qualidade da sua passagem pelo seio da equipa, a sua camaradagem, sentido de humôr (as suas imitações de voz são geniais)e espirito de grupo.
Na presença de duas convidadas especiais, que com ele iniciaram a aventura da aviação comercial, a Vera e a Marta, iniciou-se a cerimónia, tendo a Filipa (que substituiu o Nuno) descerrado a pesada cortina que escondia a estrela de 5 pontas com o nome do festejado Nuno inscrito a letras de ouro reluzente.

A HALL OF FAME está agora patente ao público todos os dias das oito às cinco, ali para os lados dos Domésticos.
Visitem-nos!!!

PREMIADOS DOS DOCLISBOA 2014

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EIS A LISTA DOS FILMES PREMIADOS
NO DOCLISBOA 2014

Pela primeira vez, João Pedro Plácido, diretor de fotografia de profissão, decidiu assumir o papel de realizador. A tarefa valeu-lhe dois prémios no Doclisboa: o galardão de Melhor Longa-Metragem da Competição Portuguesa, e o prémio Escolas, atribuído pelo IADE à Melhor Longa-Metragem nacional.

A ideia do documentário «Volta à Terra» andou na cabeça de João Pedro Plácido «durante 20 anos», porque Uz, em Braga, era o local de origem da família materna do realizador. «Necessitei destes anos todos, porque precisava de me distanciar da minha ideia primária e precisava de financiamento», conta João Pedro Plácido ao Canal Superior.

O jovem seguiu, durante alguns meses, a vida na aldeia de Uz, onde passou muitos verões de férias, e pretendeu mostrar «a beleza e o amor que aquelas pessoas têm por aquela forma de vida, pelo trabalho, pela terra». «A sua política de não consumismo é para mim um reflexo de uma certa sabedoria, de uma filosofia, de empatia com a terra e os animais», acrescenta o cineasta.

Apesar de os prémios terem sido muito «recompensadores», João Pedro Plácido garante que esta foi experiência única. «Eu quero ajudar realizadores a encontrar imagens para a história que eles querem contar», confessa o diretor de fotografia. «Temos que querer mesmo contar aquela história, tem que estar dentro de nós, e esta era a única história que eu queria contar», conclui.

Wang Bing vence pela terceira vez

Na corrida internacional, o DocLisboa premiou, pela terceira vez, o chinês Wang Bing. Depos de «West of The Tracks», em 2002, e de «Three Sisters», em 2012, foi a vez de «Father and Sons», em 2012, ser o grande vencedor do Prémio Cidade de Lisboa.

No documentário, o realizador chinês acompanha dois meninos que vivem sozinhos, enquanto o pai trabalha duramente. O filme explora ainda a fronteira entre o documentário e o objeto-instalação artística.

O Prémio Especial do Júri foi entregue ao francês Éric Baudelaire por «Letters to Max». «I Forgot!», de Eduardo Williams venceu o prémio de Melhor Curta-Metragem da Competição Internacional, e «Songs from the North» venceu a Melhor Primeira Obra.

No campo português, «Motu Maeva», de Maureen Fazendeiro, foi considerada a Melhor Curta-Metragem, e «Ilusão», de Sofia Marques, foi distinguido com o Prémio do Público.





COMPETIÇÃO INTERNACIONAL

GRANDE PRÉMIO DA CIDADE DE LISBOA PARA MELHOR LONGA-METRAGEM DA COMPETIÇÃO INTERNACIONAL

FATHER AND SONS, de Wang Bing (2014, China, França)

MENÇÃO HONROSA

IL SEGRETO, de Cyop & Kaf (2013, Itália)

PRÉMIO ESPECIAL DOCLISBOA DO JÚRI DA COMPETIÇÃO INTERNACIONAL

LETTERS TO MAX, de Eric Baudelaire (2014, França)

PRÉMIO PIXEL BUNKER PARA MELHOR CURTA-METRAGEM DA COMPETIÇÃO INTERNACIONAL

TÔI QUÊN RÔI! (I FORGOT!), de Eduardo Williams (2014, França)

PRÉMIO CULTURGEST PRIMEIRA OBRA / PRÉMIO PARA MELHOR PRIMEIRA OBRA TRANSVERSAL ÀS COMPETIÇÕES E RISCOS

SONGS FROM THE NORTH, de Soon-Mi Yoo (2014, EUA, Coreia do Sul, Portugal)

PRÉMIO UNIVERSIDADES / PRÉMIO UNIVERSIDADE LUSÍADA PARA MELHOR LONGA-METRAGEM DA COMPETIÇÃO INTERNACIONAL

HIT 2 PASS, de Kurt Walker (2014, Canadá)

INVESTIGAÇÕES

Prémio RTP para Melhor Documentário de Investigação

EVAPORATING BORDERS, de Iva Radivojevic (2014, EUA, Chipre)

COMPETIÇÃO PORTUGUESA

PRÉMIO LISCONT PARA MELHOR LONGA-METRAGEM DA COMPETIÇÃO PORTUGUESA

VOLTA À TERRA, de João Pedro Plácido (2014, Portugal, Suíça, França)

PRÉMIO SPA PARA MELHOR CURTA-METRAGEM DA COMPETIÇÃO PORTUGUESA

MOTU MAEVA, de Maureen Fazendeiro (2014, França, Portugal)

PRÉMIO ESCOLAS / PRÉMIO IADE PARA MELHOR LONGA-METRAGEM DA COMPETIÇÃO PORTUGUESA

VOLTA À TERRA, de João Pedro Plácido (2014, Portugal, Suíça, França)

PRÉMIO DO PÚBLICO - Prémio Jornal Público para Melhor Longa-Metragem Portuguesa

ILUSÃO, de Sofia Marques (2014, Portugal)