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o que é que é a ONGOING?
Durante a Comissão Parlamentar de Inquérito que decorreu meses a fio, só para saber se Sócrates sabia ou não da da venda da TVI, ficaram no ouido e na retina dos portugueses, a sanha, a fúria, a atitude pidesca do então "inspector" do então PSD, contra a ONGOING.
Pois bem, a tal promiscuidade contra o que Agostinho Branquinho tanto falou durante as suas prolongadas arengas na tal CPI, mandou-as ele para as urtigas. Vendeu-se alegramente à promiscuidade.
TRANCA - Revista do antigo RC / Controle de Reservas. Actual Revenue/QRL/SQQ/Irregularidades/Comunidade ex-RC.
domingo, outubro 31, 2010
RAFAEL BORDALO PINHEIRO
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O FACTO DE TERMOS VISITADO A CASA
MUSEU DE RAFAEL BORDALO PINHEIRO,
AGUÇOU A CURIOSIDADE E AQUI VAI
UMA MATÉRIA SOBRE O ARTISTA.
Rafael Bordalo Pinheiro
Rafael Augusto Prostes Bordalo Pinheiro (Lisboa, 21 de Março de 1846 — 23 de Janeiro de 1905) foi um artista português, de obra vasta dispersa por largas dezenas de livros e publicações, precursor do cartaz artístico em Portugal, desenhador, aguarelista, ilustrador, decorador, caricaturista político e social, jornalista, ceramista e professor. O seu nome está intimamente ligado à caricatura portuguesa, à qual deu um grande impulso, imprimindo-lhe um estilo próprio que a levou a uma visibilidade nunca antes atingida. É o autor da representação popular do Zé Povinho, que se veio a tornar num símbolo do povo português. Entre seus irmãos estava o pintor Columbano Bordalo Pinheiro.
O Museu Rafael Bordalo Pinheiro, em Lisboa, reúne a sua obra.
Biografia
Nascido Rafael Augusto Prostes Bordalo Pinheiro , filho de Manuel Maria Bordalo Pinheiro (1815-1880) e D. Maria Augusta do Ó Carvalho Prostes, em família de artistas, cedo ganhou o gosto pelas artes. Em 1860 inscreveu-se no Conservatório e posteriormente matriculou-se sucessivamente na Academia de Belas Artes (desenho de arquitectura civil, desenho antigo e modelo vivo), no Curso Superior de Letras e na Escola de Arte Dramática, para logo de seguida desistir. Estreou-se no Teatro Garrett embora nunca tenha vindo a fazer carreira como actor.
Em 1863, o pai arranjou-lhe um lugar na Câmara dos Pares, onde acabou por descobrir a sua verdadeira vocação, derivado das intrigas políticas dos bastidores.
Desposou Elvira Ferreira de Almeida em 1866 e no ano seguinte nasceu o seu filho Manuel Gustavo Bordalo Pinheiro.
Começou por tentar ganhar a vida como artista plástico com composições realistas apresentando pela primeira vez trabalhos seus em 1868 na exposição promovida pela Sociedade Promotora de Belas-Artes, onde apresentou oito aguarelas inspiradas nos costumes e tipos populares, com preferência pelos campinos de trajes vistosos. Em 1871 recebeu um prémio na Exposição Internacional de Madrid. Paralelamente foi desenvolvendo a sua faceta de ilustrador e decorador.
Em 1875 criou a figura do Zé Povinho, publicada n'A Lanterna Mágica. Nesse mesmo ano, partiu para o Brasil onde colaborou em alguns jornais e enviava a sua colaboração para Lisboa, voltando a Portugal em 1879, tendo lançado O António Maria.
Experimentou trabalhar o barro em 1885 e começou a produção de louça artística na Fábrica de Faianças das Caldas da Rainha.
Faleceu a 23 de Janeiro de 1905 em Lisboa, no nº 28 da rua da Abegoaria (actual Largo Raphael Bordallo-Pinheiro), no Chiado, freguesia do Sacramento, em Lisboa.
O desenhador
Raphael Bordallo-Pinheiro deixou um legado iconográfico verdadeiramente notável,tendo produzido dezenas de litografias. Compôs inúmeros desenhos para almanaques, anúncios e revistas estrangeiras como El Mundo Comico (1873-74), Ilustrated London News, Ilustracion Española y Americana (1873), L'Univers Illustré e El Bazar. Fez desenhos em álbuns de senhoras, foi o autor de capas e de centenas de ilustrações em livros, e em folhas soltas deixou portraits-charge de diversas personalidades. Começou a fazer caricatura por brincadeira como aconteceu nas paredes dos claustros do edifício onde dava aulas o Professor Jaime Moniz, onde apareceram, desenhados a ponta de charuto, as caricaturas dos mestres. Mas é a partir do êxito alcançado pel'O Dente da Baronesa (1870), folha de propaganda a uma comédia em 3 actos de Teixeira de Vasconcelos, que Bordalo entra definitivamente para a cena do humorismo gráfico.
Dotado de um grande sentido de humor mas também de uma crítica social bastante apurada e sempre em cima do acontecimento, caricaturou todas as personalidades de relevo da política, da Igreja e da cultura da sociedade portuguesa. Apesar da crítica demolidora de muitos dos seus desenhos, as suas características pessoais e artísticas cedo conquistaram a admiração e o respeito público que tiveram expressão notória num grande jantar em sua homenagem realizado na sala do Teatro Nacional D. Maria II, em 6 de Junho de 1903 que, de forma inédita, congregou à mesma mesa praticamente todas as figuras que o artista tinha caricaturado.
Na sua figura mais popular, o Zé Povinho, conseguiu projectar a imagem do povo português de uma forma simples mas simultaneamente fabulosa, atribuindo um rosto ao país. O Zé Povinho continua ainda hoje a ser retratado e utilizado por diversos caricaturistas para revelar de uma forma humorística os podres da sociedade.
Foi ele que se fez "ouvir" com as suas caricaturas da queda da monarquia.
O ceramista
Imagem em barro do Zé Povinho.Tendo aceitado o convite para chefiar o setor artístico da Fábrica de Faianças das Caldas da Rainha (1884), aí criou o segundo momento de renovação da cerâmica Caldense[1]. Raphael Bordallo-Pinheiro dedicou-se à produção de peças de cerâmica que, nas suas mãos, rapidamente, adquiriram um cunho original. Jarras, vasos, bilhas, jarrões, pratos e outras peças demonstram um labor tão frenético e criativo quanto barroco e decorativista, características, aliás, também presentes nos seus trabalhos gráficos. Mas Bordalo não se restringiu apenas à fabricação de loiça ornamental. Além de ter desenhado uma baixela de prata da qual se destaca um originalíssimo faqueiro que executou para o 3º visconde de S. João da Pesqueira, satisfez dezenas de pequenas e grandes encomendas para a decoração de palacetes: azulejos, painéis, frisos, placas decorativas, floreiras, fontes-lavatório, centros de mesa, bustos, molduras, caixas, e também broches, alfinetes, perfumadores, etc.
No entanto, a cerâmica também não poderia excluir as figuras do seu repertório. A par das esculturas que modelou para as capelas do Buçaco representando cinquenta e duas figuras da Via Sacra, Bordalo apostou sobretudo nas que lhe eram mais gratas: O Zé Povinho (que será representado em inúmeras atitudes), a Maria Paciência, a mamuda ama das Caldas, o polícia, o padre tomando rapé e o sacristão de incensório nas mãos, a par de muitos outros.
Embora financeiramente, a fábrica se ter revelado um fracasso, a genialidade deste trabalho notável teve expressão nos prémios conquistados: uma medalha de ouro na Exposição Colombiana de Madrid em 1892, em Antuérpia (1894), novamente em Madrid (1895), em Paris (1900), e nos Estados Unidos, em St. Louis (1904).
O jornalista
Capa do primeiro jornal de crítica diário: "A Lanterna Mágica".Raphael Bordallo-Pinheiro destacou-se sobretudo como um homem de imprensa. Durante cerca de 35 anos (de 1870 a 1905) foi a alma de todos os periódicos que dirigiu quer em Portugal, quer nos três anos que trabalhou em terras brasileiras.
Semanalmente, durante as décadas referidas, os seus periódicos debruçaram-se sobre a sociedade portuguesa nos mais diversos quadrantes, de uma forma sistemática e pertinente.
Em 1870 lançou três publicações: "O Calcanhar de Aquiles", "A Berlinda" e "O Binóculo", este último, um semanário de caricaturas sobre espectáculos e literatura, talvez o primeiro jornal, em Portugal, a ser vendido dentro dos teatros. Seguiu-se o "M J ou a História Tétrica de uma Empresa Lírica", em 1873. Todavia, foi "A Lanterna Mágica", em 1875, que inaugurou a época da actividade regular deste jornalista "sui generis" que, com todo o desembaraço, ao longo da sua actividade, fez surgir e também desaparecer inúmeras publicações. Seduzido pelo Brasil, também aí (de 1875 a 1879) animou "O Mosquito", o "Psit!!!" e "O Besouro", tendo tido tanto impacto que, numa obra recente, intitulada "Caricaturistas Brasileiros", Pedro Corrêa do Lago lhe dedica diversas páginas, enfatizando o seu papel.
"O António Maria", nas suas duas séries (1879-1885 e 1891-1898), abarcando quinze anos de actividade jornalística, constitui a sua publicação de referência. Ainda fruto do seu intenso labor, "Pontos nos ii" são editados entre 1885-1891 e "A Paródia", o seu último jornal, surge em 1900.
A seu lado, nos periódicos, estiveram Guilherme de Azevedo, Guerra Junqueiro, Ramalho Ortigão, João Chagas, Marcelino Mesquita e muitos outros, com contributos de acentuada qualidade literária. Daí que estas publicações constituam um espaço harmonioso em que o material textual e o material icónico se cruzam de uma forma polifónica.
Vivendo numa época caracterizada pela crise económica e política, Raphael enquanto homem de imprensa soube manter uma indiscutível independência face aos poderes instituídos, nunca calando a voz, pautando-se sempre pela isenção de pensamento e praticando o livre exercício de opinião. Esta atitude granjeou um apoio público tal que, não obstante as tentativas, a censura nunca logrou silenciá-lo. E, todas as quintas-feiras, dia habitual da saída do jornal, o leitor e observador podia contar com os piparotes costumeiros, com uma crítica a que se juntava o divertimento. Mas como era natural, essa independência e o enfrentar dos poderes instituídos originaram-lhe alguns problemas como por exemplo o retirar do financiamento d'O António Maria como represália pela crítica ao partido do seu financiador. Também no Brasil arranjou problemas, onde chegou mesmo a receber um cheque em branco para se calar com a história de um ministro conservador metido com contrabandistas. Quando percebe que a sua vida começa a correr perigo, volta a Portugal, não sem antes deixar uma mensagem:
".... não estamos filiados em nenhum partido; se o estivéssemos, não seríamos decerto conservadores nem liberais. A nossa bandeira é a VERDADE. Não recebemos inspirações de quem quer que seja e se alguém se serve do nosso nome para oferecer serviços, que só prestamos à nossa consciência e ao nosso dever, - esse alguém é um infame impostor que mente." ( O Besouro, 1878)
O homem de teatro
Busto em homenagem a Bordalo Pinheiro (Parque D. Carlos I, Caldas da Rainha).Com 14 anos apenas, integrado num grupo de amadores, pisou como actor o palco do teatro Garrett, inscrevendo-se depois na Escola de Arte Dramática que, devido à pressão da parte do pai, acabou por abandonar. Estes inícios — se revelaram que o talento de Raphael Bordallo-Pinheiro não se direccionava propriamente para a carreira de actor — selaram, porém, uma relação com a arte teatral que não mais abandonou.
Tendo esporadicamente desenhado figurinos e trabalhado em cenários, Raphael Bordallo-Pinheiro foi sobretudo um amante do teatro. Era espectador habitual das peças levadas à cena na capital, frequentava assiduamente os camarins dos artistas, participava nas tertúlias constituídas por críticos, dramaturgos e actores. E transpunha, semana a semana, o que via e sentia, graficamente, nos jornais que dirigia. O material iconográfico legado por Raphael Bordallo-Pinheiro adquire, neste contexto, uma importância extrema porque permite perceber muito do que foi o teatro, em Portugal, nessas décadas.
Em centenas de caricaturas, Raphael Bordallo-Pinheiro faz aparecer o espectáculo, do ponto de vista da produção: desenha cenários, revela figurinos, exibe as personagens em acção, comenta prestações e critica 'gaffes'. A par disso, pelo seu lápis passam também as mais variadas reacções do público: as palmas aos sucessos, muitos deles obra de artistas estrangeiros, já que Lisboa fazia parte do circuito internacional das companhias; as pateadas estrondosas quando o público se sentia defraudado; os ecos dos bastidores; as anedotas que circulavam; as bisbilhotices dos camarotes enfim, todo um conjunto de aspectos que têm a ver com a recepção do espectáculo e que ajudam a compreender o que era o teatro e qual o seu papel na Lisboa oitocentista.
1846: Nasce em Lisboa. - 1857: Nasce o irmão Columbano. - 1860: Inscreve-se no Conservatório. - 1861: Matricula-se pela 1ª vez na Academia de Belas Artes, Lisboa. - 1863: Amanuense na Câmara dos Pares. - 1866: Casa com Elvira Almeida. - 1867: Nasce o seu filho Manuel Augusto. - 1868: 1ª Exposição no salão da Promotora; é-lhe recusada Bolsa para Roma. - 1870: Publica o Calcanhar de Aquiles. - 1871: Participação na Exposição Internacional de Madrid. - 1875: Cria a figura do “Zé Povinho”. Parte para o Rio de Janeiro. - 1876: Morre a sua Mãe. - 1877: Lança o Psit!!! - 1878: Lança O Besouro. - 1879: Regressa a Lisboa. Lança o António Maria. - 1880: Morre o seu Pai. - 1885: Começa o fabrico da louça artística das Caldas da Rainha. - 1888: Viaja pela Europa. - 1900: Lança A Paródia. - 1905: Morre em Lisboa.
O FACTO DE TERMOS VISITADO A CASA
MUSEU DE RAFAEL BORDALO PINHEIRO,
AGUÇOU A CURIOSIDADE E AQUI VAI
UMA MATÉRIA SOBRE O ARTISTA.
Rafael Bordalo Pinheiro
Rafael Augusto Prostes Bordalo Pinheiro (Lisboa, 21 de Março de 1846 — 23 de Janeiro de 1905) foi um artista português, de obra vasta dispersa por largas dezenas de livros e publicações, precursor do cartaz artístico em Portugal, desenhador, aguarelista, ilustrador, decorador, caricaturista político e social, jornalista, ceramista e professor. O seu nome está intimamente ligado à caricatura portuguesa, à qual deu um grande impulso, imprimindo-lhe um estilo próprio que a levou a uma visibilidade nunca antes atingida. É o autor da representação popular do Zé Povinho, que se veio a tornar num símbolo do povo português. Entre seus irmãos estava o pintor Columbano Bordalo Pinheiro.
O Museu Rafael Bordalo Pinheiro, em Lisboa, reúne a sua obra.
Biografia
Nascido Rafael Augusto Prostes Bordalo Pinheiro , filho de Manuel Maria Bordalo Pinheiro (1815-1880) e D. Maria Augusta do Ó Carvalho Prostes, em família de artistas, cedo ganhou o gosto pelas artes. Em 1860 inscreveu-se no Conservatório e posteriormente matriculou-se sucessivamente na Academia de Belas Artes (desenho de arquitectura civil, desenho antigo e modelo vivo), no Curso Superior de Letras e na Escola de Arte Dramática, para logo de seguida desistir. Estreou-se no Teatro Garrett embora nunca tenha vindo a fazer carreira como actor.
Em 1863, o pai arranjou-lhe um lugar na Câmara dos Pares, onde acabou por descobrir a sua verdadeira vocação, derivado das intrigas políticas dos bastidores.
Desposou Elvira Ferreira de Almeida em 1866 e no ano seguinte nasceu o seu filho Manuel Gustavo Bordalo Pinheiro.
Começou por tentar ganhar a vida como artista plástico com composições realistas apresentando pela primeira vez trabalhos seus em 1868 na exposição promovida pela Sociedade Promotora de Belas-Artes, onde apresentou oito aguarelas inspiradas nos costumes e tipos populares, com preferência pelos campinos de trajes vistosos. Em 1871 recebeu um prémio na Exposição Internacional de Madrid. Paralelamente foi desenvolvendo a sua faceta de ilustrador e decorador.
Em 1875 criou a figura do Zé Povinho, publicada n'A Lanterna Mágica. Nesse mesmo ano, partiu para o Brasil onde colaborou em alguns jornais e enviava a sua colaboração para Lisboa, voltando a Portugal em 1879, tendo lançado O António Maria.
Experimentou trabalhar o barro em 1885 e começou a produção de louça artística na Fábrica de Faianças das Caldas da Rainha.
Faleceu a 23 de Janeiro de 1905 em Lisboa, no nº 28 da rua da Abegoaria (actual Largo Raphael Bordallo-Pinheiro), no Chiado, freguesia do Sacramento, em Lisboa.
O desenhador
Raphael Bordallo-Pinheiro deixou um legado iconográfico verdadeiramente notável,tendo produzido dezenas de litografias. Compôs inúmeros desenhos para almanaques, anúncios e revistas estrangeiras como El Mundo Comico (1873-74), Ilustrated London News, Ilustracion Española y Americana (1873), L'Univers Illustré e El Bazar. Fez desenhos em álbuns de senhoras, foi o autor de capas e de centenas de ilustrações em livros, e em folhas soltas deixou portraits-charge de diversas personalidades. Começou a fazer caricatura por brincadeira como aconteceu nas paredes dos claustros do edifício onde dava aulas o Professor Jaime Moniz, onde apareceram, desenhados a ponta de charuto, as caricaturas dos mestres. Mas é a partir do êxito alcançado pel'O Dente da Baronesa (1870), folha de propaganda a uma comédia em 3 actos de Teixeira de Vasconcelos, que Bordalo entra definitivamente para a cena do humorismo gráfico.
Dotado de um grande sentido de humor mas também de uma crítica social bastante apurada e sempre em cima do acontecimento, caricaturou todas as personalidades de relevo da política, da Igreja e da cultura da sociedade portuguesa. Apesar da crítica demolidora de muitos dos seus desenhos, as suas características pessoais e artísticas cedo conquistaram a admiração e o respeito público que tiveram expressão notória num grande jantar em sua homenagem realizado na sala do Teatro Nacional D. Maria II, em 6 de Junho de 1903 que, de forma inédita, congregou à mesma mesa praticamente todas as figuras que o artista tinha caricaturado.
Na sua figura mais popular, o Zé Povinho, conseguiu projectar a imagem do povo português de uma forma simples mas simultaneamente fabulosa, atribuindo um rosto ao país. O Zé Povinho continua ainda hoje a ser retratado e utilizado por diversos caricaturistas para revelar de uma forma humorística os podres da sociedade.
Foi ele que se fez "ouvir" com as suas caricaturas da queda da monarquia.
O ceramista
Imagem em barro do Zé Povinho.Tendo aceitado o convite para chefiar o setor artístico da Fábrica de Faianças das Caldas da Rainha (1884), aí criou o segundo momento de renovação da cerâmica Caldense[1]. Raphael Bordallo-Pinheiro dedicou-se à produção de peças de cerâmica que, nas suas mãos, rapidamente, adquiriram um cunho original. Jarras, vasos, bilhas, jarrões, pratos e outras peças demonstram um labor tão frenético e criativo quanto barroco e decorativista, características, aliás, também presentes nos seus trabalhos gráficos. Mas Bordalo não se restringiu apenas à fabricação de loiça ornamental. Além de ter desenhado uma baixela de prata da qual se destaca um originalíssimo faqueiro que executou para o 3º visconde de S. João da Pesqueira, satisfez dezenas de pequenas e grandes encomendas para a decoração de palacetes: azulejos, painéis, frisos, placas decorativas, floreiras, fontes-lavatório, centros de mesa, bustos, molduras, caixas, e também broches, alfinetes, perfumadores, etc.
No entanto, a cerâmica também não poderia excluir as figuras do seu repertório. A par das esculturas que modelou para as capelas do Buçaco representando cinquenta e duas figuras da Via Sacra, Bordalo apostou sobretudo nas que lhe eram mais gratas: O Zé Povinho (que será representado em inúmeras atitudes), a Maria Paciência, a mamuda ama das Caldas, o polícia, o padre tomando rapé e o sacristão de incensório nas mãos, a par de muitos outros.
Embora financeiramente, a fábrica se ter revelado um fracasso, a genialidade deste trabalho notável teve expressão nos prémios conquistados: uma medalha de ouro na Exposição Colombiana de Madrid em 1892, em Antuérpia (1894), novamente em Madrid (1895), em Paris (1900), e nos Estados Unidos, em St. Louis (1904).
O jornalista
Capa do primeiro jornal de crítica diário: "A Lanterna Mágica".Raphael Bordallo-Pinheiro destacou-se sobretudo como um homem de imprensa. Durante cerca de 35 anos (de 1870 a 1905) foi a alma de todos os periódicos que dirigiu quer em Portugal, quer nos três anos que trabalhou em terras brasileiras.
Semanalmente, durante as décadas referidas, os seus periódicos debruçaram-se sobre a sociedade portuguesa nos mais diversos quadrantes, de uma forma sistemática e pertinente.
Em 1870 lançou três publicações: "O Calcanhar de Aquiles", "A Berlinda" e "O Binóculo", este último, um semanário de caricaturas sobre espectáculos e literatura, talvez o primeiro jornal, em Portugal, a ser vendido dentro dos teatros. Seguiu-se o "M J ou a História Tétrica de uma Empresa Lírica", em 1873. Todavia, foi "A Lanterna Mágica", em 1875, que inaugurou a época da actividade regular deste jornalista "sui generis" que, com todo o desembaraço, ao longo da sua actividade, fez surgir e também desaparecer inúmeras publicações. Seduzido pelo Brasil, também aí (de 1875 a 1879) animou "O Mosquito", o "Psit!!!" e "O Besouro", tendo tido tanto impacto que, numa obra recente, intitulada "Caricaturistas Brasileiros", Pedro Corrêa do Lago lhe dedica diversas páginas, enfatizando o seu papel.
"O António Maria", nas suas duas séries (1879-1885 e 1891-1898), abarcando quinze anos de actividade jornalística, constitui a sua publicação de referência. Ainda fruto do seu intenso labor, "Pontos nos ii" são editados entre 1885-1891 e "A Paródia", o seu último jornal, surge em 1900.
A seu lado, nos periódicos, estiveram Guilherme de Azevedo, Guerra Junqueiro, Ramalho Ortigão, João Chagas, Marcelino Mesquita e muitos outros, com contributos de acentuada qualidade literária. Daí que estas publicações constituam um espaço harmonioso em que o material textual e o material icónico se cruzam de uma forma polifónica.
Vivendo numa época caracterizada pela crise económica e política, Raphael enquanto homem de imprensa soube manter uma indiscutível independência face aos poderes instituídos, nunca calando a voz, pautando-se sempre pela isenção de pensamento e praticando o livre exercício de opinião. Esta atitude granjeou um apoio público tal que, não obstante as tentativas, a censura nunca logrou silenciá-lo. E, todas as quintas-feiras, dia habitual da saída do jornal, o leitor e observador podia contar com os piparotes costumeiros, com uma crítica a que se juntava o divertimento. Mas como era natural, essa independência e o enfrentar dos poderes instituídos originaram-lhe alguns problemas como por exemplo o retirar do financiamento d'O António Maria como represália pela crítica ao partido do seu financiador. Também no Brasil arranjou problemas, onde chegou mesmo a receber um cheque em branco para se calar com a história de um ministro conservador metido com contrabandistas. Quando percebe que a sua vida começa a correr perigo, volta a Portugal, não sem antes deixar uma mensagem:
".... não estamos filiados em nenhum partido; se o estivéssemos, não seríamos decerto conservadores nem liberais. A nossa bandeira é a VERDADE. Não recebemos inspirações de quem quer que seja e se alguém se serve do nosso nome para oferecer serviços, que só prestamos à nossa consciência e ao nosso dever, - esse alguém é um infame impostor que mente." ( O Besouro, 1878)
O homem de teatro
Busto em homenagem a Bordalo Pinheiro (Parque D. Carlos I, Caldas da Rainha).Com 14 anos apenas, integrado num grupo de amadores, pisou como actor o palco do teatro Garrett, inscrevendo-se depois na Escola de Arte Dramática que, devido à pressão da parte do pai, acabou por abandonar. Estes inícios — se revelaram que o talento de Raphael Bordallo-Pinheiro não se direccionava propriamente para a carreira de actor — selaram, porém, uma relação com a arte teatral que não mais abandonou.
Tendo esporadicamente desenhado figurinos e trabalhado em cenários, Raphael Bordallo-Pinheiro foi sobretudo um amante do teatro. Era espectador habitual das peças levadas à cena na capital, frequentava assiduamente os camarins dos artistas, participava nas tertúlias constituídas por críticos, dramaturgos e actores. E transpunha, semana a semana, o que via e sentia, graficamente, nos jornais que dirigia. O material iconográfico legado por Raphael Bordallo-Pinheiro adquire, neste contexto, uma importância extrema porque permite perceber muito do que foi o teatro, em Portugal, nessas décadas.
Em centenas de caricaturas, Raphael Bordallo-Pinheiro faz aparecer o espectáculo, do ponto de vista da produção: desenha cenários, revela figurinos, exibe as personagens em acção, comenta prestações e critica 'gaffes'. A par disso, pelo seu lápis passam também as mais variadas reacções do público: as palmas aos sucessos, muitos deles obra de artistas estrangeiros, já que Lisboa fazia parte do circuito internacional das companhias; as pateadas estrondosas quando o público se sentia defraudado; os ecos dos bastidores; as anedotas que circulavam; as bisbilhotices dos camarotes enfim, todo um conjunto de aspectos que têm a ver com a recepção do espectáculo e que ajudam a compreender o que era o teatro e qual o seu papel na Lisboa oitocentista.
1846: Nasce em Lisboa. - 1857: Nasce o irmão Columbano. - 1860: Inscreve-se no Conservatório. - 1861: Matricula-se pela 1ª vez na Academia de Belas Artes, Lisboa. - 1863: Amanuense na Câmara dos Pares. - 1866: Casa com Elvira Almeida. - 1867: Nasce o seu filho Manuel Augusto. - 1868: 1ª Exposição no salão da Promotora; é-lhe recusada Bolsa para Roma. - 1870: Publica o Calcanhar de Aquiles. - 1871: Participação na Exposição Internacional de Madrid. - 1875: Cria a figura do “Zé Povinho”. Parte para o Rio de Janeiro. - 1876: Morre a sua Mãe. - 1877: Lança o Psit!!! - 1878: Lança O Besouro. - 1879: Regressa a Lisboa. Lança o António Maria. - 1880: Morre o seu Pai. - 1885: Começa o fabrico da louça artística das Caldas da Rainha. - 1888: Viaja pela Europa. - 1900: Lança A Paródia. - 1905: Morre em Lisboa.
sábado, outubro 30, 2010
CRÓNICA DA CIMEIRA DAS CALDAS DA RAINHA
AS NOSSAS CIMEIRAS SÃO JÁ
UM HAPPENING DE REPERCUSSÃO
GLOBAL, NOTÍCIA DISPUTADA
PELAS AGENCIAS DE MÍDIA,
DESDE LONDRES,PARIS,MILÃO,
AO NEPAL,JUORE BAHRU E
PENSACOLA.
NESTA QUINTA FEIRA,LÁ
ACONTECEU O ENCONTRO DO MÊS
DE OUTUBRO,E SE QUEREM SABER,
FOI MUITO DIVERTIDA A NOSSA
CIMEIRA DAS CALDAS DA RAINHA
Havia no ar o stress de se conseguir chegar a acordo nesta Cimeira das Caldas.
E afinal o acordo foi fácil. Ainda antes da entrarmos no bus que nos levou à Capital da Louça, acordámos que cada um curtisse o melhor que soubesse este dia da Cimeira
Pelo clima distendido que se viveu durante todo o dia, pelas geografias visitadas, pelos casaquinhos tricotados ao longo das horas de convivio,pelas gargalhadas que soaram amiúde durante a Cimeira e pela estreia glamourosa da nossa ultima aquisição, a muito saudada LEONOR, o acordo e a CIMEIRA foram mais um êxito.
A LEONOR À CHEGADA , ACOMPANHADA PELO LUIS DOMINGUES E A GRAÇA ESPANHA
A partida teve lugar na parte baixa do Parque Eduardo VII
onde o pessoal se começou a juntar desde cedo
A primeira emoção foi o aparecimento do bus que nos levou estrada fóra
A primeira impressão foi a de surpresa e de terror ,mas ,afinal, por dentro, o autocarro era 5 estrelas, com sofás camas reclináveis, circuito interno de plasmas, bebidas à vontade e muita comodidade, como podes vêr pelo espanto da Leonor, aqui com a Graça, que não se cansava de dizer:
-"O que eu tenho perdido, a Céu havia de vêr isto, deixáva-se logo de grupos"
Paragem no caminho pró habitual pipi
Momentos de grande emoção na chegada às Caldas, à passagem pela porta d'armas do RI5,onde alguns de nós a bordo (Mendonça,Canelas,Herdeiro,Rui e Ricardo) sofremos as estopinhas, no" pórtico", nas centenas d flexões diárias, nos "trabalhos de estrada", no limpar Mauser e da G3. no "reatejar até mim" e outras sevícias que até é bom não lembrar.
À chegada ao local da refrega, esperavam-nos ao portão da Fábrica de Louça o Chico e a Ju Santos Costa, o Tomé Gomes, a Dina e o Chico Dias, o Herberto Gomes e a Maria João.
No Pátio do Restaurante Dom Rafael, portas meia com o Museu Rafael Bordallo Pinheiro, deparou-se-nos um muito agradável e aconchegado jardinzinho, de onde
passámos para uma salinha-recepção ,autêntico mini museu,
e antecâmara do salão de jantar.
À mesa (ou mesas) estivémos 28 cimeiros:
Leonor,Graça Espanha,Alice Teles,Melo,Mesquita,Coelho de Almeida,Ricardo,Herdeiro,Guilhermina,Rui Brito de Souda,Susy Brito de Sousa,Luis Domingues,Mendonça,Anabela,Canelas,Farinho,Norberto,Zé Barbosa Dinis,António José Soares e Lena Policarpo,Manela Brito e Silva,Manela Mascarenhas,Chico Dias,Dina,Tomé Gomes,Herberto Gomes,Chico e Ju Santos Costa,Maria João e Hernâni
Como se pode vêr nas imagens que aqui vos deixo, a sala é muito agradável.
A Dina, iniciou o debate entregando a cada um de nós uma lembrança desta Cimeira, e que ,evidentemente, tem a vêr com a tradicional louça da Caldas.
Louça que aliás, esteve muito presente ,quer na mesa,
quer na cidade
no Museu, que visitámos após o almoço
quer até nas mãos do nosso pessoal
As questões começaram a ser discutidas, e em breve a algazarra era generalizada.
JU SANTOSD COSTA E GUILHERMINA
HERBERTO GOMES,CHICO SANTOS COSTA E HERNÂNI
NORBERTO E MESQUITA
MESQUITA E LEONOR
DE COSTAS-COELHO DE ALMEIDA E FARINHO, DE FRENTE-MANUELA BRITO E SILVA,LUIS DOMINGUES E MARIA JOÃO
MANUELA BRITO E SILVA
RICARDO,DINIS,NORBERTO
MELO,MENDONÇA E TOMÉ GOMES
Discutiu-se qual ou quais as anedotas que podem ser consideradas com dignidade para figurar na História do RC-REV, e cedo se destacou unanimidade à volta daquela que marcou muito o nick name que veio a ser posto ao nosso chefe de então, o de melro.
Lembremos
"Havia um rapaz que desde pequeno se apaixonou pelo teatro, ingressando como "ponto" numa companhia de teatro lá do Bairro.
Um dia, estavam os artistas reunidos no palco rodeando o encenador que escolhia personagens para a nova peça, quando este se virou para o jovem ponto e lhe propôs.
-"Tenho falta de um actor para um pequeno papel, que entrerá sòmente uma vez em cena e apenas dirá apontando para outro personagem :o melro.", Aceitas o papel?
O nosso herói, estremeceu de alegria.Então ele que há tanto tempo desejava ser actor
limitando-se até agora à caixa de ponto, não havia de aceitar:
-"Claro que aceito"
Foi para casa, e defronte do espelho, ensaiou até à exaustão, repetindo inúmeras vezes e com diferentes inflexões de voz, e inclinações de corpo:
-"O melro"
"OOO melro"
-"O méeelro"
No dia da estreia, nervosissimo, esperou entre cortinas, a sua deixa para entrar.
o Momento mais esperado da sua vida chegou, e ele adentrou o palco deu dois passos,,abriu os braços e quando ia para dizer o seu texto, um espectador da primeira fila , gritou ,apontando-o:
-"Olha,o gajo é coxo"
Indignado e furioso, o nosso heroi respondeu-lhe
-"Coxo é o melro"
E retomando o seu texto:
-O caralho"
Outras anedotas ficaram também na História do RC, como a do "ventriloco e o pastor",
"A menina com areia na ...coroa" (Óh Vitor a menina tá a chorar...) e outras.
Como de costume ,a partir de certa altura ,ninguém ficou sentado e o transito entre mesas e o cruzamento de conversetas lançou a confusão na sala.
Antes de visitarmos o Museu Rafael Bordallo Pinheiro houve um tempinho para um cigarro e mais troca de ideias no tal pátio jardim ,tendo o Canelas aproveitado para traçar o futuro de alguumas vitimas das suas previsões astrais.
O CANELAS MOSTRA O FUTURO ASTRAL AO TOMÉ GOMES
ANABELA,NORBERTO E RICARDO
HERBERTO GOMES,RICARDO E MELO
UM PÓS-ALMOÇO REPOUSANTE COM:RICARDO,ANABELA,FARINHO,NORBERTO (DE COSTAS)ALICE,GRAÇA E LEONOR (DE COSTAS
A ESTREANTE LEONOR
A visita ao Museu, que afinal foi a casa do artista Rafael Bordallo Pinheiro foi ciceronada de forma entusiastica, criativa e profundamente teatral.
As peças expostas ganharam outra dimensão à medida que nos era explicada a história da sua confecção e o modus vivendi de Rafael Bordallo Pinheiro
Gostava que o Faustino tivessse vindo para constatar a ausência total de toda e qualquer águia (nem uma) e para a proliferação de imponentes lagartos e de alguns leões.
Depois do Museu e um pouco àd hoc, o pessoal espalhou-se pela cidade, uns a matarem saudades dos tempos em que estiveram nas Caldas na tropa, outros ao ataque às cavacas ,aos beijinhos e à louça tradicional...
Ao fim da tarde fez-se o split no PNR, com as despedidas aos que nas Caldas ficaram:
Na parte final , foi a visita oficial à Foz do Arelho,
onde numa cerimónia tocante, e de muito significado, o nosso companheiro António Mendonça, eterno apaixonado por felinos, prestou homenagem ao gato Frajola ,perpetuado em estátua junto à praia.
O regresso a Lisboa fez-se já quase de noite .
UM HAPPENING DE REPERCUSSÃO
GLOBAL, NOTÍCIA DISPUTADA
PELAS AGENCIAS DE MÍDIA,
DESDE LONDRES,PARIS,MILÃO,
AO NEPAL,JUORE BAHRU E
PENSACOLA.
NESTA QUINTA FEIRA,LÁ
ACONTECEU O ENCONTRO DO MÊS
DE OUTUBRO,E SE QUEREM SABER,
FOI MUITO DIVERTIDA A NOSSA
CIMEIRA DAS CALDAS DA RAINHA
Havia no ar o stress de se conseguir chegar a acordo nesta Cimeira das Caldas.
E afinal o acordo foi fácil. Ainda antes da entrarmos no bus que nos levou à Capital da Louça, acordámos que cada um curtisse o melhor que soubesse este dia da Cimeira
Pelo clima distendido que se viveu durante todo o dia, pelas geografias visitadas, pelos casaquinhos tricotados ao longo das horas de convivio,pelas gargalhadas que soaram amiúde durante a Cimeira e pela estreia glamourosa da nossa ultima aquisição, a muito saudada LEONOR, o acordo e a CIMEIRA foram mais um êxito.
A LEONOR À CHEGADA , ACOMPANHADA PELO LUIS DOMINGUES E A GRAÇA ESPANHA
A partida teve lugar na parte baixa do Parque Eduardo VII
onde o pessoal se começou a juntar desde cedo
A primeira emoção foi o aparecimento do bus que nos levou estrada fóra
A primeira impressão foi a de surpresa e de terror ,mas ,afinal, por dentro, o autocarro era 5 estrelas, com sofás camas reclináveis, circuito interno de plasmas, bebidas à vontade e muita comodidade, como podes vêr pelo espanto da Leonor, aqui com a Graça, que não se cansava de dizer:
-"O que eu tenho perdido, a Céu havia de vêr isto, deixáva-se logo de grupos"
Paragem no caminho pró habitual pipi
Momentos de grande emoção na chegada às Caldas, à passagem pela porta d'armas do RI5,onde alguns de nós a bordo (Mendonça,Canelas,Herdeiro,Rui e Ricardo) sofremos as estopinhas, no" pórtico", nas centenas d flexões diárias, nos "trabalhos de estrada", no limpar Mauser e da G3. no "reatejar até mim" e outras sevícias que até é bom não lembrar.
À chegada ao local da refrega, esperavam-nos ao portão da Fábrica de Louça o Chico e a Ju Santos Costa, o Tomé Gomes, a Dina e o Chico Dias, o Herberto Gomes e a Maria João.
No Pátio do Restaurante Dom Rafael, portas meia com o Museu Rafael Bordallo Pinheiro, deparou-se-nos um muito agradável e aconchegado jardinzinho, de onde
passámos para uma salinha-recepção ,autêntico mini museu,
e antecâmara do salão de jantar.
À mesa (ou mesas) estivémos 28 cimeiros:
Leonor,Graça Espanha,Alice Teles,Melo,Mesquita,Coelho de Almeida,Ricardo,Herdeiro,Guilhermina,Rui Brito de Souda,Susy Brito de Sousa,Luis Domingues,Mendonça,Anabela,Canelas,Farinho,Norberto,Zé Barbosa Dinis,António José Soares e Lena Policarpo,Manela Brito e Silva,Manela Mascarenhas,Chico Dias,Dina,Tomé Gomes,Herberto Gomes,Chico e Ju Santos Costa,Maria João e Hernâni
Como se pode vêr nas imagens que aqui vos deixo, a sala é muito agradável.
A Dina, iniciou o debate entregando a cada um de nós uma lembrança desta Cimeira, e que ,evidentemente, tem a vêr com a tradicional louça da Caldas.
Louça que aliás, esteve muito presente ,quer na mesa,
quer na cidade
no Museu, que visitámos após o almoço
quer até nas mãos do nosso pessoal
As questões começaram a ser discutidas, e em breve a algazarra era generalizada.
JU SANTOSD COSTA E GUILHERMINA
HERBERTO GOMES,CHICO SANTOS COSTA E HERNÂNI
NORBERTO E MESQUITA
MESQUITA E LEONOR
DE COSTAS-COELHO DE ALMEIDA E FARINHO, DE FRENTE-MANUELA BRITO E SILVA,LUIS DOMINGUES E MARIA JOÃO
MANUELA BRITO E SILVA
RICARDO,DINIS,NORBERTO
MELO,MENDONÇA E TOMÉ GOMES
Discutiu-se qual ou quais as anedotas que podem ser consideradas com dignidade para figurar na História do RC-REV, e cedo se destacou unanimidade à volta daquela que marcou muito o nick name que veio a ser posto ao nosso chefe de então, o de melro.
Lembremos
"Havia um rapaz que desde pequeno se apaixonou pelo teatro, ingressando como "ponto" numa companhia de teatro lá do Bairro.
Um dia, estavam os artistas reunidos no palco rodeando o encenador que escolhia personagens para a nova peça, quando este se virou para o jovem ponto e lhe propôs.
-"Tenho falta de um actor para um pequeno papel, que entrerá sòmente uma vez em cena e apenas dirá apontando para outro personagem :o melro.", Aceitas o papel?
O nosso herói, estremeceu de alegria.Então ele que há tanto tempo desejava ser actor
limitando-se até agora à caixa de ponto, não havia de aceitar:
-"Claro que aceito"
Foi para casa, e defronte do espelho, ensaiou até à exaustão, repetindo inúmeras vezes e com diferentes inflexões de voz, e inclinações de corpo:
-"O melro"
"OOO melro"
-"O méeelro"
No dia da estreia, nervosissimo, esperou entre cortinas, a sua deixa para entrar.
o Momento mais esperado da sua vida chegou, e ele adentrou o palco deu dois passos,,abriu os braços e quando ia para dizer o seu texto, um espectador da primeira fila , gritou ,apontando-o:
-"Olha,o gajo é coxo"
Indignado e furioso, o nosso heroi respondeu-lhe
-"Coxo é o melro"
E retomando o seu texto:
-O caralho"
Outras anedotas ficaram também na História do RC, como a do "ventriloco e o pastor",
"A menina com areia na ...coroa" (Óh Vitor a menina tá a chorar...) e outras.
Como de costume ,a partir de certa altura ,ninguém ficou sentado e o transito entre mesas e o cruzamento de conversetas lançou a confusão na sala.
Antes de visitarmos o Museu Rafael Bordallo Pinheiro houve um tempinho para um cigarro e mais troca de ideias no tal pátio jardim ,tendo o Canelas aproveitado para traçar o futuro de alguumas vitimas das suas previsões astrais.
O CANELAS MOSTRA O FUTURO ASTRAL AO TOMÉ GOMES
ANABELA,NORBERTO E RICARDO
HERBERTO GOMES,RICARDO E MELO
UM PÓS-ALMOÇO REPOUSANTE COM:RICARDO,ANABELA,FARINHO,NORBERTO (DE COSTAS)ALICE,GRAÇA E LEONOR (DE COSTAS
A ESTREANTE LEONOR
A visita ao Museu, que afinal foi a casa do artista Rafael Bordallo Pinheiro foi ciceronada de forma entusiastica, criativa e profundamente teatral.
As peças expostas ganharam outra dimensão à medida que nos era explicada a história da sua confecção e o modus vivendi de Rafael Bordallo Pinheiro
Gostava que o Faustino tivessse vindo para constatar a ausência total de toda e qualquer águia (nem uma) e para a proliferação de imponentes lagartos e de alguns leões.
Depois do Museu e um pouco àd hoc, o pessoal espalhou-se pela cidade, uns a matarem saudades dos tempos em que estiveram nas Caldas na tropa, outros ao ataque às cavacas ,aos beijinhos e à louça tradicional...
Ao fim da tarde fez-se o split no PNR, com as despedidas aos que nas Caldas ficaram:
Na parte final , foi a visita oficial à Foz do Arelho,
onde numa cerimónia tocante, e de muito significado, o nosso companheiro António Mendonça, eterno apaixonado por felinos, prestou homenagem ao gato Frajola ,perpetuado em estátua junto à praia.
O regresso a Lisboa fez-se já quase de noite .
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